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Iria completar trinta minutos desde que acordou. Mas não tinha forças para se levantar da cama. O sol fraco da manhã já começava a ganhar força, dividindo seus raios solares para todos poderem sentir o calor. Dazai respira fundo, percebendo que seu nariz parecia um pouco entupido. 

Ele também não conseguia acreditar que tinha ganhado o número pessoal de um voluntário desconhecido do centro de valorização da vida. 
Dazai esfrega o rosto com força. Ele era louco, muito louco. 

"Te amar?" 

Me amar. 

"E como posso te amar se nem te conheço?" 

Mas você pode me conhecer. 

O homem riu na ligação, parecia achar engraçado seu pedido. Dazai sorriu pequeno com a risada gostosa do outro lado, escondendo metade do seu rosto no travesseiro, esperando os minutos passarem em silêncio. 

"Xxx-xxx-xxx. Me manda uma mensagem, posso pensar nessa proposta, Dazai."  

Dazai se envergonha ao pensar no quão rápido anotou o número de Chuuya antes do mesmo se despedir, falando que tinha mais duas ligações o esperando. Dazai se despediu lentamente, simplesmente fechando os olhos e se forçando a dormir, tentando não pensar. 

Fungando fortemente, ele puxa forças inexistentes e se senta na cama. Dando um olhar pela janela esquecida aberta, ele franze o cenho com o bom clima lá fora. Totalmente imprevisível, levando em consideração os últimos dias frios e nublados. 
Dazai suspira, movendo seu olhar para o celular. Seus dedos se coçam um pouco, querendo alguém para conversar, contar coisas aleatórias, gritar; Tudo para parar de ser prisioneiro de seus próprios pensamentos que rodavam em volta do nome Oda. Desviando o olhar, ele levanta, ignorando sua vontade e caminhando até o banheiro. 

Quando seu corpo nu encontra as gotas de água quente, Dazai deixa seus pensamentos no fundo da gaveta. Sentir o calor forte bater em suas cicatrizes impedia da sua mente flutuar por caminhos que ele lutava para não se perder mais. A dor o fazia se focar, mesmo que momentaneamente, nas coisas reais que aconteciam em sua vida. As coisas que muitas vezes passavam como metrôs rápidos, mal lhe dando tempo de ver quem está nos vagões. 

Seus colegas da faculdade. Seus colegas do trabalho. 

Dazai mal conseguia se lembrar de suas interações nesse último mês. Focado demais na própria dor para sequer se dar chance de manter relações. 

Seus dedos coçam novamente quando saí do banho, seu corpo vermelho e quente, ardendo. Ele cambaleia até sua cama, fazendo uma careta quando sua pele molhada gruda nos cobertores. Seu olhar novamente se encontra com o celular, jogado próximo ao travesseiro. Esticando seus dedos lentamente, ele alcança o aparelho, dando de cara com o papel de parede de uma foto qualquer que tirou do seus pés calçando seu All Star amarelo. Não havia nada demais nessa foto, tirando o fato de ter uma outra sombra além da dele. 

Coçando o olho direito, Dazai passa o dedo para cima, nunca tendo colocado senha no celular. 
Ele rapidamente entra no aplicativo de conversas, ignorando as mensagens do grupo do trabalho e focando no novo contato ali. 

Dazai não tinha prestado atenção antes, mas o contato "Chuuya" tinha uma foto de perfil. Clicando nela, ele observa as costas de um homem que parecia ser bem forte. Tinha os cabelos ruivos acima da metade da costas, um corte irregular. Seu rosto não era visível, apenas seu perfil, sendo iluminado por um forte sol contrastando com sua silhueta, o sombreando. 

Parecia bonito. 

Dazai 

| Você pinta seu cabelo? 

LOVE ME, soukoku Onde histórias criam vida. Descubra agora