Capítulo 2

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"Quanto vale o poder de uma mulher?"

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"Quanto vale o poder de uma mulher?"

Ana Flávia

Desafiar os novos publicitários era o meu hobby favorito. O que posso fazer? Não há muito com o que se distrair em um empresa. Vê-los correndo de um lado para o outro como baratas tontas pra me satisfazer era gratificante.

Eu tinha um luxo muito maior do que qualquer riqueza desse mundo. As pessoas sempre faziam o que eu queria, seja por respeito ou medo, não tinha importância. Saber que eu tenho poder sobre tanta gente me deixava contente e de certo modo, suprimia o vazio que eu sentia desde que meu pai faleceu.

Aquele homem sempre me deu tudo o que eu queria, eu era a princesinha dele e ele era o meu herói. Depois que o meu pai se foi, toda a família se dispersou. Meu irmão e minha mãe resolveram seguir com suas vidas e colocar toda a administração da fortuna em minhas mãos.

Noah deveria se envergonhar por ser chamado de "vice-presidente". Tinha tanto tempo que ele não dava as caras que eu até disponibilizei a sala que era dele para um dos diretores da empresa.

Já a minha querida mãe, apesar de estar à quilômetros de distância de mim, fazia questão de me ligar regularmente pedindo que eu lhe enviasse quantias exageradas de dinheiro. Eu a amava, mas admitia que não era um ser humano tão admirável. O amor pelos filhos ficava abaixo das suas necessidades pessoais.

Estava distraída analisando alguns projetos importantes quando o telefone tocou.

— Sim, Gi?

— Senhorita Castela, sua mãe está na linha e deseja falar urgentemente com a senhorita. — revirei os olhos e soltei um suspiro tedioso. — Devo dizer que está ocupada?

— Não, pode passar.

— Só um minuto. — em poucos segundos a ligação foi passada.

— Meu amor! — senti meu ouvido latejar com tamanha animação do outro lado da linha.

— Bom dia pra você também, Michele.

— Não sabe o que aconteceu! Preciso urgentemente que me envie trinta mil dólares.

— O que foi agora? — provavelmente seria pra algum mimo pessoal.

— A minha estilista alemã preferida acaba de lançar uma nova coleção de casacos de pele e claro que eu não posso ficar sem ter um.

— É pele de verdade?

— Não seria bom se não fosse de verdade.

— Sabe o que penso sobre essas coisas, mamãe.

— Ai, que bobagem! Por que Deus criaria os animais se não fosse pra nos servir?

— Você não precisa de um casaco de pele verdadeira.

DONA DE MIM/ MIOTELAOnde histórias criam vida. Descubra agora