Sana ficou parada, a visão de Tzuyu se afastando gravada em sua mente. Sabia que aquele momento seria impossível de esquecer, e que as palavras não ditas entre elas pesavam tanto quanto as ondas que vinham e iam sem parar.
Respirou fundo, sentindo seu coração martelar no peito. Não podia deixar Tzuyu partir sem dizer o que sentia.
— Eu... não vou desistir, Tzuyu. — Sua voz vacilou, mas a determinação crescia a cada palavra. — Não agora, quando estou tão perto de dizer o que sempre guardei.
Tzuyu parou, mas não se virou. Sua postura rígida deixava claro que ainda estava ressentida, mas Sana viu ali uma chance.
— Eu sei que te magoei ao me afastar, e não posso voltar atrás... — Sana deu um passo à frente, tentando capturar o olhar de Tzuyu. — Mas não foi porque eu quis. Eu precisava de tempo para entender o que sentia, e, agora, tudo faz sentido. — Ela hesitou, reunindo coragem. — Eu gosto de você, Tzuyu. De uma forma que nunca senti por ninguém.
Tzuyu virou-se, os olhos duros, como se cada palavra de Sana fosse uma lâmina.
— E você acha que dizer isso agora apaga o que senti quando me ignorou? Sana, eu esperei, procurei por sinais... e tudo que tive foi o silêncio.
— Sana, você não sabe o quanto foi difícil... — Tzuyu disse com a voz trêmula, mas firme. — Passei tanto tempo tentando esquecer o que sentia, me convencendo de que nada disso significava nada. Mas você simplesmente some, me ignora, como se fosse fácil.
Sana tentou responder, mas Tzuyu ergueu a mão para silenciá-la, os olhos escuros, intensos.
— Não, agora você vai me ouvir. — Ela se aproximou, diminuindo a distância entre elas. — Porque eu cansei de guardar isso só para mim. Você acha que foi fácil te ver todos os dias e fingir que eu não me importava? — Tzuyu desviou o olhar, tentando controlar o que sentia, antes de voltar a olhar para Sana. — Mas você decidiu me afastar. E agora… agora, quando eu finalmente aceitei o que sinto, você aparece assim?
As palavras de Tzuyu eram duras, mas Sana podia ver que cada sílaba estava carregada de mágoa e paixão. Ela respirou fundo, deixando o silêncio preencher o ar. Então, com a voz baixa, respondeu:
— Tzuyu, eu sinto muito. Eu também... Eu só precisava de tempo para entender o que sentia.
Tzuyu suspirou, absorvendo as palavras. Então, suavizando o tom, segurou o rosto de Sana com as mãos.
— Prometa que não vai mais fugir de mim, Sana. Eu... não aguento mais isso.
Sana mordeu o lábio, engolindo a dor que as palavras de Tzuyu causavam. Sabia que nada do que dissesse poderia aliviar os sentimentos feridos, mas continuou:
— Eu errei, Tzuyu, e aceito isso. Só... por favor, deixa-me mostrar o quanto você significa para mim. — Ela estendeu a mão, quase tocando o braço de Tzuyu, mas hesitou. — Não vá embora sem me deixar tentar.
Tzuyu observou a mão de Sana suspensa no ar. Por um momento, o silêncio entre elas parecia eterno, como se as ondas parassem de bater na areia. Finalmente, Tzuyu deu um suspiro frustrado e murmurou:
— Isso não vai ser fácil, Sana. Eu não sei se consigo esquecer o que você me fez sentir...
— Eu não estou pedindo para esquecer — respondeu Sana, com firmeza. — Só estou pedindo uma chance para consertar isso.
Tzuyu ficou em silêncio, o olhar distante, mas, ainda assim, Sana percebeu que ela estava considerando.
Então, com um gesto simples, Tzuyu segurou a mão de Sana, puxando-a para perto. A intensidade do momento fez o coração de Sana disparar, ecoando como as ondas que quebravam na praia. O olhar de Tzuyu era profundo, quase vulnerável, e Sana sentiu como se o mundo ao seu redor estivesse desvanecendo, deixando apenas a luz da lua refletindo em seus rostos.
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Entre as Ondas do Amor
FanfictionEm uma pequena cidade litorânea brasileira chamada Praia do Amor, Sana, uma talentosa surfista e barista, se prepara para o campeonato de surf mais importante da região. Ela é conhecida por sua personalidade vibrante e seu amor pela natureza. Por ou...