Dormir com ele não foi desconfortável, foi ao contrário disso.
Me senti confortável e segura ao mesmo tempo.
Meu coração ainda estava em um ritmo lento, resquícios do sono profundo.
Ao virar minha cabeça, meu olhar encontra um rosto que faz seu pulso acelerar.
Ele ainda está deitado ao meu lado, tendo um sono profundo, com cabelos castanhos ondulados que caem suavemente sobre sua testa.
Seus olhos estão fechados, mas eu pude imaginar o brilho que eles teriam se estivessem abertos.
A pele é perfeita, sem uma única imperfeição, com um tom de bronzeado.
Seu nariz é reto e elegante, e os lábios, cheios e rosados.
Ele respira suavemente, com um ritmo tranquilo que contrasta com o turbilhão de emoções que agora surgem dentro de mim.
Eu sinto uma sensação de conforto e segurança ao seu lado, como se estivesse protegida por um escudo invisível. O calor de seu corpo se irradia para mim, fazendo com que eu me sinta envolvida em uma aura de tranquilidade.
Meu olhar vagueia pelo torso definido, pelos músculos dos braços e pelas mãos fortes que repousam sobre o cobertor. Sinto uma vontade irresistível de tocar sua pele, de sentir a textura macia e quente.
Sua pele era tudo como imaginei. Aliso sua bochecha com suavidade.
Seus olhos se abrem
Retiro minha mão de seu rosto
Seu olhar se encontra ao meu, me dando uma pequena vergonha.
Um sorriso se abre em sua boca, me deixando com mais vergonha.
...
Henry tinha saído do meu quarto, mas eu ainda estava em um transe, deitada na cama, pensando no que tinha acontecido entre a gente.
"eu estou me apaixonando?"
Levanto e me olho num espelho do quarto
"EU TAVA ASSIM?"
Surto ao perceber meu cabelo bagunçado.
...
Saio do quarto mais arrumada agora, e vou em direção ao banheiro, preciso escovar os dentes.
Escuto o barulho do chuveiro ligado por trás da porta
"ué, tem alguém aí dentro"
Olho pelo resto da casa para ver se os primos e o Heitor tinham chegado. Mas não, eles ainda estão "trabalhando".
"Será que eles trabalham com oque?"– me bate curiosidade
Volto para a porta do banheiro, o chuveiro ainda estava ligado
Coloco meu ouvido na porta
Além do chuveiro, havia outro barulho
"QUÊ? NÃO!"
Saio imediatamente de perto da porta, ao ouvir um pequeno gemido dele.
"por que ele foi no banheiro do quarto dele?", em todo só quartos tem banheiro, menos no meu, e ele sabe disso"
"ele fez de propósito"– penso
"oque eu faço agora?"
Entro no quarto dele
Não tem bem o que fazer aqui, as coisas que eu preciso estão no outro banheiro.
"eu com certeza não deveria estar aqui"– penso
Chego perto da sua mesa com o Pc e os diversos equipamentos que ele possuía.
Abro as gavetas de sua mesa
Nada de interessante.
"perai"
Na última gaveta havia uma agenda preta.
Abro
"é um diário?"
Começo a ler as páginas.
...
*Diário de Henry*
Pág 1
Eu não sei como começar a escrever sobre minha infância. Ela foi marcada por dor, medo e confusão. Meu pai era um monstro, um psicopata que maltratava meu irmão e eu de maneira cruel. Nós vivíamos em um inferno, com mulheres diferentes entrando e saindo de nossa casa, forçadas a ficar com ele.
Eu me lembro das noites em que meu irmão e eu nos escondíamos debaixo da cama, ouvindo os gritos e os choros das mulheres. Meu pai era um homem grande e forte, com olhos que pareciam queimar de raiva. Ele nos batia por qualquer coisa, por nada.
Mas meu irmão e eu nos apoiamos mutuamente. Nós éramos tudo o que tínhamos.
pág 3
Um dia, decidimos que não aguentaríamos mais. Planejamos nossa fuga, escondendo dinheiro e roupas em segredo. Foi uma noite de terror, mas conseguimos escapar.
Denunciamos meu pai à polícia e ele foi preso. Nós fomos para um orfanato, onde começamos a reconstruir nossas vidas.
Pág 4
No orfanato, conhecemos pessoas bondosas que nos ajudaram a curar nossas feridas. Meu irmão e eu crescemos juntos, apoiando-nos mutuamente.
Quando atingi a idade mínima para trabalhar, saí do orfanato e comecei a me virar sozinho com meu irmão. Foi difícil, mas não desistimos.
Pág 5
Um dia, conhecemos dois primos, Pietro e Peter. Eles nos acolheram em sua casa e nos deram um lar. Nós finalmente tivemos um lugar para chamar de nosso.
Pág 6
E então, eu a vi. Júlia, uma moça linda que trabalhava em uma cafeteria. Eu fiquei paralisado, meu coração batendo forte. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas eu sabia que queria conhecê-la melhor.
E agora, eu não consigo parar de pensar nela. Eu sinto uma conexão que nunca senti antes. É como se eu tivesse encontrado uma parte de mim mesmo que eu não sabia que existia.
Eu sei que meu pai era um homem mau, mas eu também sei que eu não sou como ele. Eu quero ser melhor, eu quero ser digno de amor.
E eu acho que Júlia pode ser a chave para isso.
...
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o pisicopata
FanfictionJulia, uma jovem barista, leva uma vida tranquila trabalhando em uma cafeteria. No entanto, sua rotina é perturbada quando atende a um cliente misterioso chamado Henry. Desconhecida por Julia, Henry é um psicopata que se torna obcecado por ela após...