A arte de ser vulnerável

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Você sempre se sentiu superior a mim
Tão contido sobre suas emoções
Mas não somos muito diferentes
Nossas dores não são tão diferentes
Ambos nos sentimos abandonados
Ambos nos sentimos rejeitados de alguma forma
Ambos não sabemos lidar com o amor
Porque de alguma forma não souberam
Amar nossas crianças do passado
Ambos misturamos a adrenalina com a diversão
Beiramos o perigo e a loucura
Para sair do tédio
Impulsividades
Olhamos para a vida de forma quase desdenhosa
Porque achamos de alguma maneira que não faremos falta aos que estão a nossa volta
Nos culpamos e achamos que devemos ser punidos de alguma forma as vezes
Nossas crianças do passado foram de alguma forma terrivelmente machucadas
E tiveram que esconder os machucados e dores
Sufocaram os gritos e engoliram as lágrimas
E crescemos com dores escondidas

Nossas almas tão escuras
Nossos corpos tão vazios
Nossos rostos mascarados com sorrisos
Nossas histórias contadas pela metade
Nosso falso auto controle
Um encontro patológico
Um espetáculo de falácias diante dos olhos dos outros
Mas não um do outro
Como um espelho refletido
Sabemos o que tem por trás

Só que em um determinado momento resolvi mostrar
Expor minha vulnerabilidade
Expor minha humanidade

Há uma frase da psicanálise que é
"O que me incomoda no outro diz mais sobre mim do que o outro"
E sempre foi um incômodo para você
Minha vulnerabilidade
Para alguém que não consegue
Se expressar
A vulnerabilidade do outro
É insuportável


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Nota da autora: É proposital a falta de imagem neste texto!

Todas as palavras não ditasOnde histórias criam vida. Descubra agora