Cinco

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Lana. Esse nome ecoa na minha mente, como se eu estivesse tentando agarrar um pensamento que sempre escapa. Por que essa garota parece tão importante para mim? E por que o fato de ela ser casada com o meu chefe, Zarek, me incomoda tanto? O jeito deles tem algo familiar, mas não consigo colocar o dedo no porquê.

Meus olhos se voltam para o símbolo na porta da minha casa. É um desenho que eu nunca compreendi completamente, mas sinto que, de alguma forma, o conheço. Enquanto observo, percebo pequenas letras gravadas ao redor do símbolo. Um impulso me leva a me levantar do sofá e me aproximar, curioso.

Com cautela, olho mais de perto aquelas letras. Passo a mão sobre elas, sentindo a textura fria e estranha. E, em voz baixa, leio: Veni, Vidi, Vici.

Assim que as palavras saem dos meus lábios, tudo ao meu redor começa a mudar. O ambiente se distorce, como se uma força oculta estivesse exercendo pressão sobre mim. Uma sensação de vertigem me envolve, e, em um instante, tudo fica escuro.

Quando acordo, estou em um lugar completamente desconhecido. Olho ao redor, tentando entender onde estou. O céu é um mosaico de vermelhos e laranjas, como se estivesse sempre no crepúsculo. As colinas são sombrias, e as árvores têm formas retorcidas, como se estivessem vivas, observando-me.

Surpreendentemente, há algo reconfortante nesse lugar. Mesmo que eu não saiba onde estou, sinto que há uma espécie de conexão, como se esse lugar estivesse esperando por mim. O ar é quente, quase acolhedor, e uma sensação de poder pulsa ao meu redor.

Ainda confuso, começo a me perguntar o que tudo isso significa. O que aconteceu? E por que sinto que este lugar é tão familiar, mesmo que eu nunca tenha estado aqui antes? As perguntas fervilham na minha mente, e eu percebo que algo grande está prestes a acontecer.

Lana Mendel

Zarek é o responsável pelos guardiões no mundo humano, e isso me deixa inquieta. Ele passa tanto tempo lá, e enquanto Matthew estiver naquela casa, sei que ele está seguro. Ninguém chega lá sem as coordenadas exatas. Mas assim que ele sai, a preocupação aparece. É um jogo arriscado, e isso me deixa nervosa.
Tem algo estranho em Zarek, e eu não consigo ignorar.
Sentada no meu trono, entediada, a porta se abre e Lewis entra, fazendo uma reverência rápida.

— O que foi, Lewis? — pergunto, tentando disfarçar meu tédio.

Ele se levanta, com todo aquele jeito formal.

— Tenho algumas informações para a senhora, vossa majestade.

— Fala logo.— digo, forçando um sorriso.

— Recebemos relatos de um humano em Alébil, no reino Hellfire.

Meu coração dispara. Hellfire é de onde Zarek veio, mas não quero demonstrar preocupação para Lewis.

— Deixa isso com os guardas.— digo, dando de ombros. — Eles sabem como lidar.

Lewis ri nervosamente e se aproxima um pouco mais.

— Você não entende...— ele parece hesitar.— O humano é o ex-príncipe...Matthew Kretzer.

Na hora, eu me levanto, arregalando os olhos.

— O que ele está fazendo aqui? — pergunto, surpresa.

Lewis balança a cabeça, parecendo tão confuso quanto eu.

— Não sei, mas acho que você deveria ir lá pessoalmente.

Uma onda de ansiedade me invade.
Como ele chegou a Alébil? Será que ele se lembrou de quem ele é?

Corações conectados: Rumos Distintos Onde histórias criam vida. Descubra agora