Capítulo 3
Boa Leitura.
Elisa Santana
— Você é louco?! Eu não sou uma prostituta e não estou atrás de homem rico! Eu só quero voltar para o meu país o quanto antes. Só estou aqui a trabalho!
Ele dirige mais rápido do que eu consideraria como adequado e diz asperamente:
— Sim, eu conheço o seu trabalho.
Eu abro a boca, ofendida com o desprezo na voz dele e novamente tento me defender:
— Eu sou uma fotógrafa! Eu tiro fotos e filmo pessoas!
Um sorriso aparece nos lábios finos e quase sempre numa linha rígida de Zafir. A barba perfeitamente aparada e escura combina com ele e o faz parecer ainda mais perigoso.
— Um ótimo jeito de se aproximar do seu alvo. Realmente admirável sua inteligência, Elisa.
A forma como ele pronuncia o meu nome, como se queimasse, me faz apertar as mãos em punhos. Eu quero socá-lo neste momento com todas as minhas forças. Eu fecho os olhos e conto até três. Quando os abro novamente, eu o vejo me encarar sem qualquer emoção.
— Eu não estou interessado no seu teatro barato. Poupe os seus esforços.
— Pare o carro e me deixe sair! Não vou a lugar nenhum com um louco como você!
Eu olho desesperadamente para a porta trancada e em seguida para as ruas, que possuem mansões cada vez mais imponentes conforme adentramos na região. Tenho a sensação de que estamos chegando. Tudo o que escuto é o silêncio de Zafir me ignorando completamente enquanto eu suo frio e desato o cinto com as mãos trêmulas.
— Pare o carro! Pare já esse carro, Zafir!
Ele acena com a cabeça, concordando. E eu quase suspiro aliviada. Mas então minha pele se arrepia quando ele diz:
— Chegamos. Você já pode sair.
Eu olho para onde ele está olhando e por um momento perco o fôlego. A mansão branca e clássica parece ter sido tirada de um filme do século XIX. Mesmo de noite ela chama completamente a atenção. Há luzes espalhadas pelo jardim principal, e a própria casa possui lâmpadas clássicas com estrutura de metal preto. Eu quase tiro a minha câmera da bolsa para tirar algumas fotos. Mas rapidamente me lembro que estou aqui porque fui traga sem o meu consentimento.
— Aqui não é minha casa. Eu vou para minha casa agora.
Eu pego meu celular na bolsa e rapidamente entro no aplicativo para chamar um táxi. Sem dizer nada, Zafir dirige para dentro da mansão, assim que o portão de ferro preto se abre. Eu olho pelo espelho retrovisor em choque quando vejo que o portão se fecha logo em seguida. Zafir estaciona o carro a alguns metros da mansão e sai do carro. Eu o acompanho com os olhos quando ele contorna o carro e abre a porta para mim.
— Saia — ele ordena com frieza.
Eu obedeço, com o coração em disparada. Zafir pega o celular da minha mão, e eu protesto, indignada. Eu tento pegar de volta, mas ele segura o meu pulso. Em poucos segundos, ele faz o que sei lá ele queria e em seguida guarda o meu celular no próprio bolso. Eu fico vermelha em indignação e estendo a mão para frente, exigindo que ele me devolva.
— Devolve. Eu estou esperando um táxi para ir embora neste momento daqui!
Zafir não esboça nenhuma reação quando diz:
— Eu já cancelei sua viagem. Você não vai sair daqui esta noite.
Eu abro a boca em incredulidade.
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A OBSESSÃO DO MARROQUINO
Literatura FemininaElisa é uma jovem fotógrafa e conheceu Zafir El Ghazi por acaso enquanto andava por Marrakech. Ela o odiou à primeira vista, apesar de ter se sentido atraída por sua aparência exótica. Já no final da sua estadia no Marrocos, ela vê seus planos serem...