O amor se quebra como vidro,
sem aviso, sem desculpas,
deixando apenas cortes invisíveis
em meu peito, que,
mesmo sangrando, ainda sente.Tento recolher os pedaços,
cada estilhaço reflete
um instante que já não volta,
e mesmo sabendo que não posso
colá-los de volta, eu tento.As mãos tremem, cortadas,
mas o coração insiste,
teimoso, em guardar o que sobrou,
em acreditar que as feridas
são marcas de algo real.E cada corte se torna memória,
lembrança de uma história
que não se apaga,
mesmo quando a dor cala
e o peito se acostuma ao vazio.Há fragmentos que se perdem,
mas outros permanecem,
cravados como espinhos sutis,
lembrando que o amor,
mesmo quebrado, ainda existe em mim.E talvez, um dia,
esses pedaços encontrem paz,
ou alguém que os aceite assim,
incompletos, imperfeitos,
mas ainda capazes de sentir.4o
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Intimidades Urbanas
PoetryA coletânea Intimidades Urbanas é uma continuação de Vida Cotidiana, explorando as complexas e sutis emoções do ser humano em meio ao cenário urbano. Com 40 poesias, o livro mergulha profundamente nos temas universais do amor, desamor, depressão, am...