Quando [Nome] chegou à Mansão Heelshire para seu novo trabalho como cuidadora, ficou encantada e um pouco intimidada pela atmosfera da casa. Com suas paredes antigas e corredores longos, parecia esconder segredos em cada canto. Os Heelshire a receberam com polidez, mas foram rápidos em passar as instruções para o cuidado de seu filho, Brahms, que ela logo percebeu ser um boneco de porcelana perfeitamente detalhado.
━━ Brahms é muito especial para nós — disse a Sra. Heelshire, com um olhar intenso. — É preciso seguir todas as regras.
Eles passaram a [Nome] uma lista com uma série de atividades para Brahms: era preciso vestir o boneco de manhã, ler histórias para ele, colocar um prato na mesa para que ele "comesse" e, claro, nunca deixar de dar-lhe boa noite.
[Nome] achou tudo muito excêntrico, mas ao ver o olhar insistente dos Heelshire, concordou em seguir o plano. Ela queria o emprego, e a situação, por mais peculiar que fosse, não lhe parecia assustadora. Afinal, que mal havia em cuidar de um boneco?
No início, [Nome] fazia tudo mecanicamente, achando que ninguém a observava. Mas, com o passar dos dias, ela começou a sentir algo diferente. Havia uma sensação quase constante de que alguém a observava, um sussurro de movimento que ela nunca conseguia identificar exatamente.
Certa manhã, após arrumar o quarto de Brahms, ela notou algo fora do comum: a página do livro de histórias que havia deixado aberta na noite anterior estava dobrada, como se alguém a tivesse marcado. Intrigada, comentou em voz alta:
━━ Olha só, Brahms... será que alguém tem preferências de leitura?
Sentiu-se tola por falar com o boneco, mas de alguma forma foi reconfortante. Brahms parecia realmente "presente" quando ela estava ali, e, com o tempo, passou a encará-lo como um ouvinte silencioso.
Numa noite chuvosa, após cumprir todas as tarefas, [Nome] sentou-se na cama ao lado do boneco. Ela suspirou e começou a conversar com ele, como se Brahms fosse alguém em quem pudesse confiar.
━━ Hoje o dia foi um pouco solitário — ela disse suavemente. — Sabe, eu costumava contar tudo para minha irmã quando era criança... mas ela está longe agora, morando em outra cidade.
A chuva caía pesada lá fora, e a mansão, embora grandiosa, parecia ainda mais isolada. Ao terminar de falar, [Nome] sentiu uma presença reconfortante, como se alguém estivesse ouvindo cada palavra com atenção genuína.
Com o tempo, [Nome] notou pequenas mudanças que se tornaram difíceis de ignorar. Ela deixava o boneco no quarto e, quando voltava, percebia objetos movidos de lugar. O mais curioso foi um dia em que ela deixou uma folha de papel e um lápis no quarto; ao voltar, encontrou um desenho rudimentar de uma flor, como se alguém tivesse tentado desenhá-la.
Curiosa, ela pegou o papel e encarou o boneco.
━━ Foi você, Brahms? Quer me mostrar que está aqui?
O silêncio do quarto era quase palpável, mas ao mesmo tempo reconfortante. Ela decidiu deixar novos papéis e materiais ali, esperando mais desenhos. A cada dia, apareciam mais flores e pequenos rabiscos, como se alguém estivesse tentando se comunicar.
Certa noite, após encontrar uma sequência de rabiscos diferentes, [Nome] decidiu iniciar uma conversa imaginária, embora soubesse que Brahms provavelmente não responderia.
━━ Sabe, Brahms, eu nunca tive muitos amigos — confessou, enquanto ajeitava o boneco. — Quando era pequena, passava muito tempo sozinha, como você. Acho que é por isso que nos damos bem. Somos bons ouvintes, não acha?
Ela deu uma risadinha, esperando ouvir seu próprio eco, mas sentiu o quarto imerso em um silêncio tão profundo que quase podia ouvir sua própria respiração. Parecia que Brahms estava realmente ouvindo. Sentindo-se mais à vontade, continuou:
━━ Eu fico feliz por estar aqui, de verdade. Acho que não me importo de estar longe de todo mundo, contanto que tenha alguém para conversar.
Os minutos passaram, e [Nome] quase se esqueceu de que estava falando com um boneco. Brahms parecia mais que um objeto; era como um amigo invisível, que a escutava atentamente. Sentindo-se à vontade, ela colocou uma música suave no celular e murmurou para ele:
━━ Você gosta de música, Brahms? Sabe, minha mãe sempre cantava para mim antes de dormir.
Depois de um tempo, [Nome] fechou os olhos e cochilou no quarto. Quando acordou, notou algo inesperado: um cobertor havia sido colocado cuidadosamente sobre seus ombros.
Na manhã seguinte, [Nome] encontrou um pequeno bilhete no travesseiro ao lado de Brahms. Nele, com uma caligrafia infantil, estavam escritas as palavras: "Obrigado". Ela segurou o bilhete, surpresa e tocada, mas ao mesmo tempo levemente assustada.
━━ Brahms...? — sussurrou, olhando para o boneco. — Você... consegue escrever?
Ela sentiu um arrepio, mas preferiu acreditar que aquilo era uma forma dele retribuir o carinho e a atenção que estava recebendo. Decidiu deixar uma caneta ao lado dele todas as noites e, em troca, Brahms começou a responder seus pequenos bilhetes. As mensagens eram simples, mas sempre gentis. Parecia que ele estava agradecido pela companhia, e isso a fazia se sentir menos sozinha.
Certa noite, antes de dormir, ela escreveu no bilhete:
"Boa noite, Brahms. Gosto muito de ter você como amigo."
No dia seguinte, a resposta veio: "Boa noite, [Nome]. Gosto de você também."
[Nome] guardou os bilhetes como lembranças preciosas, cada vez mais convencida de que Brahms estava, de alguma forma, tentando se comunicar e fazer companhia para ela.
Com o passar dos dias, [Nome] se pegava conversando com Brahms como se ele fosse uma pessoa. Em uma tarde particularmente difícil, sentindo saudades de sua família e das amigas que deixou para trás, ela se sentou na poltrona do quarto e começou a falar, desabafando o que sentia.
━━ Eu sei que não deveria reclamar — começou, os olhos marejados. — Tenho um bom emprego e uma casa para morar... mas é difícil estar tão longe de todos. Às vezes me pergunto se alguém realmente se importa comigo.
O silêncio do quarto a envolveu, e [Nome] sentiu-se surpreendentemente acolhida ali. Era como se Brahms estivesse ao seu lado, oferecendo apoio invisível. E então, inesperadamente, ouviu um leve ruído vindo do outro lado do quarto, como se o boneco tivesse se movido levemente.
Ela suspirou, olhando para Brahms com carinho.
━━ Obrigada por me ouvir. Acho que você é a única pessoa que realmente entende o que eu estou sentindo.
Foi nesse instante que uma nova resposta surgiu no bilhete ao lado de Brahms: "Sempre estarei aqui para você."
Aquelas palavras encheram o coração de [Nome] com uma mistura de conforto e surpresa. Ela sorriu, sentindo uma conexão ainda mais profunda com ele, como se fossem almas perdidas que haviam finalmente se encontrado.
Certa noite, depois de contar uma longa história para Brahms, [Nome] pegou a mão dele e sussurrou:
━━ Você é um bom amigo, Brahms. Prometo que nunca vou deixar você. Sei que isso é importante para você... e para mim também.
Ela sentiu algo estranho na mão dele, quase como se tivesse apertado de volta. Surpresa, deu um leve sorriso, convencida de que Brahms estava tentando responder. O vínculo entre eles parecia crescer a cada dia, e ela estava disposta a manter a promessa, cuidando dele e respeitando o espaço especial que compartilhavam.
A partir daquele dia, ela notava gestos mais sutis, como bilhetes dizendo "bom dia" ou até pequenos desenhos de flores, que ele deixava em agradecimento. Os dias de [Nome] se tornaram menos solitários, e Brahms passou a ser seu confidente, seu amigo secreto.
Os Heelshire ficaram satisfeitos ao ver que [Nome] estava cuidando de Brahms com tanto carinho e dedicação. Em uma de suas visitas, a Sra. Heelshire a chamou para uma conversa particular.
━━ [Nome], você sabe o quanto Brahms significa para nós. Estamos muito gratos por todo o cuidado que tem dado a ele.
[Nome] sorriu e assentiu.
━━ É uma honra poder cuidar dele. Eu... sinto que ele também cuida de mim, de certa forma.
A Sra. Heelshire sorriu e, ao se despedirem, olhou para Brahms como se soubesse do vínculo entre os dois.
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