02 de Janeiro
Apesar de Lucius Malfoy ainda controlar o império da família Malfoy, era a assinatura de Draco que realmente fazia a diferença. Ele assinou todos os pergaminhos relativos às despesas a fornecedores da Mansão, relatórios que não leu sobre empresas de importação, acreditando que o pai sempre manteria as finanças em ordem.
- Algo mais? - Draco perguntou, entregando o pergaminho que confirmava a transferência de fundos mensal para Hogwarts, uma ajuda modesta para materiais e livros.
- Sim - respondeu Lucius, pegando numa pasta sem identificação.
O tom de sua voz revelava um leve ressentimento. Ele não esperava que aquele dia chegasse, mas sabia que precisavam precaver-se. Draco agarrou a pasta e começou a folheá-la, franzindo a testa ao encontrar vários documentos inesperados.
- Porque quer comprar uma casa em Lyon? Sabia que gostava de imóveis, mas no mundo mágico, não no mundo muggle... - a voz mostrava confusão - O que é isto? - perguntou, segurando uma candidatura para um hospital muggle, que o fez gelar.
- É um plano de contingência caso não te cases e fores banido da sociedade mágica - Lucius respondeu com autoridade. Apesar de ter suavizado a abordagem ao longo do último ano, hoje ele não estava para brincadeiras. Narcisa, durante todo o pequeno-almoço que esperava que fosse tranquilo, tinha expressado o seu descontentamento com a demora de Draco a encontrar uma pretendente, e como isso a magoava. Para ela, ele já deveria estar casado e com filhos. A pressão da sociedade pesava, juntamente com a Lei do Casamento, e os jovens pareciam mais interessados em tudo, menos nos deveres familiares.
Draco sentou-se direito, um peso repentino atingindo-o. Embora não fosse mais uma criança, sentiu-se vulnerável como tivesse 11 anos.
- A lei é clara: quem não a cumpre é banido - continuou Lucius - Alguns já foram deportados para o mundo Muggle, negócios fechados, varinhas partidas, casamentos arranjados com estranhos. Eles te deram uma oportunidade de escolha...
- Uma oportunidade, claro - ele repetiu, a ironia pesada nas suas palavras.
- Precisas casar, ter filhos, ser um exemplo para a sociedade, ponto final - Lucius suspirou, passando a mão pelo rosto - Achas que me agrada esta ideia? Todas as pretendentes que escolhemos foram rejeitadas por ti, porque és demasiado teimoso para seguir as regras quanto às tradições da família a quanto de casamento arranjado. Tudo bem, demos oportunidade de seres tu a escolher e o que aconteceu até agora? Nada. Mas até 5 de julho do próximo ano, precisas estar casado. Se o teu objetivo é extinguir a linhagem Malfoy, continuar com a maluquice de brincar aos medibruxos...
- Não é uma brincadeira.
- ... que seja, muitos dos seus amigos já se casaram, e somos uma das últimas famílias que ainda não conseguiu casar o seu primogênito! Até o filho do Flint se casou, por amor de Merlim.
- Isso não é uma competição! - Draco acrescentou, a frustração transparecendo.
- A tua mãe teme que acabes sozinho, num mundo desconhecido, e que morras sem ninguém ao teu lado.
Draco interrompeu, decidido a pôr fim àquele assunto - Isso não vai acontecer. Eu tenho um plano. Se ela aceitar, estaremos casados em pouco tempo.
- Ela? Ela quem? - Lucius questionou, a preocupação estampada no rosto.
- Quando eu falar com ela, vocês serão informados.
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Black And Gold - DRAMIONE
FanfictionKingsley reuniu-se com as viúvas das nobres e antigas familias Britânicas, muitas delas ocupavam agora o lugar dos falecidos na Wizengamot. Tinha passado quatro anos do fim da Segunda Guerra Bruxa e a conclusão era que cada vez havia menos crianças...