07 ̶ ̶ ̶ Rafa.

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❝ Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito ❞
- Velha infância, Tribalistas
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POV: ALICE

Terça-feira, 08:27
3 minutos para o início do expediente.

Querido diário, meu fim de semana se resumiu entre beijos, transas e conversas.
Talvez eu esteja a̶p̶a̶i̶x̶o̶n̶a̶d̶a̶ cometendo um erro.

Entrar no batalhão nunca foi tão difícil, especialmente quando enfrentar o olhar dele é a primeira missão do dia. Seu sorriso arrogante me lembrando de todas as vezes que estive em cima, por baixo, ao lado dele e principalmente com ele no fim de semana.

Mathias, que conversava com ele na garagem sem perceber a distração de Nascimento, reparou na minha presença.

— " 'Dia', Sargento."

— "Bom dia, Tenente."

Um comprimento rápido e curto, como sempre. No momento que minha mão empurrou a porta, ouvi a voz de Nascimento.

— "Dormiu comigo, Sargento?"

Filho da puta.

Ouvi Mathias rir baixo, descontraído e sem saber o motivo da piada. E, com o sorriso mais cínico que consegui emitir, me virei para eles.

— "Bom dia para o senhor também, Capitão."

E com isso, recebi um acenar de cabeça como resposta. Revirando os olhos discretamente, entrei para dentro da delegacia.

Assim que passei pela porta da delegacia, dois passos para dentro, senti algo bater contra meu pé e quando abaixei o olhar, reconheci que era um brinquedo. Era uma carrinho daqueles que são controlados pelo controle remoto, e quem controlava era um menininho de fios castanhos caindo pelo rosto. Seu olhar alegre enquanto ele descia da cadeira me fez sorrir, ele foi lentamente caminhando até mim.

— "Me desculpa..." - Ele se esforçou para ler a patente em meu uniforme - "Sargento." - Disse e pude ver o orgulho em seu rosto, como se gostasse de pronunciar aquilo.

— "Não tem problema, pequeno." - Respondi e baguncei seus cabelos, se perguntando oque uma criança fazia ali, sozinha. Minhas perguntas foram respondidas quando uma mulher de cabelos castanhos com alguns fios grisalhos apareceu, seu olhar era um pouco menos alegre do que do menino.

— "Filho, já falei para não atrapalhar o trabalho dos policiais." - A mulher disse séria para o menininho, o abraçando de lado.

— "Não tem problema nenhum, ele só estava brincando." - Respondi com um riso fraco, a mulher correspondeu enquanto arrumava a camisa verde limão, que não combinavam nada com a calça jeans.

— "Todavia, preciso ir ao trabalho." - Disse me abaixando na altura dele e o entregando um pirulito, que havia comprado na mercearia da esquina especialmente para mim. - "Aqui, para você."

Seu sorriso banguela aqueceu meu coração e baguncei seus cabelos mais uma vez, antes de levantar e me despedir dele e da mulher com um aceno de cabeça, voltando ao trabalho.

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⏰ Última atualização: Nov 22, 2024 ⏰

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