capítulo 14

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Era tarde, e Polly aproveitava um momento de calma em um restaurante próximo ao apartamento onde estava hospedada. Sentada em uma mesa discreta, ela falava com uma criança que, à primeira vista, parecia estar com ela. Casey, que já vinha monitorando Polly de perto, não perdeu tempo quando viu a cena. Aquilo era a brecha que precisava: se Polly estivesse violando alguma condição de sua liberdade provisória ao estar próxima de uma criança, poderia levá-la de volta para a prisão.

Casey se aproximou rapidamente, mas assim que Polly percebeu sua presença, instintivamente se levantou e correu em direção ao prédio onde estava hospedada. Casey a seguiu em disparada, subindo as escadas e conseguindo alcançá-la pouco antes de Polly fechar a porta.

“Abra a porta, Polly”, Casey ordenou com firmeza, sua voz carregada de autoridade. Polly hesitou, mas sabia que não tinha muitas opções. Com as mãos trêmulas, ela abriu a porta, deixando Casey entrar.

Dentro do apartamento, as duas ficaram em silêncio por um momento, uma tensão elétrica pairando no ar. Casey olhou firme para Polly, esperando uma explicação.

“Casey, a criança não estava comigo. Eu estava só... conversando. Ela estava ali com a mãe, que foi buscar comida”, Polly tentou se justificar, a voz um tanto quanto vacilante.

Casey respirou fundo, tentando controlar a irritação. “Sabe que eu não vou tolerar nenhum comportamento que viole a confiança que lhe foi dada com essa liberdade, Polly. Olivia está certa, e eu vou garantir que você não represente uma ameaça.”

Apesar das palavras duras, havia algo naquele olhar de Casey que parecia menos certo. A noite estava longe de terminar, e Casey sabia que teria que escolher com cuidado cada ação dali em diante.

Casey estava tomada por uma mistura de indignação e raiva ao encarar Polly. "Como uma mulher como você pode ir atrás de crianças pequenas e indefesas?" questionou, sua voz carregada de desprezo e frustração. Sem esperar por uma resposta, ela pegou um envelope da bolsa, contendo fotos das supostas vítimas do caso.

"Olhe para elas, Polly," Casey disse, colocando as fotos diante da mulher, cada imagem mais dolorosa que a outra. "Pare de ir atrás de quem não pode se defender de você. Encare alguém que esteja à altura." A cada palavra, a raiva de Casey transparecia mais, alimentada pelo alerta que Olivia lhe dera e pelo compromisso de proteger aquelas crianças.

Polly tentou se explicar, mas Casey não quis ouvir. Dominada pela determinação de fazer Polly se sentir tão indefesa quanto as vítimas que acreditava que ela havia prejudicado, Casey a empurrou contra a parede, aproximando-se com uma intensidade que fez Polly prender a respiração.

"Você não vai escapar dessa," Casey murmurou, o olhar fixo em Polly, as palavras carregadas de promessas e advertências. A tensão no ar era palpável, e, por um instante, ambas ficaram em silêncio, encarando-se com emoções conflitantes.

Polly ficou encurralada, o corpo pressionado contra a parede enquanto Casey segurava seus pulsos com firmeza. A promotora estava tão próxima que Polly podia sentir o perfume intenso e envolvente que emanava dela, misturado ao calor do momento. O hálito de Casey estava a poucos centímetros, e Polly percebeu que seu próprio coração estava batendo fora de controle, uma mistura de medo e uma emoção indefinível tomando conta dela.

Casey, com o rosto marcado por uma expressão de determinação, encarava Polly com um olhar duro. "Você vai pagar por cada criança que fez sofrer," sussurrou, cada palavra carregada de uma promessa de justiça. Para Casey, Polly era uma ameaça que precisava ser contida, alguém que não merecia clemência.

A proximidade, no entanto, trouxe uma estranha tensão entre elas. Polly tentava desviar o olhar, mas não conseguia. Os olhos de Casey eram implacáveis, mas havia algo a mais, uma intensidade que Polly não conseguia decifrar. Ela não sabia se era o medo ou a raiva que fazia seu coração bater tão forte. Sabia apenas que, naquele momento, estava à mercê de Casey, sem ter como se defender, vulnerável à fúria e à justiça implacável de Casey.

Favorite Crime(casey Novak)Onde histórias criam vida. Descubra agora