Newt's point of view— Tem certeza disso, Newt? — perguntou Minho, entregando uma faca ao loiro.
— Claro que não. — Newt respondeu com uma risada nervosa, o humor sarcástico tentando disfarçar a tensão.
— Olha só — Minho lançou-lhe um olhar divertido, mas sério. — Se eu morrer arriscando minha vida pra salvar o Thomas só porque você tá apaixonadinho, eu volto pra puxar seu pé e te levo junto, entendeu?
Pela primeira vez no dia, Newt soltou uma risada genuína. Era bom saber que, mesmo em meio ao caos, Minho continuava sendo Minho, seu apoio inabalável.
— Isso não é só por ele, tá bem? — Newt desviou o olhar para o outro lado, onde Chuck, atrapalhado como sempre, tentava juntar suas coisas de forma desajeitada. — Esse lugar nunca foi nossa casa, temos que sair daqui.
— Aqui, achei mais essas. — Minho entregou uma pequena a caçarola e alguns objetos improvisados como armas.
Passar por Gally não seria dificil, ainda mais com Minho ao lado, mas o Labirinto... isso sim seria complicado.
Quando se aproximaram da entrada, Newt avistou Thomas caído no chão e Teresa amarrada, com Gally em pé ao lado, fazendo um discurso inflado sobre "patriotismo" e sacrifício, tentando justificar suas ações. Mas Newt conhecia Gally o suficiente para enxergar além das palavras. Sabia que aquele discurso era movido mais pelo medo e pela inveja do que por convicção.
Ao longo dos anos que passaram juntos, Newt viu Gally, do seu jeito, ajudar a construir algo que trouxesse a todos uma sensação de lar e segurança. E, por muito tempo, isso funcionou. Mas agora, esse lar não existia mais. A segurança se fora. E Gally não conseguia — ou não queria — enxergar a realidade.
— Estão ouvindo isso? Por que estão todos parados? Ele é louco! — disse
Teresa, ainda amarrada.— Cala a boca! — respondeu Gally de forma ríspida.
Newt observava, impressionado com a capacidade de Gally de sempre tentar manter o controle, mesmo nas piores situações.
— Se ficarem aqui, os verdugos vão voltar. Eles vão continuar voltando até que todos estejam mortos. — Teresa insistiu, ignorando as ordens de silêncio.
— Cala a boca! — gritou Gally novamente. "Além de tudo, criativo", pensou Newt, com sarcasmo.
Foi nesse momento que Minho e Newt trocaram olhares. Entendendo o sinal, Thomas golpeou o clareano que o segurava, e Newt avançou com a faca, enquanto Minho impedia que Gally interferisse. Em poucos segundos, os quatro — agora acompanhados por Chuck e Winston — seguiram em direção à entrada do labirinto.
— Você é cheio de surpresas, não é? - indagou Gally, com desprezo.
— Você não precisa vir com a gente, mas nós estamos indo. Se alguém quiser vir, essa é a ultima chance - disse Thomas, em um tom firme.
— Não escutem ele. Ele só quer assustar vocês! — protestou Gally, tentando manter o grupo sob seu controle.
— Não estou tentando assustar ninguém. Já estamos assustados. Eu estou assustado. Mas prefiro arriscar minha vida lá fora do que passar o resto dela preso aqui. Este lugar não é nossa casa. Fomos trazidos e trancados aqui. Lá fora, pelo menos, temos uma escolha, e eu vou sair daqui. Isso eu sei.
Antes que Gally pudesse protestar de novo, alguns clareanos começaram a se aproximar, pouco a pouco, decididos a seguir Thomas.
— Gally, acabou. Por que não vem com a gente? — disse Thomas, em um último esforço.
