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Parte 6: O Peso do Tempo e as Feridas que se Curam Lentamente

Alguns meses depois...

Com o inverno, o Largo Grimmauld se torna um refúgio, um espaço onde todos podem respirar sem precisar carregar as máscaras habituais. Para Harry, o peso de ser o “Escolhido” agora é substituído pelo fardo de memórias que ele não consegue apagar. Draco parece igualmente afundado em suas próprias sombras, e, de alguma forma, Harry sente um certo conforto em sua presença – uma compreensão que ninguém mais poderia oferecer.

Hermione, sempre atenta, percebe a mudança no comportamento de Harry. Ela o vê observando Draco quando ele não se dá conta, e há um brilho em seus olhos que ela reconhece. Sabe que seu melhor amigo está dividido entre a necessidade de apoiar Draco e o que parece ser um sentimento crescente que vai além da amizade.

Primavera...

Draco também não é indiferente ao que sente ao redor. Ele se pega observando Harry de longe, sentindo uma gratidão e uma admiração que nunca esperava. Harry, o inimigo que virou aliado, tornou-se a única pessoa que parece enxergar além das cicatrizes. Em uma noite em que ambos se encontram sozinhos no Largo Grimmauld, Draco se abre sobre as memórias que o assombram, sobre as noites em que se questiona se ele realmente merece seguir em frente.

Harry ouve, sua mão pousando no ombro de Draco num gesto de conforto que parece se estender mais do que o necessário. Eles trocam um olhar, e por um instante, o peso do passado se dissipa. Draco sente o coração disparar, mas logo desvia o olhar, lutando contra o impulso de ceder àquela nova sensação.

Verão...

Ron, observando essa nova proximidade entre Harry e Draco, sente uma mistura de alívio e desconforto. Ele nunca considerou que Harry pudesse se apaixonar por alguém como Draco. Ainda assim, uma parte dele sente-se ameaçada – o medo de perder Harry para alguém que ele mal consegue tolerar o atormenta. Ao mesmo tempo, Ron percebe que talvez sua resistência venha do fato de que ele mesmo nunca entendeu completamente seus próprios sentimentos.

Blaise, por outro lado, assiste a tudo em silêncio. Sempre viu Draco como um ponto fixo em sua vida, alguém por quem nutria um carinho secreto, talvez algo mais profundo. Mas ver Draco com Harry o faz questionar se realmente está disposto a abrir mão de algo que, durante a guerra, foi sua única esperança.

Outono...

Durante uma longa noite no Largo Grimmauld, Draco sente a presença de Harry ao seu lado com mais intensidade do que nunca. Harry não precisa dizer nada; ele apenas está lá, como um pilar silencioso. Ao finalmente se atrever a olhar para ele, Draco percebe que há uma profundidade em seu olhar que ele nunca se permitiu explorar.

Certa vez, após mais uma conversa sobre os horrores da guerra, Harry toca levemente a mão de Draco. Eles ficam em silêncio, mas a troca de olhares se prolonga, revelando algo além das palavras. Draco sente-se vulnerável, mas não recua. Pela primeira vez, ele entende que não precisa lutar sozinho, que talvez haja alguém ao seu lado disposto a enfrentar o peso do passado.

Inverno...

Ron tenta encontrar consolo em Blaise, que o recebe com um leve sorriso e uma disposição que Ron nunca esperou. Em Blaise, ele encontra alguém que também se sente preso ao passado, mas que, ao mesmo tempo, lhe oferece uma companhia que vai além do conforto que Hermione lhe proporciona.

À medida que o ano chega ao fim, Ron se vê passando mais tempo com Blaise, e aos poucos, algo além da amizade começa a florescer. Blaise, que sempre teve uma postura reservada, permite-se abrir, sentindo que talvez Ron seja a pessoa que ele tanto procurava – alguém que, apesar das diferenças, pode ver seu verdadeiro eu.

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Um Novo Começo

Conforme os meses passam, Harry e Draco assumem, de forma silenciosa, o que sentem um pelo outro. O toque suave de Harry, o apoio firme de Draco, tornam-se um refúgio seguro onde ambos podem existir sem a pressão de precisar ser algo para o mundo.

Para Ron e Blaise, o laço que se forma entre eles traz uma sensação de alívio e paz que ambos desejavam, mas jamais souberam que poderiam encontrar. Entre todos eles, os traumas da guerra ainda permanecem, mas os laços formados ali se tornam uma força silenciosa, uma lembrança de que, apesar das cicatrizes, ainda é possível seguir em frente.

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