"Was such a bad idea 'cause now everything's wrong"
A MANHÃ NO BUNKER ESTAVA MAIS SILENCIOSA QUE O NORMAL. Dean e eu não trocamos muitas palavras desde ontem à noite, mas Sam, como sempre, percebeu. Ele fazia comentários aqui e ali, mas tudo que conseguia de nós eram respostas vagas ou um silêncio desconfortável.
Finalmente, Dean nos chamou para o Impala. Sam olhou para nós com um leve arqueio de sobrancelha, mas não comentou nada sobre o clima estranho. Seguimos para investigar um ataque suspeito de lobisomem em uma cidade próxima.
Ao chegarmos, fomos direto até a delegacia. O xerife, um homem alto, simpático e com um sorriso fácil, nos recebeu. Quando Sam explicou que estávamos lá para ajudar na investigação, ele pareceu focar em mim, com um olhar apreciativo.
— Bem-vinda à nossa cidade, — disse ele, um pouco mais caloroso do que o necessário. — Se precisar de alguma coisa... ou de um guia, sabe onde me encontrar.
Eu sorri, tentando ser educada. — Obrigada, xerife. Agradeço a hospitalidade.
Antes que eu pudesse dizer algo mais, senti a mão de Dean pousar firme na minha cintura, me puxando para mais perto. Ele se inclinou e sussurrou em meu ouvido, a voz baixa e carregada de implicância.
— É melhor parar, ele não parece confiável.
Senti minhas bochechas esquentarem, mas mantive a compostura, trocando um olhar ligeiro com Dean antes de me afastar sutilmente de sua mão. O xerife nos deu algumas informações e se afastou, mas o clima entre mim e Dean estava ainda mais carregado. Logo, partimos para o local dos ataques, com o mínimo de diálogo, focados na missão.
Mais tarde, durante a caçada...
Depois de rastrear os sinais de atividade estranha, encontramos o que parecia ser o esconderijo dos lobisomens. No instante em que entramos, três lobisomens surgiram das sombras, rosnando. Sam lutava contra um, e Dean se envolveu com outro, enquanto o terceiro investiu na minha direção.
Consegui desviar e ajudar Dean, mas durante a luta, ele perdeu a arma, que caiu perto do lobisomem que Sam estava enfrentando. O lobisomem se virou para Dean, pegou a arma e apontou para ele enquanto Sam estava caído.
Agindo por impulso, corri na direção do lobisomem para tentar desviar o tiro. Consegui agarrar o braço dele e derrubá-lo, mas em um movimento brutal, ele me deu um golpe que me jogou contra a parede. Minha cabeça bateu com força, e senti tudo ao redor escurecer.
—Dean...
Algum tempo depois... no bunker
Acordei com uma leve dor na cabeça, mas, antes que pudesse me orientar direito, percebi que estava de volta ao bunker, deitada no sofá. O som de passos pesados ecoou, e então Dean entrou na sala, os olhos fixos em mim, cheios de preocupação e raiva contida.
— Finalmente, — disse ele, cruzando os braços. — Achei que ia dormir o dia inteiro.
Tentei sorrir, mas ele não estava no clima. — Eu... não foi nada, Dean, só um golpe.
Ele bufou, balançando a cabeça. — "Não foi nada"? — Ele se aproximou, ajoelhando-se ao lado do sofá, o rosto próximo do meu. — Você quase levou um tiro, e agora tá tratando isso como se fosse uma coisinha boba.
—Eu salvei sua vida, ingrato
—Aqui a questão não é ingratidão ou não, nós não trocamos nem negociamos vidas, poderia ter sido a sua pela minha —Ele continua seu discurso pela sala
—Você faz isso todos os dias
—Eu fui ensinado a fazer isso todos os dias
Engoli em seco, a seriedade no olhar dele me deixando sem palavras.
— Você precisa entender que esse negócio de bancar a heroína não é só perigoso, é... — Ele hesitou, e sua voz diminuiu, quase num sussurro. — É insuportável pra mim.
Eu o encarei, sentindo o coração acelerar. — Por que isso te afeta tanto, Dean? — perguntei, mesmo sabendo a resposta que esperava.
Ele desviou o olhar, respirando fundo, como se lutasse contra o que queria dizer. Finalmente, sua mão tocou a minha, entrelaçando nossos dedos.
— Porque você significa algo pra mim, mais do que qualquer outra coisa. E eu não posso... — Ele parou, parecendo incomodado com a própria vulnerabilidade. — Eu não posso perder você, Tessa.
Por um instante, tudo ficou em silêncio. Aquilo era o mais próximo de uma confissão que eu poderia esperar de Dean, e não precisei de mais palavras para entender. Me aproximei dele, até nossos rostos estarem próximos, e murmurei:
— Eu não vou a lugar nenhum, Dean. Prometo.
Ele sorriu de leve, mas com aquele ar de quem ainda não estava satisfeito. — Então, talvez comece ouvindo quando eu te disser pra tomar cuidado. Não tô falando só pra encher o saco.
— Vou tentar, — respondi, tentando aliviar a tensão.
Ele riu baixinho, e, antes que eu pudesse reagir, seus lábios tocaram os meus, um beijo intenso e carregado de tudo que ele não tinha dito. Quando ele se afastou, olhou nos meus olhos, sério, mas com um brilho suave.
— E da próxima vez que algum xerife tentar alguma gracinha com você, — ele murmurou, uma faísca de ciúmes no olhar, — lembra que você já tem alguém que te protege.
BÔNUS
O bunker estava em silêncio, apenas o som distante de Sam movendo alguns livros na sala de pesquisa. Depois de nossa conversa e do beijo inesperado, o ar entre Dean e eu estava denso, carregado com tudo que ainda não dissemos.
Ele segurava minha mão, seus olhos fixos nos meus, e percebi o quanto ele se segurava, lutando entre o desejo de se aproximar e o impulso de manter o controle. Mas, naquele instante, as palavras não eram necessárias. Apenas o toque da sua mão, quente e firme, era suficiente para transmitir tudo o que ele sentia.
Eu me inclinei, meus lábios roçando os dele em um beijo mais profundo, nossos corpos se aproximando instintivamente. Senti sua mão deslizar pela minha cintura, me puxando ainda mais para perto, até que nossos corpos estivessem totalmente juntos. Sua respiração ficou pesada, e a minha também, enquanto suas mãos exploravam minhas costas, em um toque que era ao mesmo tempo protetor e urgente.
Ele me pressionou contra a parede do corredor, mantendo uma mão firme na minha cintura e a outra entrelaçada nos meus cabelos. Seus lábios percorriam meu pescoço, deixando um rastro de beijos quentes e intensos, enquanto eu sentia meu coração acelerar com cada movimento. Estávamos ali, perdidos um no outro, sem a pressa das caçadas e longe dos perigos que nos esperavam lá fora.
Por um instante, ele parou, seus olhos intensamente fixos nos meus. — Tem certeza disso? — perguntou ele, a voz rouca, como se estivesse à beira de perder o controle.
Eu apenas assenti, puxando-o para mais perto, com a mesma certeza que tinha desde o início. E então, entregues ao momento, deixamos que tudo ao redor desaparecesse, focados apenas em nós dois.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Imagines MultiFandom
FanfictionImagines Multifandom é uma coletânea de imagines que mergulha você em histórias inéditas com personagens icônicos dos seus universos favoritos. Seja ao lado dos irmãos Winchester de Supernatural, enfrentando vilões com os heróis da Marvel e da DC, o...