A ira dos deuses

~ CAPÍTULO 10 ~

\\ Reino de Eldoria //

Math entrou no reino de Eldoria montado em seu cavalo, já formulando um plano em sua mente. Ele precisava passar alguns dias ali, encontrar alguma fraqueza ou informação útil para o Rei Malakar. Parou seu cavalo e desmontou, observando a movimentação ao redor. A cidade estava viva e movimentada, com casas de pedra se erguendo ao longo das ruas estreitas, cada uma de aparência robusta e aconchegante. Havia uma feira enorme logo à frente, onde mercadores e habitantes locais se misturavam em um cenário colorido e cheio de vida.

Diversas barracas ofereciam desde frutas frescas e pães caseiros até selas de couro e até cavalos. Math olhou ao redor, sentindo-se ligeiramente fora do lugar com seu cavalo em meio àquela multidão - Preciso encontrar um lugar seguro para deixá-lo, - pensou, enquanto olhava para a rua em busca de algum sinal de um estábulo. Logo, avistou um pequeno estábulo próximo ao final da rua, onde um homem mais velho cuidava dos cavalos.

Puxando as rédeas, Math se aproximou e perguntou:

– Posso deixar meu cavalo aqui?

O homem assentiu, amigável, mas antes que Math pudesse seguir em frente, o homem levantou uma mão, barrando-lhe o caminho.

– Não sem pagar – o homem disse com um sorriso astuto.

– Vai cobrar só para eu deixar meu cavalo? – Math replicou, surpreso.

– Claro que sim. É assim que funciona, meu jovem – respondeu o homem com um tom despreocupado. – São duas moedas de prata.

Math olhou incrédulo para o homem.

– Duas moedas de prata? Isso é um roubo!

O homem deu de ombros e apontou para a multidão de pessoas que preenchia as ruas.

– Se preferir, pode tentar passar com seu cavalo por esse mar de gente… ou procurar outro estábulo, talvez até mais caro. A escolha é sua.

Math suspirou e analisou a situação. Por mais caro que fosse, talvez fosse a opção mais segura. Ele retirou duas moedas de prata de sua bolsa e as entregou ao homem.

– Cuide bem do meu cavalo – disse Math em um tom firme. – Se algo acontecer a ele, eu te caço.

O homem soltou uma risada leve e disse:

– Garoto, já viu quantos soldados temos por aqui? Você nem conseguiria sair desse estábulo.

Math o encarou de volta, com um brilho de desafio nos olhos.

– Talvez eu seja preso, mas você já estará morto.

O sorriso desapareceu do rosto do homem. Math seguiu até o estábulo, acomodou seu cavalo e partiu para explorar a cidade.

A feira era vibrante e cheia de aromas. Pães frescos, especiarias exóticas e frutas de cores intensas enchiam o ar com uma mistura tentadora de cheiros. Ele se aproximou de uma barraca de frutas e apontou para uma maçã reluzente e vermelha como o crepúsculo.

– Quanto custa essa maçã? – perguntou à vendedora.

– Quatro moedas de bronze – respondeu a mulher com um sorriso gentil.

Math entregou as moedas e mordeu a maçã, sentindo o sabor doce e suculento enquanto observava os arredores. Ele começou a notar a vigilância cuidadosa dos guardas. Arqueiros estavam posicionados nas torres, cada um com os olhos treinados para cobrir os quatro pontos cardeais, enquanto guardas patrulhavam a feira em grupos de três, armados com espadas e armaduras pesadas.