•Lance Criminoso ²

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•Maitê•

Já bebi uns três copos de whisky com energético, não sou acostumada, mas hoje me permiti beber tudo que eu visse pela frente, e meu pai só olhando, porém não diz nada.

A Bia veio chegar só agora, essa louça demora a se arrumar mais que todo mundo da terra, passa horas e horas pra poder se arrumar e quem espera que lute viu.

No fundo eu sou igual ela, só que hoje eu fiquei pronta primeiro, aí tô me gabando pra fingir ser diferente sendo que se brincar eu sou três vezes pior, mas isso não vem ao caso né.

Meu celular toda hora vibrando chegando notificação de curtida no Instagram e eu nem abri pra ver, já tô acostumada com as inúmeras curtidas que eu sempre recebo, muitas meninas também querendo pegar amizade, mas no off tacam o pau em mim sem nenhum motivo.

Nunca fiz mal a ninguém, só não faço amizade com todo mundo e já sou muito odiada, acho que só pelo fato de eu ser filha do dono do morro, eu acho isso um argumento podre e sem lógica, mas fazer oque se eu sou bonita e incomodo.

Teve tempos que eu ligava muito pra esse tipo de comentário, mas hoje em dia? Falem bem ou falem mal, mas falem de mim.

Fico dançando ali no meio da multidão enquanto seguro meu copo, daqui a pouco meu pai e minha mãe vão pra casa, eles pensam que eu não sei que é pra aproveitar que nem eu nem o Matteo vamos estar em casa, mas eu como sou boazinha deixo eles serem feliz.

Eu ajudo? Ajudo, mas eu também aproveito horrores quando eles vão embora, pra mim, é a melhor hora do rolê, que eu vou pra onde eu quiser, com quem eu quiser, o meu irmão só não pode ver, porque ele é fofoqueiro e conta tudo pro meu pai esse peste.

Eu amo meus aniversários, mas os do Matteo sempre são melhores, já que ele nasceu no mesmo dia que o meu pai, aí acaba que a festa tem que ser bem maior por ser dos dois, mas eu nem ligo muito pra isso, pelo menos o meu é só meu, só meu dia.

Nunca deixo pra me arrumar no dia mesmo, sempre faço as coisas um dia antes, pra não ficar nada em cima da hora. Por exemplo, ontem fui no salão arrumar cabelo, fui na leshing e fiz a sobrancelha, já pra adiantar tudo.

Eu tô me sentindo perfeita, linda mesmo. Já recebi muitos parabéns, e elogios também e meu ego tá lá em cima em um nível extremo mesmo. Se tem uma coisa que eu amo é pessoas que me elogiam, adoro.

Quando toca a "minha música" não me aguento e começo a rebolar do jeitinho que eu sei fazer. Foram muitos anos de prática na frente do espelho pra hoje eu saber dançar assim.

Vários olhares caem sobre mim, como de costume, alguns de inveja, outros admirando, e assim eu aproveito o resto da noite, melhor impossível.

[...]

Eu já tô bêbada, não sei quantos copos eu bebi, perdi as contas a muito tempo. Como esperado, meus pais foram embora e só restou eu e Bia, já que o Matteo sumiu junto com o Lucas.

Sinceramente, teve tempos que eu já me importei muito em relação as meninas que o Luccas ficava, sempre tive um ciuminho bobo, mas agora eu nem ligo, primeiramente por ter uma autoestima bem elevada e me valorizar em primeiro lugar.

Sempre coloquei na cabeça que eu mereço o MELHOR, meu pai nunca me deixou faltar nada, sempre tive as melhores coisas e cresci tendo tudo que eu quero. Então eu jamais iria sair de casa ou aceitar menos que eu recebo em casa, é o mínimo, vai ter que fazer o dobro do que o meu pai já faz por mim.

Eu já bebi muito, mas tô no nível extremo ainda, estou consciente por enquanto. Minha vontade de errar é enorme, queria beijar na boca, mas as minhas coisas tem que ser MUITO escondido, porque qualquer coisinha chega no ouvido do meu pai, é um saco.

M

atteo: Eae feia, pai já foi?- chega atrás de mim.

- Foi né, e você, tava aonde?

Matteo: namoro contigo não, lembra que tu é só minha irmãzinh feia.- dou o dedo pra ele.

-Vai tomar no seu cu invejoso.- ele manda dedo.

Luccas: Essas histórias de cu não dá certo...- ele aparece não sei da onde e a Bia chama o meu irmão, me fazendo estranhar.

-Dá certo sim, o seu por exemplo.- arregalo os olhos vendo oque eu falei e ele me olha estranho querendo rir.

Luccas: teus papo tá estranho, tu já tá doidona.

-Foi mal, troquei as palavras, esquece- dou risada com vergonha e ele acompanha.

É impressionante como eu viro uma burra perto desse menino, eu sinceramente pareço uma estúpida, ou sou eu, ou é a bebida, na minha opinião é os dois juntos.

Luccas: Se preocupa não, tô ligada que tu tá bêbada já.

-Tô, não vou mentir, mas tô consciente, só um pouquinho doida.- ele confirma puxando a maconha do bolso e começa a tragar depois de acender.

-Deixa eu fumar.- peço.

Luccas: tá maluca? Teu pai corta meu pescoço se eu te der.

-é só um trago, até o Matteo já me deu.- minto, nunca tive vontade, nunca foi da minha vibe fumar isso, mas agora deu vontade.

Luccas: Tu tem certeza?

-Sim, vamo ali pro canto pra ninguém ver e ir fofocar.- ele confirma me guiando e eu seguro nele pra não tropeçar.

Beatriz e meu irmão sumiram, não sei pra onde foram, vou tentar perguntar amanhã, mas já sei que ela vai negar ou inventar alguma coisa.

Quando finalmente conseguimos sair do baile, vejo ele pegando sua moto preta, me deixando sem entender nada, era só um trago pra provar...

Luccas: Sobe- nego não querendo ir- sobe Maitê, papo reto, confia em mim não?

Subo na moto sentindo suas mãos puxando meu braço pra segurar nele, só fiz porque se não eu caia no chão, não tô conseguindo o equilíbrio direito.

Fecho os olhos sentindo o vento forte da madrugada, um frio enorme que antes eu não tava sentindo. Daqui a pouco vem a merda da dor de cabeça por causa do álcool.

Ele para a moto na sua casa, me deixando confusa, eu achei que ele ia me deixar em casa, porém ele veio pra dele, por um lado é bom, se não meu pai ia me matar se eu chegasse em casa assim.

Luccas: vem.- ele me chama e entra em casa devagar, meu padrinho deve estar aí, só sigo ele sentindo o sono consumir meu corpo.

Entro em seu quarto vendo cada detalhe , eu já vim aqui várias vezes, vivia aqui quando criança, mas faz um tempo que eu não venho, é até estranho vim aqui de novo.

-Por quê tu me trouxe aqui? Não vou fumar aqui não Luccas.

Luccas: tu acha que eu ia te deixar fumar Maitê, tá louca?- ele diz baixo- você vai é dormir.

-Tu me tirou do baile pra dormir?- ele confirma óbvio.

Luccas: se quiser pode tomar banho e pegar alguma camisa minha aí.

- Eu não vou dormir aqui não.

Luccas: E vai pra onde? Se tu for pra casa você sabe que seu pai vai brigar, relaxa aí Maitê, se quiser eu até durmo na sala, tem problema não.

- Você tem razão, é que eu não tô raciocinando direito. Não precisa se incomodar, eu que tô de intrusa aqui, pode dormir na sua cama.

Ele confirma e eu vou pro banheiro do quarto dele indo tomar um banho gelado pra ver se essa bebida passa um pouco, ele sai do quarto, acredito que indo pro outro banheiro e eu tomo meu banho ficando um tempinho debaixo d'água.

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