sombras do passado

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Quando Ace acordou já era tarde e surpreso encarou o quarto e colchão pensando em tudo que foi feito e falado na noite anterior. Sorriu um pouco por um tempo antes de sentar ainda meio desorientado.

O cheiro de comida era algo presente quase sempre naquela casa, então nem se surpreendeu saindo da cama para ver se Luffy ainda estava dormindo. Já deveria ser bem tarde mesmo, seu filho não estava no quarto e Ace logo pensou que aqueles dois estariam na cozinha. Não errou, encontrando o pequeno na mesinha montada no canto desenhando e conversando com Marco que terminava algum prato. Na verdade, o balcão estava cheio de comida.

- Bom dia?

Marco o olhou surpreso com um sorriso de canto e Luffy logo gritou pelo pai correndo para abraça-lo.

- Bom dia, flor do dia, já ia te chamar. Venha comer enquanto está quente.

O loiro agia normalmente, mas Ace sentiu o peito agitado e rosto quente e se aproximou se sentando em frente o balcão com o filho nos braços. Luffy já tinha lanchado, mas não negou comer novamente agora com o pai e o ossan. Nem tinha reparado que Marco não tinha comido antes.

Eles passaram um tempo assim conversando e Marco flertando com o moreno que não sabia como parar de sorrir, mesmo tentando e devolvia as provocações. Quando terminaram Ace ia subir com o filho para trocá-lo e Luffy correu na frente animado em escolher uma roupa para irem passear.

- Não corre nas escadas Luffy! - Ace gritou pela milésima vez antes de se sentir ser puxado pelo Phoenix que sorria.

- Cadê meu beijinho de bom dia, hein?

Ace entrou na brincadeira sorrindo em seus braços e levantando as sobrancelhas.

- É um pré-requisito?

- É sim... - E o beijou sentindo o sorriso bonito entre seus lábios. Só se afastaram quando escutaram Luffy gritar pelo pai.

- Vou lá. - Se afastou sem jeito, mas ainda o deu um selinho rápido antes de sair.

Marco somente sorriu voltando para suas panelas.

...

Os dias passaram tranquilos assim enquanto exploravam seus sentimentos e a convivência que já estavam acostumados. Olhando de fora não parecia ter mudado muito.

Ace passava o dia dividindo sua atenção com Luffy e o restaurante, felizmente o menino adorava brincar sozinho e quando não estava distraído em brinquedos ele tinha a companhia das crianças dos vizinhos ou da família de Hancock que iam ao restaurante só para isso. Os três faziam todas as refeições juntos e Marco ainda lia histórias para Luffy antes do menino adormecer e ser levado para a cama pelo pai.

Eles não passaram a dormir juntos depois daquela noite mesmo desejando isso. A relação deles ainda parecia a mesma de sempre. Mas para quem olhava mais de perto perceberia que os flertes eram constantes junto dos toques carinhosos. Como estarem de mãos dadas em meio a uma conversa, mesmo que chata sobre finanças e estoque, ou os olhares brilhantes que se perseguiam.

Ao mesmo tempo que se sentia tão acanhado, tímido e ansioso na companhia daquele homem Ace tinha certeza que nunca se sentiu tão à vontade e... Feliz. Ele sentia que Marco e aquele lugar eram parte dos melhores momentos de sua vida. E secretamente desejava que não acabasse jamais, que pudesse os ter pelo resto de sua vida. Mesmo sendo tão pessimista e pensando que tudo estava bom demais para ser verdade ainda sussurrava todas as noites que estivesse errado.

Todos aqueles sentimentos somente se tornaram mais fortes e urgentes durante aqueles dias e não foi surpresa Ace chegar em seu limite. Ele estava evitando falar sobre seus sentimentos ou mesmo dormir outra vez uma noite inteira ao lado daquele homem. Tudo culpa de seu medo de ser feliz demais, de tudo estar rápido demais ou até com expectativa demais.

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