Capítulo 7

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"Temos que lidar com as decepções dia a dia, já que não controlamos nossos pensamentos..."
                  
Natália

Há quanto tempo eu não pego uma mulher em casa e levo em qualquer lugar que seja?

Anos!
                 
Não sabia nem ao menos se isso havia ficado ultrapassado, ou se as mulheres modernas gostam de mulheres que fazem algo assim, só que eu já havia feito a merda de convidá-la, então...
                    
Sim, eu repensei em casa, e percebi que não foi uma boa ideia, já que ela conversa demais. A questão agora é outra.                   

Quando a vi saindo de sua casa, com aquele vestido vermelho cor vinho...                   

Eu não consigo explicar como é o vestido, porque para mim é um vestido vermelho vinho, simples assim, só que no corpo de Sofia ele ficava perfeito.

Sei que se as mulheres, exceto eu, fossem falar dele, diriam algo sobre o tecido, malha, comprimento, textura, entre outras coisas. Eu imaginava além, queria saber a todo custo o que esse vestido cobria.                     

– Por que está me olhando assim?                   

– Defina "assim". – falei, mas entendi bem o seu questionamento.                   

– Ah, sei lá, diferente. Você entendeu... – falou baixinho, e percebi instantaneamente vergonha em seu rosto.                   

– É coisa da sua cabeça.                   

Não era...

– Tudo bem.                    

O silêncio permaneceu por alguns minutos, e vi que ela não estava à vontade em minha presença. Posso dizer o mesmo, já que não sou a melhor anfitriã para nada, na verdade sou a pior possível.
                   
Quando Sofia está trabalhando, tanto eu quanto ela nos evitamos, e por enquanto tudo está indo bem, só que ter de encará-la desse jeito está dando um nó em minha cabeça, já que esse vestido...                

– Por quanto tempo ficaremos neste lugar? – me tirou dos meus pensamentos sobre o seu corpo, e pude olhar para ela com mais liberdade.

Ainda não sabia se observá-la com mais afinco seria bom para o meu psicológico.

– O menor tempo possível. – falei firme e ela soltou uma risadinha abafada. – O que foi?! – grunhi.

— Não é nada. Pensei que fosse necessário "fazer uma moral", e...                  

— Não preciso disso! — a cortei, irritada. — Eu tenho confiança no meu trabalho, e as pessoas que me contratam também. Sou simples e prática. Estou indo por uma pressão desnecessária.                 

– Eu só disse que...                    

– Não diga! – a cortei novamente. – Só faça o que eu lhe pedi. Seja uma boa companhia, e não me dê trabalho.                   

Percebi quando a loira me fuzilou com seus olhos azuis. Ela não tinha culpa de eu ser uma mulher tão grossa e amargurada, mas não consigo voltar ao passado e ser aquela Natália.

Não mais...

[...]

Sofia

A cada segundo que eu passava no carro dessa mulher mais eu tinha vontade de sumir.

The Lost - StaliaOnde histórias criam vida. Descubra agora