A amizade se desfaz como papel,
muitas vezes rasgado sem explicação,
em um mundo onde as palavras não têm peso
e os corações se fecham
como portas que não querem ser abertas.Ficamos com as lembranças
como folhas soltas ao vento,
vestígios de risos e confidências
que agora parecem tão distantes,
perdidos em um silêncio que não compreendo.O que antes era proximidade,
hoje é apenas eco,
e me pergunto se as memórias
são tão frágeis quanto as promessas
que desbotam com o tempo.Cada ligação cortada
é uma ausência que não preenche,
um espaço vazio entre nós
que se alonga, se estende,
como uma rua deserta no fim da tarde.Há portas que escolhem não abrir,
que se trancam por medo ou desilusão,
e assim seguimos,
cercados por muros invisíveis,
carregando as marcas de amizades quebradas.E, no fundo, talvez o tempo cure,
ou talvez apenas acostume,
mas as conexões que se desfazem
sempre deixam uma sombra,
um leve pesar que nunca desaparece.
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Intimidades Urbanas
PoetryA coletânea Intimidades Urbanas é uma continuação de Vida Cotidiana, explorando as complexas e sutis emoções do ser humano em meio ao cenário urbano. Com 40 poesias, o livro mergulha profundamente nos temas universais do amor, desamor, depressão, am...