Capítulo 7

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Na noite fria do dia 31 de agosto de 1994, Talitha Black aprontava suas poucas coisas para seu retorno a Hogwarts no dia seguinte.
Seus pensamentos eram fixos em pura culpa, já que ela se sentia verdadeiramente bem depois de tanto tempo. Mas como poderia? Havia perdido uma de suas melhores amigas a pouco tempo.

- Talitha? - Uma voz se encaixou perfeitamente entre o vão da porta de seu quarto. Ela imediatamente reconheceu como a voz grave de Sirius.

- Pode entrar Sirius. - Murmurou ela.

- Pensei que tínhamos combinado que era pai. - Respondeu ele com um pequeno sorriso após abrir a porta.

Talitha não conseguiu retribuir. Seus pensamenntos eram desconfortantes e de pura angústia.

- Eu acho que não consigo fazer isso. - Respondeu ela de modo reflexivo enquanto encarava estaticamente o seu malão.

- Sua mala? - Perguntou Sirius.

- Voltar. - Ela supirou pesadamente. - É estranho não se sentir mais confortável em um lugar que sempre foi meu lar.

— Você tem um novo lar agora. — Respondeu ele exibindo novamente o sorriso torto. — Quero dizer, o lar na verdade são as pessoas.

— É. — Suspirou Talitha de modo evasivo. Sua mente ecoou com múltiplos pensamentos de pura dor ao compreender seu desconforto. Seu antigo lar estava completamente quebrado.

— Não é fácil. — Disparou Sirius repentinamente.

Por uma fração de segundos, Talitha esqueceu completamente da presença de seu pai. Estava completamente absorta em agonia, porém, com a frase de Sirius, foi como se seu cérebro avisasse que aquilo deveria ser escutado.

— Não passa? — Perguntou Talitha, segurando o nó formado em sua garganta.

Sirius balançou a cabeça em negação. Talitha acenou levemente e deu um suspiro longo, retornando a jogar todas as coisas pelo malão de forma desorganizada.

— Você não quer conversar sobre isso? — Perguntou ele, nem disfarçando o visível tom de preocupação em sua voz grave.

— Não poderia. — Talitha pegou uma torre de roupas amontoadas na cama e jogou de uma vez sobre o malão. — Eu tenho que mostrar forças, Cedrico precisa de mim.

— Ele não respondeu a sua carta?

— Não.

Talitha se direcionou ao outro lado do quarto e pegou algumas perfumarias e itens de higiene e retornou para o malão, porém, dessa vez os distribuindo com mais cautela.

— Na verdade eu não quero pensar nisso agora. — Talitha se jogou no chão  e esticou a mão para baixo da cama e ficou alguns segundos alisando o local, até que finalmente retirou uma garrafa de tequila.

— Isso é meu! — Exclamou Sirius, completamente abismado.

— Eu sei. — Talitha se levantou e colocou a garrafa na mala. — Peguei emprestado. — Ela deu batidas suaves sobre seu moletom - recém bordado por Molly - retirando a poeira e se revirou para a cama.

Sirius fez um som histérico indicando uma risada forçada e rapidamente tirou a garrafa do malão.

— Você só pode estar sonhando.

— Qual é?! Pensei que você não fosse do tipo careta. — Talitha revirou os olhos e se jogou sobre a cama bagunçada de roupas.

— Sinto em te lembrar que temos um compromisso a ser feito. — Alarmou Sirius e Talitha pela primeira vez não se sentiu aflita com seus problemas de vício. — Sem bebidas e outras coisas.

Depois de Tudo - Fred Weasley (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora