Capítulo 4

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Capítulo 4

Boa Leitura.


Zafir Al Hakim

— Agora vai fingir que desmaiou vendo meu pau. É sério isso? Alguém já te disse que você é péssima nesse papel de garota inocente? Você está num país árabe. É ridículo achar que pode imitar nossas moças. As ocidentais não chegam perto de ter o valor que as marroquinas têm.

Apesar das minhas palavras sairem duras e ríspidas, Elisa nem se mexe. Deitada como se dormisse com uma mão ao lado da cabeça e outra na barriga, ela parece relaxada demais para alguém que só está fingindo. Eu começo a ficar irritado com a brincadeira da garota e a puxo pela perna de uma vez, com a intenção de assustá-la. Mas, porra, nada acontece. Não recebo nem uma mínima reação. Minha preocupação rapidamente acaba com a excitação que quase estava me matando até então. Eu rapidamente visto a calça e me sento ao lado da garota. Verifico sua respiração e fico aliviado ao perceber que ela respira calmamente. Dou leves tapinhas no rosto fino e delicado para ver se a garota acorda, mas não obtenho sucesso. Eu começo a ficar nervoso sobre o que raios poderia ter acontecido para fazê-la desmaiar justo quando eu estava prestes a aliviar a tensão que eu carrego desde que ela se esbarrou em mim propositalmente na rua.

Muitas mulheres já tentaram fazer o mesmo que Elisa. Quase todas estrangeiras. Nunca nenhuma conseguiu chegar até minha cama, independente do quão bonita fosse. As mulheres com quem me deito são sempre nativas e membros do clã como prostitutas por espontânea vontade. Elas são checadas por médicos periodicamente. No entanto, somente homens solteiros podem se deitar com as prostitutas selecionadas. Uma vez que um homem se casa, ele só poderá se relacionar com sua esposa. Se estiver insatisfeito, poderá tomar até quatro esposas, desde que tenha condições para isso. No meu caso eu estou bem solteiro. Tenho me sentido satisfeito em apenas transar vez ou outra com uma mulher qualquer apenas por necessidade básica. Não tenho pretensões de me casar por agora. Ainda não achei uma mulher suficientemente atraente que me faça querer tê-la todas as noites na minha cama sem enjoar com o tempo.

Os três casamentos do meu irmão mais velho Youssef são um lembrete que nem sempre casamento compensa. Além disso, às vezes nem mesmo quantidade consegue satisfazer plenamente um homem. Mas não é como se o emir tivesse escolhido suas próprias esposas, no entanto. Ele se casou por acordos, e só por isso.

Enfim, fato é que eu fiquei obcecado por uma estrangeira ambiciosa a ponto de não conseguir superar o desejo do meu pau me irritou muito nesses poucos, mas extremamente longos, dias. É difícil aceitar que uma mulher da vida te tem enlaçado por causa de uma maldita aparência tentadora. Eu me dou conta de que estou apertando as mãos em punhos quando as sinto dormentes. Irritado, me levanto da cama e desisto de acordar a garota. Preciso da ajuda de algum profissional. Não sei que merda foi essa que aconteceu com a brasileira. Mas fato é que estou frustrado pra caralho por não conseguir o que queria. Eu pego o meu celular e ligo para a mesma médica que cuida da saúde das esposas de Youssef. Ela é a melhor de todo o clã e no momento está em Marrakech esta semana. O que é raro já que ela tem sempre muito trabalho em Fez, que é a cidade do clã Al Hakim.

— Senhor Al Hakim, como está? Aconteceu algo nesta hora? — pergunta Zulmira, uma senhora de cinquenta anos de voz calma e inteligente.

— Zulmira, me desculpe por acordá-la. Estou precisando do seu atendimento com urgência na minha casa aqui em Marrakech. Sei que está muito tarde, mas é realmente necessário.

— Estou na casa de uma amiga. Fiquei para dormir esta noite, mas já terminei o que tinha que fazer aqui. Posso estar indo diretamente para aí. Senhor Al Hakim, seria algo específico que eu deveria saber?

A OBSESSÃO DO MARROQUINOOnde histórias criam vida. Descubra agora