Teias e Safiras {Miguel O'Hara × Felicia Hardy}

Capítulo 3

—O que quer dizer com "Os portais não estão funcionando"? —Miguel se aproximou de Jess, levando Felicia pelo braço como uma gatinha na coleira, e como tal, ela não estava gostando disso.

—Quero dizer exatamente isso. —Ela falou como se fosse óbvio, ele estava irritado e homens irritados não pensam direito, era isso o que Jess levava em conta quando se tratava de Miguel.

Jessica apenas se aproximou de uma mesa vazia, passando a mão no ar e de início Felicia a achou maluca, até ver a tela holográfica que se formou ali, com diversos pontos vermelhos brilhantes que instantâneamente piscaram antes de se apagar.

—Cada ponto é um Aranha de cada dimensão, estamos sem contato. Sem portais, sem  teletransporte e sem comunicação. —Ela explicou, como todos ali estavam presos na dimensão do Aranha de 2099 que estava enfurecido, seu corpo enorme completamente tenso e feição irritada que deixavam Felicia curiosa para saber os limites.

—Mierda! Isso é tudo culpa sua, gata. —Ele olhou a mulher irritado, que respondeu com um sorrisinho desafiador. Ele não poderia jogar ela em canto algum ou se livrar facilmente, agora ela era a responsabilidade do cara mais mal humorado dali.

—Eu não fiz nada! Mas não vai me dizer que isso não é interessante... Vamos aranha-morcego... Considere isso como uma nova aventura... —Ela não estava nada preocupada, ver Miguel enlouquecendo a deixava feliz.

—Ei, calada. —Ele a segurou pelo maxilar que acabou soltando um ofego em surpresa, com o ar prendendo em seus pulmões com o homem enorme em sua frente, ele no mesmo instante se arrependeu e a soltou. —Enquanto eu tento resolver a besteira que você fez... Você vai ficar quieta e comportada, ouviu Felicia?

—Diz meu nome assim de novo... —Ela provocou o olhando, ouvindo risadinhas de Gwen que até então estava adorando ver Miguel prestes a surtar de raiva.

—Gwen, tire ela da minha frente... O calabouço se for possível. —Ele falou, se virando apenas para a tela holográfica enquanto Felicia parecia indiferente com a ameaça. Ela já tinha sido presa tantas vezes que uma prisão futurística já não parecia a pior coisa.

Então ela acompanhou Gwen que tagarelava sobre como já tinha ouvido sobre a Gata Negra e como a admirava, pedindo até mesmo um autógrafo.

—Então... Um calabouço? Isso parece Medieval, não? —Ela chegou até uma porta de titânio chique que abria automaticamente com botões do lado.

—Ah, não ligue pra isso... Ele não estava falando sério, não podemos fazer nada com você agora até descobrir como veio parar aqui, o que te trouxe e o que bagunçou nossos portais.

—Maravilha, mais alguns anos cercada de Aranhas... Sem ofensa.

—Não estou ofendida, na verdade estou adorando... Ver alguém desafiando Miguel e ele não podendo "demitir" é incrível. E eu bem que queria mais mulheres por aqui. —Ela deu uma piscada, fazendo Felicia rir. —Vou te deixar sozinha, deve descansar um pouco e amanhã pensamos melhor nisso.

Gwen saiu e Felicia pode admirar seu quarto futurístico em paz, vendo os tons de preto e os metais que deixavam o quarto escuro e frio, mas com uma parede completamente feita de vidro, deixando a vista da cidade futurística pela noite completamente bonita.

Felicia suspirou ao lembrar da conversa com seu Peter, não conseguindo deixar de se sentir tão insignificante enquanto tirava suas vestes para um banho, passando minutos ali até descobrir um dispositivo no armário que dava a roupa que ela quisesse. E assim ela fez, escolheu uma bela camisola preta decotada e acabou ouvindo a porta bater.

Ao abrir a porta, ela se surpreendeu ao ver Miguel usando um pijama, uma calça de moletom e uma simples camisa branca que marcava os músculos. "Quem é Peter, mesmo?" ela pensou, ofegante e se sentindo tão quente pelo moreno em sua frente.

Já Miguel, passou segundos encarando o corpo obviamente macio de Felicia, as coxas grossas e curvas tão bonitas, os seios fartos presos naquele decote que ele estava louco pra rasgar... O cabelo branquinho dela ainda estava molhado, deixando ela irresistível, ainda mais quando ele finalmente a olhou sem a máscara de Gata Negra.

Ela estava ansiosa, pensando se já era hora de pular naquele homem e cavalgar até amanhecer, mas foi desperta de seus pensamentos quando Miguel tossiu, chamando sua atenção e entregando uma espécie de pulseira para shows.

—Sua pulseira de visitas... Se passasse tanto tempo aqui sem uma dessas poderia colapsar e se desintegrar por estar na dimensão errada. —Ele falou, se aproveitando da situação para tocar a pele macia dela, colocando a pulseira em seu pulso.

Ele estava instigado. Felicia parecia tão pequena e frágil além de suas curvas imensas que o enlouqueciam, não seria exagero em dizer que a mão inteira de Miguel cobria o rosto delicado dela. Mas ele soltou o braço dela quando se sentiu quente, assim como ela que soltava arfares pesados e enfiou as mãos nos bolsos de sua calça.

—Vá dormir, se estiver dormindo não vai causar problemas, gata de rua... —Miguel falou sério, disfarçando seu desejo e saiu andando, deixando Felicia louca pelo seu toque quente.