Teias e Safiras {Miguel O'Hara × Felicia Hardy}

Capítulo 5 - Felicia

—O que estamos fazendo? — Perguntei com um sorrisinho nos lábios e passei minhas mãos por aqueles ombros enormes, cobertos por um jaleco e ouvi ele rosnar, me fazendo morder os lábios. —Faz isso de novo que mostro os peitos pra você.

Eu sorri vitoriosa quando ele desviou os olhos da tela holográfica de computador, por meu decote, mas logo voltou ao foco, voltando a me ignorar também.

—Eu estou tentando arrumar algum jeito de me comunicar com os aranhas que não estão presos aqui. Mas é difícil com uma irlandesa no meu ouvido! Se não vai se comportar, volte pro seu quarto.

—Vai fazer eu me comportar? — Ronronei no ouvido dele, ouvindo ele rosnar irritado de novo, me fazendo rir baixinho pelas provocações darem certo. Essa dimensão era tão mais interessante... —Eu sou britânica, não irlandesa!

—Só cale a boca! — Eu vi os músculos dele enrijecerem e acabei pensando um pouco, antes de começar uma massagem naqueles ombros. Não saber se ele teve uma "eu" era cativante...

—Você tinha uma Gata Negra, Miguelito? —Provoquei baixinho, ouvindo ele suspirar impaciente e afastar minhas mãos dele. Foi minha vez de bufar, enquanto ele me colocava sentada.

—Isso não é da sua conta, não é? —Ele parou de falar comigo, e eu olhei curiosa enquanto ele digitava coisas tão rápido que meus olhos mal acompanhavam. Até um ato de fúria dele me assustar, pulando da cadeira quando ele acertou a mesa com um soco bruto. Foi quando finalmente notei o grande "ERRO" na tela.

Meus olhos estavam nele de forma cautelosa, vendo como ele suspirava tentando se acalmar e notei as presas que tinha. Um aranha vampiro... Ele ficava cada vez mais interessante e minha atual diversão era testar esses limites. Mas agora parecia ligeiramente perigoso...

—Miguel... — Chamei ele baixinho e os olhos agora vermelhos estavam em mim, acabei arfando antes de tocar o rosto dele e ser afastada. Ele recusava qualquer aproximação e eu abaixei a mão, não querendo repetir o que aconteceu com Peter.

—Essas pessoas que estão aqui... Elas têm famílias! Querem voltar pra casa, querem ao menos avisar... Você entende o que eu estou fazendo aqui? — Eu fiquei calada enquanto ele falava. Aquilo tudo parecia injusto comigo, seja lá o que eu fiz, não foi de propósito. —Já não bastava eu ter que lidar com aquele pendejo do Miles Morales! Agora tenho uma gata pra adestrar.

—Eu não pedi pra estar aqui... — Repeti numa voz calma, vendo ele se alterar e acabei agarrando o rosto dele com ambas as mãos. Os olhos dele estavam em mim e meu estômago se revirou de uma forma engraçada. Que mania feia essa que ele tinha de me deixar sem fôlego.

—Eu sei que não. —Ele admitiu, olhando nos meus olhos e se levantou, tendo quase o dobro do meu tamanho e senti o polegar dele contra meus lábios. —Deveria tomar cuidado, não pode tratar desconhecidos assim.

—Só quero ajudar... — Tirar a culpa de mim ao menos, achava que participando e ajudando ele, me sentiria melhor. Soltei um pequeno gemido quando ele se aproximou e me olhou pelo feito, parecendo petrificado pelo o que fiz.

—Fique longe de encrencas... É o bastante... — Os olhos dele continuavam nos meus, como se tentassem enxergar mais, eu já estava completamente sem fôlego e mordi o lábio ao erguer meu queixo pra ele.

—Sabe que não posso prometer isso... —Arfei contra o polegar dele, que aos poucos entrou na minha boca e esfregou minha língua, me fazendo gemer baixinho, sentindo o dedo áspero.

—Miguel. Precisam de você na sala de comando. — Uma voz feminina soou, me fazendo olhar na hora o pequeno holograma estiloso com óculos enormes. —É sobre os portais.

Ele apenas me olhou antes de manter a postura, se afastando e concordando com a cabeça, tirando o jaleco e saindo apressado, colocando a própria máscara e me deixando ali. Puta merda, que homem...