Capítulo 2

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"Trabalhar com uma chefe grossa, arrogante e estúpida não é ruim, difícil mesmo é ter saudades dela quando conhece a sua mais nova patroa..."

Sofia

Ao chegar em casa me deparei com Ayla, minha filha, desenhando na sala enquanto minha mãe preparava o almoço.

Fiquei na altura dela, e após fitar seus olhos castanhos esperançosos, logo tratei de informar as boas novas.

– Tenho uma novidade para você, raio de sol.

– O que é, mamãe?

– Arrumei um emprego.

– Eba!

Abracei minha filha, ela sabia o quanto a palavra "emprego" era importante para mim, já que conversávamos sobre o assunto de forma corriqueira.

Apesar de ser novinha e ter completado 5 anos mês passado, Ayla é esperta em alguns assuntos, e entende muita coisa que falo.

– Vou conversar um pouco com a vovó. Rapidinho volto para colorir com você, certo?

– Uhum.

Fui na direção da minha mãe e dei-lhe um grande abraço apertado.

Ela se chama Fernanda, e tem 55 anos de idade.

Ela trabalha desde os 15 anos, e sente prazer no que faz.

Posso afirmar que devo tudo a ela. Fui auxiliada desde que me entendo por gente.

Me recordo dela segurando a barra em momentos que eu não tinha a menor perspectiva de assuntos ao meu redor se ajeitarem.

– Pelo visto está feliz. – sorriu sinceramente enquanto ajeitava a cozinha.

– Sim. Fui procurar alguns esclarecimentos sobre a vaga de trabalho que me ofereceram, e é tudo verídico. O salário é aquele e consegui a vaga do emprego.

– Parabéns, filha. – sua face se tornou alegre instantaneamente.

– Nós duas sabemos que estamos passando certas dificuldades, e...

Não continuei a falar por alguns segundos. Acabei relembrando de um passado não muito distante onde tivemos que deixar de comer para Ayla ter algo para se alimentar.

Meus olhos se encheram de lágrimas, e balancei a cabeça tentando esquecer isso por um momento.

– Filha...

– Nunca mais quero ver a Ayla pedindo um prato de comida e não ter refeição alguma em casa. Isso é inadmissível para mim como mãe. Sinto que fui falha.

Minha mãe trabalha como diarista em alguns dias. Moramos na mesma casa e dividimos as despesas. Nem sei dizer o quanto é importante sua ajuda, sem ela eu não seria nada.

Como a família Rogers se mudou há alguns meses, fiquei desempregada nesse período, e com isso ajudei minha mãe trabalhando de faxineira em alguns lugares, isso quando podia levar Ayla comigo, algo esporádico.

– Não se culpe, filha. – tocou em um dos meus ombros. – Você não poderia imaginar que o André te deixaria antes do casamento.

– Só que ele me deixou.

– Sua vida irá melhorar. É só ter fé, meu anjo.

No fundo tinha esperança pelas suas palavras, contudo, ainda estava receosa com o rumo da minha vida.

[...]

Neste exato momento estou na sala de estar da mansão em que irei trabalhar.

Analisando rapidamente o lugar vejo um ambiente bem trabalhado, há de se destacar.

The Lost - StaliaOnde histórias criam vida. Descubra agora