Capítulo 10.

10 2 0
                                    

Logo após a faculdade, vou direto para agência de modelos. Hoje eu teria que fazer uma sessão de fotos para uma loja de lingerie, e confesso que senti um pouco de nervosismo, pois tanto Nicolas como Felippe vai está presente durante a sessão de fotos.

__Vamos começar?.- Pergunta minha estilista entregando-me o tapa-sexo e o tampa bico-bico do peito para não correr o risco de aparecer o que não deve.

A primeira lingerie que coloco era uma peça de seda preta, com detalhes em renda fina, era bastante sensual.

Assim que a equipe termina de preparar minha maquiagem. Vou para o local onde vamos tirar as fotos.

Enquanto posava para as fotos, eu senti o olhar de Felippe fixo em mim com uma intensidade que me fazia arrepiar, era como se estivesse hipnotizado, e olha que eu nem sou tão bonita desse jeito.  Seus olhos percorria por todo meu corpo, estudando cada curva minha, parecia está apreciando cada detalhe, fazendo-me ficar envergonhada.

Nicolas, por outro lado, parecia estar bastante desinteressado, ele estava sentado na cadeira, olhando para seu celular com uma expressão de desdém.

__Não entendo por que você precisar posar com essa roupa, não tinha outra pessoa para fazer essas fotos?.- Perguntou Nicolas, sem olhar para mim.

__É o meu trabalho, Nicolas.- Respondi e o mesmo revira os olhos.

A sessão de fotos terminou rápido hoje, fui me trocar e agora tenho que ir para a empresa do meu pai, resolver umas coisas que ele pediu.

__Você pede para me acompanhar na sessão de fotos e nem sequer me olha.?- Questiono Nicolas ao me aproximar.

__Eu tinha coisas do trabalho para resolver.-Disse guardando o celular.

__Ah, claro!  sempre o trabalho, ficaria era surpresa se não tivesse algo para resolver.- Dou um sorriso irônico.

__Vai ficar chateada por besteira?.- cruza os braços.

__Você não olhou nem uma só vez para mim.- Digo chateada.

__O que importa? Já vi você de calcinha e sutiã um monte de vezes, não é nada de novo para mim.- Disse desinteressado.

Me senti frustada e triste, pois só queria que ele demonstrasse o mínimo de interesse por mim, não quero casar com alguém que nem sequer me deseja mais.

__É nítido que você não se importa comigo.- suspiro e ele franzi a testa.

__Claro que me importo com você, aliás, você é minha.-Diz possessivo.
__Agora pare de drama e vá cumprir com seus compromissos. Estou indo para uma reunião de negócio agora, te vejo a noite.- ele sai sem sequer me dar um beijo, ou pelo menos um abraço.

Vou até o carro, Felippe já me esperava do lado de fora, assim que entramos no carro, ele parece notar meu estado de espírito.

__Está tudo bem, Lívia?.- pergunta preocupado me deixando bastante surpresa, é a primeira vez que ele fala comigo desde o que rolou ontem.

__Sim, estou bem.- respondi, tentando esconder minha surpresa.

__Não parece, o que aconteceu.?- insiste e eu suspiro.

__É Nicolas, ele não me olhou nem uma vez nas fotos hoje.- Digo tentando não mostrar que isso me afetou.

__Ele é cego, então?.- Felippe franziu a testa.

__O que você quer dizer?.- Pergunto com um sorriso leve.

__Você estava impecável nas fotos, ninguém poderia deixar de notar você.- diz com sua voz baixa e intensa, fazendo-me sentir um arrepio com suas palavras, não digo nada, apenas sorrio e as lembranças de nós dois dançando ontem passam pela minha cabeça, e sinto uma imensa vontade de perguntar sobre o que ele sentiu quando estávamos dançando.

__Felippe?.- Chamei com a voz baixa e hesitante.

__Sim.?- respondeu, olhando para mim com curiosidade.

__Ontem, na balada, quando estávamos dançando...- comecei a falar sentido meu rosto corar.

__Sim? pode continuar a falar.- Disse me incentivando.

Eu estava com muita vergonha, mas eu precisava saber.

__Você sentiu... alguma coisa?.- perguntei, minha voz quase saindo em um sussurro.

Felippe abriu a boca para responder, mas então seu olhar se desviou para o retrovisor.

__Espera.- Disse ele ficando sério.

__O que houve?.- Pergunto preocupada.

__Tem um carro nos seguindo.- Disse fazendo-me olhar para trás e ver um carro preto, e não era apenas um, era três carros vindo em nossa direção.

__Não se preocupe, vai ficar tudo bem.- ele faz uma curva fechada, o carro deu um salto para frente, me seguro no banco sentindo meu estômago revirar.

__As coisas vão ficar interessantes agora, segure firme.- disse acelerando o carro.

__Quem são essas pessoas?.- Perguntei com medo.

__Não faço a mínima idéia, e não vamos parar para descobrir.- respondeu acelerando ainda mais o carro e comecei a ouvir som de tiros sendo disparado em nossa direção.
__Se abaixa! Estão atirando em nós.- Gritou Felippe.
__Não é possível! Essa carro não é blindado.- Diz revoltado.
__O que isso significa?.- Perguntei ainda abaixada com a voz trêmula.
__Que vamos ter sorte se saímos daqui vivos.- Respondeu com raiva pegando uma arma que eu nem sabia que ele tinha, e começa atirar em direção aos carros que nos perseguia.

__Preciso que assuma o volante.- Pede e fico desesperada.

__Eu não sei dirigir direito.- Digo enquanto mudo de lugar com ele assumindo o volante.

__Vamos, Lívia. Eu preciso atirar, tenho que nos tirar dessa vivos.- disse atirando nos carros. Eu acelerei o carro sentindo meu coração quase sair do peito.

De repente, em meio a toda essa loucura que está acontecendo, Felippe olhou para mim com um olhar indecifrável.

__Lívia.! Gritou ele acima dos barulhos dos tiros.
__ontem, na balada. Quando dançamos juntos.- ele começaga a falar e sinto meu coração bater mais rápido do que já estava.
__Sentir você tão perto de mim foi como encontrar um pedaço do meu ser, que nem eu mesmo sabia que existia. Foi como se o mundo tivesse parado ao nosso redor, e só restasse nós dois, perdidos em um mar de conexões, naquele momento eu só tinha uma certeza, Lívia. Que eu te queria com toda minha alma.- ele voltou a atirar em direção aos carros.

Eu sentia meu coração batendo forte, como se eu fosse ter um treco a qualquer momento, minha respiração presa na garganta. Não sabia o que dizer, muito menos como reagir a tudo que Felippe acabou de me dizer.

Um tiro atingiu os pneus traseiros do carro, fazendo eu perder o controle da direção, o carro acabou saindo da estrada indo em direção a floresta perdendo a velocidade e parando no meio das árvores.

Saímos às pressas do carro e começamos a correr o mais rápido que conseguimos, quando não escutamos mais nenhum barulho, paramos. Eu sentia meu peito subir e descer com toda essa adrenalina.

__Irei ligar para seu pai e explicar tudo que está acontecendo.- ele pega seu celular e se afasta um pouco de mim.

Eu fico encostada sobre uma árvore, enquanto Felippe estava no telefone falando com meu pai.

Eu não conseguia parar de tremer, nunca tive em um tiroteio antes.

Felippe desligou o telefone e me olhou preocupado.

__Não precisa ter medo, eu não deixarei nada de ruim acontecer com você.- Então, ele me abraçou, senti um calor enorme invadi meu corpo, uma sensação de segurança que eu nunca tinha sentindo antes, coloquei meu rosto em seu peito e pude escutar os batimentos do seu coração. O cheiro do seu suor junto com seu perfume, invadiu minhas narinas fazendo me relaxar. Por um momento eu esqueci do medo, do perigo e de tudo.
























A Chama Do Amor Na Escuridão.Onde histórias criam vida. Descubra agora