O que somos?

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Depois do nosso momento, nos deitamos na cama, ainda envoltos na tranquilidade, e ficamos abraçados de forma confortável, sentindo o calor um do outro.

- Queria dormir aqui com você hoje - falei, olhando em seus olhos

- E eu queria ficar grudado com você para sempre - ele respondeu, abrindo um sorriso

Sorri de volta, mas o silêncio que se seguiu me fez pensar, de repente, nas coisas que o Eric havia comentado hoje mais cedo, sobre eu e Bruno sermos "namorados". A questão martelava na minha mente fazia um tempo, e, mesmo sem planejar, as palavras saíram impulsivamente.

- Amor, posso te fazer uma pergunta?

- Você já fez - ele respondeu, tentando brincar

- Haha, engraçadinho. Agora é sério

- Desculpa amor, vai lá, pode perguntar - ele respondeu, mais sério, mas ainda com aquele olhar carinhoso

Respirei fundo e organizei os pensamentos, tentando encontrar as palavras certas

- Então... é sobre algo que tem me deixado confusa. Eu só não sabia como te perguntar - hesitei um segundo, mas logo continuei - Afinal, o que nós somos?

Ele franziu a testa, como se a pergunta fosse inesperada

- Como assim?

- Quero dizer... a gente é só ficante? Ou temos algo mais sério, tipo... um namoro?

Ele fez uma pausa. Vi sua expressão mudar, ficando um pouco mais séria e, talvez, até um pouco desconfortável. Meu coração apertou.

- Ah... - ele começou a responder, como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado - A gente tá junto

- Junto como? - insisti, tentando entender melhor - Quero que você deixe claro pra mim

Ele suspirou, desviando o olhar por um instante

- Juntos, s/n. Pra que rotular? Não precisamos disso, sabe?

Fiquei em choque com a resposta. Ele realmente achava que não era importante definir o que éramos? Tentei insistir, sentindo que precisava de uma resposta mais direta

- Bruno, acho que você não tá entendendo... eu realmente preciso saber o que a gente é. Essa coisa de "não rotular" não resolve pra mim

Ele respirou fundo, como se o assunto o incomodasse

- Amor, sério que você quer falar disso agora?

Percebi que ele queria encerrar o assunto. Ele claramente estava desconfortável, talvez até evitando a conversa. Suspirei, frustrada, e resolvi não insistir mais. Mas a sensação de decepção ficou ali, latejando. Eu tava me sentindo uma tola. Será que ele não queria algo sério comigo? Será que eu era a única a me importar com o que tínhamos?

Ele notou meu silêncio, e, com um olhar mais suave, se aproximou, dando um selinho em mim

- Olha, não fica triste com isso, tá? - tentou me tranquilizar.

Mas como não ficar? Ele podia até não ver a importância de definir o que éramos, mas pra mim importava. E aquilo me machucava mais do que ele parecia entender.

Sem responder, virei a cabeça, meio emburrada, tentando esconder o desapontamento. Ele suspirou e passou a mão pelo meu ombro, como se tentasse me consolar, mas o sentimento de incerteza parecia ainda maior do que antes.

Ficamos mais um tempo ali, e Bruno tentava animar a conversa, mudando de assunto e falando sobre coisas aleatórias. Eu respondia apenas o necessário, deixando claro meu desapontamento. Ele logo percebeu meu comportamento frio e, tentando quebrar o gelo, soltava piadas leves para me fazer sorrir, mas eu mal reagia.

Um amor em destaque - Bruno MarsOnde histórias criam vida. Descubra agora