capítulo 2

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                         Laços Fortalecidos

A presença de Veldora se tornou uma constante na vida de Rimuru, tanto em momentos de paz quanto nas batalhas e decisões. A cada dia, a conexão entre eles parecia crescer. Aos olhos de outros, eles eram amigos próximos, mas, entre os dois, as coisas começavam a evoluir para algo mais.

Certa manhã, enquanto Rimuru revisava alguns documentos na sala do trono, Veldora apareceu, como sempre, com sua energia de sempre.

"Rimuru! Você sempre está atolado nesses papéis!" reclamou o dragão. "Quando vamos sair para uma aventura?"

Rimuru riu, se divertindo com o modo direto e impaciente de Veldora. "Você sabe que eu sou o líder de Tempest, né? Tenho responsabilidades."

"Responsabilidades chatas, isso sim," Veldora bufou, cruzando os braços. "Que tal uma pausa? Vamos, eu ouvi dizer que há uma floresta ao norte cheia de criaturas interessantes!"

Rimuru olhou para Veldora, refletindo por um momento. "Quer saber? Acho que uma pausa não faria mal," ele sorriu. "Vamos lá. Vai ser bom sair um pouco."

Ao chegar na floresta, eles se embrenharam na vegetação densa. Veldora guiava o caminho com entusiasmo, seu olhar atento a qualquer sinal de criaturas. Rimuru o seguia de perto, aproveitando o momento para relaxar ao lado do dragão.

"Então, o que você acha de Tempest?" Rimuru perguntou, querendo ouvir a opinião sincera de Veldora.

"Tempest é um lugar... diferente," respondeu Veldora, olhando para o horizonte. "Eu já vivi por séculos, mas nunca tive um lar verdadeiro. E aqui, com você e todos os outros... sinto que, finalmente, pertenço a algum lugar."

Rimuru ficou tocado com as palavras dele. "Eu também sinto o mesmo. Antes, eu era apenas um slime, e estava sozinho. Mas tudo mudou desde que te conheci, Veldora."

O dragão sorriu, e então colocou a mão no ombro de Rimuru, de um jeito suave e ao mesmo tempo protetor. "Você é mais do que um simples slime, Rimuru. Para mim, você é especial."

Rimuru ficou em silêncio, sentindo o peso daquela afirmação. Era raro ver Veldora tão sério e vulnerável. Ele olhou nos olhos dourados do dragão, sentindo uma mistura de emoções que ele próprio não sabia explicar.

Mais tarde, eles pararam ao lado de um rio para descansar. Veldora sentou-se na margem, observando a água corrente, enquanto Rimuru se transformou em sua forma humana para sentar-se ao lado dele.

"Veldora... eu nunca pensei que um dia eu sentiria isso," Rimuru começou, hesitante. "Você sempre esteve comigo desde o início, mas agora parece... diferente."

"Diferente como?" Veldora perguntou, virando-se para ele.

"É difícil explicar," Rimuru respondeu, com um leve sorriso. "Eu me sinto mais completo com você ao meu lado. É como se... nós dois tivéssemos uma conexão única. Algo que vai além de amizade."

Veldora ficou em silêncio por um momento, digerindo as palavras de Rimuru. Finalmente, ele suspirou, como se estivesse aliviado. "Eu também sinto o mesmo, Rimuru. Talvez seja porque compartilhamos nossas almas quando você me libertou, mas sinto que, desde então, você é uma parte de mim que eu nunca soube que faltava."

Rimuru sentiu o coração acelerar com as palavras de Veldora. Sem pensar, ele estendeu a mão, que foi prontamente segurada pelo dragão. Ambos ficaram em silêncio, apenas aproveitando a proximidade e o conforto da companhia um do outro.

Quando retornaram à cidade, era quase noite, e as luzes de Tempest iluminavam as ruas com um brilho caloroso. Rimuru e Veldora caminharam juntos até o castelo, conversando sobre coisas triviais e rindo de piadas internas.

Ao chegar na entrada do castelo, Veldora parou, virando-se para Rimuru. "Obrigado por essa aventura, Rimuru. Foi... especial."

Rimuru sorriu, retribuindo o olhar intenso de Veldora. "Acredite, foi especial para mim também."

Por impulso, Rimuru aproximou-se e deu um abraço em Veldora. Surpreso no início, o dragão retribuiu o abraço, envolvendo Rimuru com seus braços de forma protetora. Os dois ficaram assim por alguns instantes, compartilhando um momento que parecia íntimo e eterno.

Naquela mesma noite, Rimuru não conseguia dormir. As palavras e o toque de Veldora ainda estavam frescos em sua mente, o deixando agitado. Ele decidiu sair para o jardim do castelo, em busca de ar fresco.

Para sua surpresa, Veldora estava lá, observando o céu estrelado. Ele parecia distraído, com uma expressão serena e pensativa.

"Veldora?" Rimuru chamou, aproximando-se devagar.

Veldora se virou, sorrindo ao ver Rimuru. "Não consegue dormir?"

Rimuru balançou a cabeça. "Não... acho que ainda estou pensando no dia de hoje."

Veldora suspirou, parecendo entender. "Eu também. Rimuru, posso te perguntar uma coisa?"

"Claro," respondeu ele, curioso.

"Se... você não tivesse me libertado, acha que teria encontrado essa felicidade que sente agora?" Veldora perguntou, com uma vulnerabilidade rara em sua voz.

Rimuru pensou por um momento. "Não. Eu... eu nunca teria encontrado um lugar ao qual realmente pertenço, nem teria alguém como você ao meu lado. Você é especial para mim, Veldora."

O dragão sorriu, dessa vez um sorriso gentil e genuíno. "Então eu fico feliz, Rimuru. Porque você também é especial para mim."

Eles ficaram em silêncio, ambos contemplando a profundidade do que sentiam. Finalmente, Veldora se aproximou e, com cuidado, segurou a mão de Rimuru novamente, entrelaçando seus dedos. Os dois ficaram ali, sob o brilho das estrelas, como se o mundo ao redor desaparecesse.

Era uma nova fase em suas vidas, e ambos sabiam que, juntos, enfrentariam qualquer desafio que surgisse. Rimuru e Veldora agora tinham um ao outro – e isso era tudo o que precisavam.

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