O dia estava particularmente feio para Sana, que estava em sua casa olhando a chuva cair pela janela. Como não poderia sair de casa, ela apenas ficou ali na sala, esperando a chuva passar, mas, aos poucos, a chuva aumentava, e para Sana aquele cenário era horrível.
Com um caminhar calmo, Sana levantou do sofá onde antes estava e subiu até o seu quarto. Ela estava decidida a escrever no seu lindo e pequeno diário.
2018, 30 de outubro, quarta-feira
Querido diário,
Faz algum tempo desde que escrevi... Eu tinha quase esquecido de como essas páginas podem ser um refúgio, mas hoje, com a chuva lá fora, parece que tudo o que está aqui dentro quer transbordar. O céu está nublado, as ondas violentas e parece que até o mar está carregado do que estou sentindo.
Ontem à noite, quando Tzuyu segurou minha mão e... nós nos beijamos. Sim, nós nos beijamos. É estranho escrever isso; parece um segredo que estou revelando pela primeira vez, mesmo que você já saiba o quanto eu a observo de longe. Não sei como explicar, mas no momento em que os lábios dela tocaram os meus, era como se o mundo tivesse parado; como se estivéssemos apenas nós duas; como se aquela tempestade que eu sempre senti no peito finalmente tivesse encontrado paz.
Por que foi tão intenso? Será que ela sentiu o mesmo que eu? Fiquei tentando decifrar aqueles olhos, como sempre faço... mas com Tzuyu, nunca sei o que está escondido além do que ela me deixa ver.
E agora estou aqui, trancada em casa, olhando a chuva cair e me perguntando: o que vai acontecer com a gente? Eu nunca quis admitir isso, mas a verdade é que... eu gosto dela. Muito mais do que achei que seria capaz. Eu sempre achei que isso ia passar, que era uma admiração qualquer. Mas agora, depois do que aconteceu, só ficou mais forte.
Eu preciso de respostas, mas ao mesmo tempo tenho medo do que isso pode significar. E se tudo isso for apenas um momento que não vai se repetir? Mas talvez... seja melhor só deixar as coisas seguirem, como as ondas que vão e vêm.
Com amor,
SanaSana fechou seu diário e o deixou ali na escrivaninha de qualquer maneira. Ela foi até a cozinha e procurou algo para fazer; a chuva ainda estava forte e não sabia o que fazer. Naquele momento, seus hobbies pareciam inúteis. Talvez só o que pudesse fazer fosse ficar ali, olhando para o nada e esperando a maldita chuva passar.
xAo contrário de Sana, Tzuyu estava em aula. Por conta da chuva, as aulas práticas se tornaram teóricas. Sua turma era pequena, mas tinha algumas pessoas conhecidas ou gentis o suficiente para notar a presença dela, como Wonwoo.
O garoto entrou na sala e logo avistou Tzuyu, a qual acenou gentilmente para ele.
Tzuyu reparou que o garoto também não conhecia muitas pessoas ali e também observou seu comportamento; Wonwoo parecia fechado e quieto, porém gentil e bobo demais para um garoto. Decidida em se enturmar, Tzuyu levantou do seu lugar e se sentou ao lado dele. Ele estranhou o comportamento.
- Resolveu se enturmar? - ele diz arrumando a mochila na cadeira e tirando algumas balas e cadernos de dentro dela.
- Como adivinhou, cabeça de algas? - Tzuyu disse sorridente para ele.
- Esse apelido não cola, tá?
- Claro que cola! Você nadou muito bem na última aula; preciso de aulas. - ela disse coçando a nuca e rindo fraco.
- Sentou perto de mim para pedir ajuda então? - ele perguntou estreitando os olhos e apontando um chiclete para Tzuyu.
- Não! De jeito nenhum - Tzuyu puxou o chiclete da mão do garoto que estava levemente gélida. - Eu só... achei que pudéssemos ser amigos. - disse um pouco insegura.
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Entre as Ondas do Amor
FanficEm uma pequena cidade litorânea brasileira chamada Praia do Amor, Sana, uma talentosa surfista e barista, se prepara para o campeonato de surf mais importante da região. Ela é conhecida por sua personalidade vibrante e seu amor pela natureza. Por ou...