Capítulo 12

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06 de Fevereiro

Astória rencostou-se na cama, agora aliviada das dores, depois de tomar mais uma das poções que Draco lhe tinha trazido. Ela estava no final da gravidez, sentindo-se mais cansada e vulnerável a cada dia que passava, os dias eram passados praticamente de cama.

- O que estavas a fazer com a Granger ontem à noite no reaturante? - perguntou fraca, com um tom de curiosidade misturado com uma leve desconfiança.

Draco suspirou, olhando para o teto. Já devia estar à espera de algo assim.

- Os vossos empregados são muito linguarudos e Nott é um cusco do piorio, por Merlim - ele disse, enquanto Astoria soltava uma risada baixa, e ele tentava, sem sucesso, disfarçar a tensão que sentia, quando arrumava os frascos vazios na maleta, mas concluiu que era melhor ir direto ao assunto - Sim, estive com ela no restaurante. Eu pedi-a em casamento.

Astoria olhou para ele, completamente atónita, parando de esfregar a barriga saliente. O olhar dela passou de ceticismo para confusão.

- Como? Estás a falar a sério? - ela questionou, a voz quase inaudível, como se não conseguisse compreender o que acabara de ouvir - Como é que isso aconteceu? Ela aceitou? Morgana! Tens que me explicar melhor isso, porque isso é uma notícia completamente... Uau!

Draco esfregou as têmporas - POsso resumir. Ela não aceitou.

- Ela recusou? Boa, Granger! Desculpa, mas ela é a Hermione Granger - tentou explicar vendo a cara séria dele - Vocês nunca se deram bem, porque ela haveria de aceitar? Aliás, a questão principal é porque é que a pediste em casamento?

- Por estratégia, na verdade.

- Estratégia?

Ele se manteve em silêncio por um momento, como se ponderasse a melhor maneira de explicar - A proposta de casamento não foi sobre sentimentos, Astória. Não há qualquer sentimento envolvido, apenas uma maneira de ambos lucrarmos com isso, ela precisa de apoio financeiro e vamos ser sinceros, de um nome influente... Tu ouviste falar da causa dela, a luta pela inclusão dos infectados por licantropia e a reforma da sociedade mágica, precisaria de aliados poderosos - aliados que eu posso oferecer.

Astória franziu a testa, uma expressão mista de ceticismo e preocupação, a sua mão apoisada levemente sobre a barriga.

- E tu o que ganhas com isso? Sim, Draco, escusas de ficar ofendido, eu conheço-te, não acredito que seja por caridade!

- Ela usou exactamente as mesmas palavras...

- Só mostra que é uma mulher inteligente. Então, conta!

- Ganha um marido, cumpre a Lei.

- Claro, Draco, tão caridoso... - respondeu Astória com um sorriso irónico.

Ela sabia que Draco não tinha intenção de causar danos a ninguém, não mais, mas ele também não era a estúpido para não ver as vantagens de tal aliança. Astória não se importava com isso de forma pessoal, ela só queria entender a situação, para poder aconselhá-lo da melhor maneira possível, por isso Draco até ficou mais aliviado ter desabado com ela.

- Não há caridade nenhuma nisto, Astória - disse ele, com um tom sério - Eu vejo isso como uma oportunidade para todos os envolvidos. Eu também estou a lidar com a pressão da minha mãe para casar antes do fim do tempo, e esta... Esta solução pode ser o único caminho para que todos saiamos a ganhar.

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