— Filipe!— a voz doce de Priscila ecoa em meu subconsciente e então percebo que me perdi em pensamentos.
— Oi!— arrumo as papelada que estão bagunçadas em minha mesa.— Pode entrar.
Priscilla que veste uma camisa formal branca e uma saia justa preta até ao joelho, caminha como se estivesse desfilando com seus saltos pretos.
Ela inclina de leve mostrar o decote lindo que seus peitos formam.— Está tudo bem?
— Claro, claro.— aceno com a cabeça.— Em que posso ajudar?
— O chefe pediu pra te entregar esses papéis aqui, ele diz que precisa de tudo pronto até o fim da tarde.
— Tudo certo.
Priscila recompõe a postura e caminha até a porta e antes de sair se vira pra mim.
— Ainda não quer me mostrar onde mora?
— Eu realmente moro por lá.
Priscilla sorri e revira os olhos.
— Bobinho. A gente se vê as 18h naquela lanchonete, então?
Aceno com a cabeça junto de um sorriso.
— Tá.
E então ela sai e fico olhando a porta se fechar a trás dela.
As memórias antes de eu aparecer na casa onde morro, simplesmente não existem.
Tudo o que eu lembro é de ter acordado naquela casa faz um ano.
E desde então é lá que estou vivendo, pois ainda não achei outro lugar acessível pra ficar.
E pra ser sincero, de alguma forma me sinto confortável e protegido ali.Só que tem algo errado lá, sempre que tento levar alguém pra lá eu não consigo achar casa e acabo pagando de louco.
Eu tenho a certeza de que uso o mesmo caminho, porém quando estou acompanhado nunca consigo achar casa, e todo mundo costuma me perguntar se tenho certeza que moro por ali, pois não há nenhum registro de alguma casa naquele lugar .E o que me deixa pensativo é que eu consegui levar alguém ontem.
Aquela garota...
Aquela voz...
Algo me diz que eu conheço ela, de algum lugar.(...)
Ajusto a camisa de flanela azul, tentando parecer mais casual enquanto vejo Priscilla entrar na lanchonete. Ela está com um vestido leve, cheio de flores em rosa e verde, e parece que cada passo dela faz o vestido dançar. Sério, é simplesmente lindo. Meu coração dá um salto.
Quando nossos olhares se encontram, ela sorri, e tudo ao nosso redor desaparece. Assim que ela se senta na mesa, não consigo me segurar:
— Uau! Você está incrível hoje.
Ela sorri, com um brilho nos olhos.
— Obrigada, Filipe! E você está tão bem com essa camisa, combinou perfeitamente com você.
Faço uma careta, tentando não parecer bobo.
— Ah, essa? Peguei do fundo do armário! Mas sério, você arrasou com esse vestido. Ele é perfeito pra você.
Ela ri, e é um som tão divertido que me faz sorrir ainda mais.
— Eu só queria algo confortável, mas parece que deu certo, né?
— Com certeza. — digo, apoiando o queixo na mão. — Então, o que você vai pedir? Espero que não seja nada muito saudável. Hoje é dia de se jogar.
Priscilla ri de novo, e esse momento é tão leve que eu só quero que dure para sempre.
Mas algo não me deixa aproveitar o momento.
Porquê a imagem daquela garota não some da minha cabeça?
Porquê a vontade de vê-la de novo me atormenta a cada segundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corações conectados: Rumos Distintos
ÜbernatürlichesEm um mundo onde os reinos dos humanos e dos demônios coexistem, mas raramente se encontram, a história de Lana e Matthew continua a se desenrolar em um novo capítulo repleto de desafios e reviravoltas. LIVRO 2 OBS: PRA QUEM É ACHOU POR ACASO O LIV...