Capítulo 6 - MMF

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Era estranho como os dias pareciam andar devagar quando a gente mais queria que passassem rápido. Eu sentia meu coração acelerar só de pensar no meu encontro com Jake.

Por que ele tinha que me deixar nessa ansiedade absurda? Agora, tudo o que ocupa minha mente é esse encontro. Fico imaginando possíveis respostas para as minhas perguntas, algumas que eu gostaria de não imaginar.

Coloco um lápis sobre a mesa e pego uma borracha, apagando um traço a mais que eu havia feito.
"Isso não vai dar certo, preciso me concentrar" murmuro para mim mesma.

Encosto o cotovelo na mesa e apoio a cabeça nas mãos. Meus olhos vagam pela variedade de lápis e canetas espalhados, folhas de diferentes tamanhos e grossura esperando para serem usadas. Suspiro, tirando a luva de desenho e decido que é melhor fazer uma pausa. Se eu continuar assim, vou acabar arruinando essa encomenda. Guardo o desenho na pasta e organizo os lápis, tentando colocar a cabeça no lugar.

Desço as escadas e chamo pela minha mãe, mas não tenho respostas. Olho no relógio e está marcando 20:48.

Fiquei tanto tempo no quarto que nem percebi a hora passar. Pego um pão e passo manteiga, coloco queijo e presunto depois coloco na sanduicheira para esquentar.

"Estranho, dia de sábado minha mãe chega mais cedo"

Parece que ela tinha escutado meus pensamentos porque o celular vibra com uma  mensagem dela.

Mãe: "Terei que fazer hora extra no trabalho, chegarei mais tarde, então não precisa me esperar acordada."

Mãe: "Vai ficar bem?"

Repondi com um sim, e logo veio outra mensagem.

Mãe: "Se ouvir qualquer coisa de estranho se tranca no quarto e liga para mim,ok?"

Maya: Ta bom. Mas por que isso do nada? Não é a primeira vez que fico sozinha e a senhora nunca falou isso"

O status digitando aparece e desaparece na tela, como se ela não soubesse como responder à minha pergunta. Depois de um tempo, chega apenas uma mensagem curta, curta de mais para alguém que parecia estar escrevendo tanto.

Mãe: "Nada querida, apenas preocupação. Não durma tarde, beijo"

"Querida" a palavra ecoou em minha mente, não lembro a última vez que ela pronunciou ou escreveu essas palavras para mim.

Minha mãe estava estranha. Alguma coisa estava acontecendo... ou talvez aquela não fosse minha mãe.

Não, claro que era, eu conhecia dona Marta o suficiente para saber o jeito que ela escrevia, esse "Não durma tarde" era típico dela, era com certeza minha mãe.

O cheiro de algo queimando tirou meus sentidos, eu coloquei o celular na mesa e corri para a sanduicheira tirando da tomada. Abri e lá estava meu pão com as partes queimadas.

Dei de ombro. "Dá para comer"

Eu sentei colocando o prato sobre a mesa e pegado minha tentativa de misto quente, que agora mais parecia uma tentativa de fazer carvão. Dei a primeira mordida e por incrível que apareça não estava ruim.

Peguei meu celular e meus dedos se moveram involuntariamente, saindo da conversa com minha mãe e indo para 00X, ou melhor Jake.

Eu queria manda uma mensagem para ele, mas ao mesmo tempo não queria parecer desesperada. Mesmo estando a pilha de nervos.

"Não!" desliguei o celular e bati forte com ele na mesa, forte até demais. Só mais 4 dias, eu aguentava esperar. Dei mais uma mordida em meu pão.

Quando terminei, subi as escadas para o meu quarto. De relance vi a porta do quarto da minha mãe aberta. Me aproximei e segurei na maçaneta para fechar, mas uma ideia veio à minha mente.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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