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"Oven Beach, praia mais extensa de toda ilha." - estava escrito em letras garrafais, em uma das placas coloridas que haviam por ali.
E só percebi a veracidade de tal fato quando a festa se tornou um grande ponto de luz no horizonte.
- Já não corremos o suficiente? - pergunto, usando toda a força do meu corpo para parar o de Maybank, cujo assente a minha pergunta.
Ofegando um pouco, me sento na areia.
- "Corremos" não, né? Andamos rápido, porque se dependesse só dos seus passos... - não posso evitar de revirar os olhos com sua provocação idiota.
- Me desculpa, é que eu não tô acostumada a fugir das pessoas. - ele bufa, seus olhos azuis se encontrando aos meus.
- Finalmente tá botando suas garrinhas pra fora... Tá virando uma kook perfeita, hein. - minha cabeça encharcada de bebida lateja um pouco. Como alguém poderia ser tão filho da puta assim.
- Ahn? - eu ri, sem um pingo de humor. - E você é o estereótipo perfeito de pogue, né?
- Pois é. - ele se aproximou. - Infelizmente, as pessoas não lambem minhas bolas só por ser quem eu sou, como fazem com você. - fechei minha mão apertando os meus dedos com raiva.
- "Como fazem comigo"? Você nem me conhece, porra! - passei as mãos pelo o rosto, sentindo minha visão ficar nublada.
O que ele pensa que sabe sobre mim?
Mas como ele saberia? Se tudo o que eu faço aqui é pra me distrair das palavras, da verdade, da minha realidade que era como um soco na boca do estômago.
Que tudo o que eu queria fazer durante esse tempo aqui em OBX era me convencer de que eu sou capaz de assumir algo grande, maior do que eu achava que podia aguentar.
Preparando-me para cuidar de um reino, com mais pessoas do que minha mente pode processar, quando eu não consigo nem cuidar de mim direito.
Me ergui rapidamente, sentindo minha pressão cair no mesmo instante. Meu corpo, ainda um pouco anestesiado, bambeou e logo pude experimentar o toque gélido das mãos do loiro, oferecendo ajuda.
Eu nego, retirando suas digitais de mim e sigo andando até uma escada de pedras cobertas de musgo.
- A saída não é por aí. - revirei os olhos pela centésima vez esta noite. - Você não vai querer conhecer os cracudos dessa praia. - estava a um passo de subir e, por mais que nunca tivesse ouvido falar de cracudos por essas praias, não estou pretendendo conhecê-los pessoalmente. Bufei.
- Eles, com certeza, não são piores que você. - murmurei, ainda sem dar o braço a torcer.
- Voltamos as ofensas? - retornei a encarar aquela cara de pau, levantando minhas sobrancelhas e pronta para o segundo round. - Tá bom, você venceu. - ele levantou as mãos, parecendo minimamente arrependido. - Vamos, vou te levar pro seu hotel.
