Seis

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Priscilla Cross

Paro de digitar e solto um suspiro frustrado. Não consigo me concentrar com tudo que está acontecendo. Não sei exatamente quanto tempo se passou desde que Matthew sumiu — talvez três semanas. Onde ele estará?

Já fui várias vezes àquela floresta, seguindo o mesmo caminho, mas nada adiantou. A casa de Matthew parece ter desaparecido. Coloco a mão no bolso do meu casaco e tiro um pequeno pedaço de papel. "Só sumi um pouco, eu estou bem. Te amo." Encontrei esse bilhete ao lado do meu travesseiro uma semana atrás, e não consigo parar de me perguntar como ele chegou lá. Com meus sentidos demoníacos, eu deveria ter percebido Matthew entrando na minha casa, mas não ouvi nada.

Hoje, Zarek vai aparecer na empresa para ver como as coisas estão. Ele vai surtar quando souber que Matthew sumiu. Zarek sempre disse que Matthew era uma peça importante no seu jogo e que eu deveria ficar de olho nele. Agora, estou aqui, sem saber o que fazer.

Alguém bate na porta e eu digo:

— Pode entrar!

A porta se abre, revelando meu colega, o guardião Zeca. Ele está vestido com a típica roupa de trabalho: uma camisa escura e calças que parecem ter sido feitas para aguentar qualquer tipo de batalha. O cara sempre parece pronto para ação.

— O chefe deseja vê-la.— ele diz, a expressão séria.

Meu coração estremece na hora. Sei que a tensão está prestes a aumentar.

— Certo.— respondo, tentando manter a calma. — Vou ao encontro dele já.

Zeca acena e fecha a porta atrás de si. Enquanto caminho em direção ao escritório de Zarek, não consigo deixar de pensar em Matthew. O que aconteceu com ele? E como vou explicar tudo isso para Zarek?

Assim que a porta se fecha, sou surpreendida por um tapa na bunda que me faz soltar um gemido baixo. Me viro rapidamente e encontro Zarek me olhando com uma expressão maliciosa. Num instante, ele segura minha cintura e me puxa para mais perto, grudando nossos corpos. Ele inclina a cabeça e cheira meu pescoço, como se estivesse sentindo falta de mim.

— Senti saudades. — ele diz, com um tom que mistura desejo e brincadeira.

Sorrio, mas a ansiedade aperta meu peito. Como vou contar a ele sobre Matthew?

Zarek me encosta na parede e me beija. Correspondo ao beijo, coloco minhas mãos no pescoço dele, sentindo suas mãos deslizarem pelo meu corpo. A intensidade aumenta, mas, quando as coisas começam a esquentar, eu me afasto dele.

— Aqui, nesse lugar, não.— digo, tentando recuperar o fôlego.

Zarek se recompõe, rindo suavemente.

— Claro, vai que o queridinho ainda entra aqui…

Ele se senta, e eu tomo um momento para me acomodar em uma cadeira na frente dele.

— Falando em Matthew… — começo, hesitando por um segundo antes de continuar. — Ele sumiu.

Zarek levanta uma sobrancelha.

— Como assim, ele sumiu?

— Não sei exatamente. — respondo, a voz tremendo um pouco. — Já faz talvez três semanas desde que ele desapareceu.

A fúria começa a brilhar nos olhos de Zarek. Ele entrelaça as mãos e apoia o queixo nelas, a expressão séria.

— Aproximadamente três semanas atrás, eu ouvi boatos de que um humano foi visto em Alébil. — ele diz, a gravidade da situação se instalando entre nós.

Corações conectados: Rumos Distintos Onde histórias criam vida. Descubra agora