Capítulo 7

327 38 6
                                    

Marcos

Passei o resto da semana me dividindo entre a agência e a faculdade. Nunca pensei que iria demorar tanto pra chegar, enfim, sexta-feira.

Essa semana foi bem puxada. Tivemos alguns problemas com clientes, o que acabou me estressando muito e me deu pouco tempo para organizar minhas aulas, corrigir trabalhos das turmas e começar a pensar nas provas finais que tenho que preparar.

Sinceramente estou pensando em deixar de ser professor e me dedicar somente à agência. Minha empresa é o que vem me rendendo mais lucros, e estresse, ultimamente. Mas minha paixão por lecionar, ensinar novas mentes não deixa eu fazer isso. Além disso, eu não veria mais minha pequena.

É só pensar nela que meu pau ganha vida e um sorriso bobo aparece na minha cara. Nunca fui de me apaixonar assim, mas à algo em Camila que me atrai, que faz eu quer estar perto dela a todo instante. Ter que dar aula para ela somente uma vez por semana é ruim demais, nos dias restantes quase a não vejo pela universidade, e quando chega de novo a segunda-feira, meu coração só falta pular do meu peito e ir atrás de sua dona.

Sim, Camila já é dona dele. Mas meu maior medo é de investir nela e acabar, ou perdendo meu emprego, ou ela ser expulsa da faculdade. Por mim não tem problema, eu sairia do emprego que tanto amo se for por ela, mas fazer ela ser expulsa, a pouco menos de um ano de se formar, não é algo que me agrada muito. Melhor afastar esses pensamentos ruins e concentrar no caminho à minha frente. Andar de moto, com o transito que estar, sem prestar atenção pode ser muito perigoso.

***

Chego em casa cansado e quase sem vontade para sair, mas como foi eu que combinei tudo, vou ter que ir. E ainda tenho a sensação de que algo muito bom vai acontecer hoje.

Mal abro a porta do apartamento e um cheiro delicioso de queijo derretido invade meu nariz. Jogo o molho de chaves no aparador ao lado da porta e sigo direto pra cozinha.

Lá encontro Bianca mexendo na sanduicheira e o liquidificador ligado. E minha cozinha estava uma bagunça só. A bancada estava cheia de farinha, casca de ovo, utensílios sujos e na pia uma forma queima. Acho que minha irmã tentou fazer outro bolo e não deu certo.

— Bianca? Passou um furacão por aqui foi?

— Ahn? — ela vira e ao me ver arregala os olhos — O-oi Marcos! Eu tentei fazer um bolo como o outro para nós comermos antes de ir pro bar e deixar pra tomar café amanhã, mas como tu vistes, não deu muito certo — ela diz com um olhar culpado.

— Como é que em um dia você faz um bolo direitinho e no outro não?

Dando de ombros, esliga o liquidificador e tira os sanduiches da sanduicheira, o cheiro de queijo derretido se intensifica e meu estomago ronca.

— Isso foi seu estomago ou o motor de um carro muito velho Marcos? — Bianca pergunta gargalhando do barulho que minha barriga fez.

— Sua besta — dou um peteleco na cabeça dela e ela sou um "au isso doeu" bem baixo — Não comi nada desde a hora do almoço, tô morto de fome.

— Chato — ela me dá língua e eu devolvo. Estamos parecendo duas crianças teimosas, mas desde pequenos nos tratamos assim. É normal isso na nossa relação e o que nos matem unidos como irmãos.

— Senta aí que eu vou te servir e depois vou tomar banho e me arrumar para sairmos.

— E essa bagunça? Eu não vou arrumar isso pirralha.

— Deixa ai que amanhã eu chamo uma diarista pra limpar tudo. E para de me chamar de pirralha!

— Tá, que seja. Sirva-me logo mulher — falo caçoando dela e batendo na bancada como um homem bruto. Mais uma vez ela me fuzila com o olhar, mas não diz nada.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 17, 2015 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Amor PublicitárioOnde histórias criam vida. Descubra agora