𝚌𝚊𝚛𝚝𝚊 𝚝𝚛ê𝚜

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Querido Diário,

Hoje foi meio ok. Ainda assim, o dia progrediu bem. Vomitei toda a comida porque ela não "caiu bem" no meu estômago. Felizmente, Madame Pomfrey me viu e me ajudou a limpar tudo; me senti mal por dar a ela tanto trabalho desnecessário. Minha saúde estava igual, acho que os doces que comi alguns dias atrás não estavam tão frescos quanto pareciam.

Malfoy me viu. Fiquei meio envergonhada, mas ele perguntou se eu estava bem. Hm, não sei, acabei de vomitar tudo o que comi, então sim, acho que estou bem. Depois que saí da ala hospitalar, faltei à aula de Poções para tomar um banho gostoso e quente. Não queria ficar com mau cheiro, afinal, passaria um tempo com Draco de novo. Hoje eu queria ir à Sala Comunal da Sonserina. Em sete anos, nunca tinha ido lá, apesar dos rumores de como ela é bonita. Claro, já tinha visto fotos, mas nunca vivi ali. A Sala Comunal da Sonserina fica embaixo de um lago. Dá para imaginar como isso deve ser lindo? Digo, cada casa tem um aspecto único, mas um lago é algo fora da caixa, te digo. Pelas barbas de Merlin.

Era realmente lindo. Os raios de sol iluminavam a água esverdeada, dando um brilho intenso à sala.

Eu o segui sem que ele percebesse, e, quando ele notou, implorou para que eu fosse embora.

"Já te disse que não vou contar a ninguém sobre a sua maldição. Pode ir."

Foi isso que ele disse. Tolo, não é? Por isso ele não é da Corvinal. De qualquer forma, foi ingênuo em achar que esse era o motivo de eu querer estar perto dele. Contei o verdadeiro motivo, e ele ficou... surpreso?

"Quero ficar perto de você porque você não sente pena de mim como todo mundo."

"Sério?"

"Sim. É isso."

Depois disso, ele simplesmente me ignorou. Ri da postura entediada dele. Ele realmente não tinha graça nenhuma. A maioria das pessoas puxaria assunto sobre o Profeta Diário ou a nova edição do Pasquim, mas ele nem se deu ao trabalho. Talvez eu pudesse ensiná-lo? Mas como? Ele é tão teimoso. Falar com ele é como falar com uma parede; você nunca recebe uma resposta de volta.

"Quer jogar verdade ou desafio?"

"Quantos anos você tem? Cinco?"

Viu só? Nenhuma graça. Mas, por insistência minha, ele finalmente cedeu. Brincamos com uma garrafa; toda vez que a girávamos, a outra pessoa escolhia "verdade ou desafio" para quem a garrafa apontava. Estava indo bem no começo, a garrafa sempre parava nele, e eu fazia perguntas como "qual é a sua cor favorita?" ou "quem foi seu primeiro beijo?"

Mas quando finalmente parou em mim, ele pareceu ficar mais sério, quase rígido.

"Por que você não tem medo da morte?"

Acho que a pergunta me pegou de surpresa, porque era tão séria e realista. Respondi a ele com a mesma resposta que dei à minha mãe, ao meu pai e ao meu irmão mais novo.

"A morte não é algo de que devemos ter medo. Se acabarmos com medo da morte, isso só significa que não vivemos a vida ao máximo e que gostaríamos de ter feito mais. A vida é cheia de arrependimentos e rancores, mas precisamos superá-los e perdoá-los para parar de temer a morte."

Draco pareceu atordoado com a resposta e soltou uma risadinha cética. Então ele disse:

"Isso não significa que você não tem medo da morte. Você nem sabe como ela vai acontecer."

Sim, ele estava certo.

"É por isso que eu vivo convivendo com a ideia de morrer."

Ophelia Du Pont

P.S. — Depois disso, ele me deixou pra trás. Covarde. Amanhã vamos ao Três Vassouras.

𝙒𝙃𝙀𝙉 𝙏𝙃𝙀 𝙎𝙐𝙉 𝘿𝙄𝙀𝙎 ✪ 𝘿𝙍𝘼𝘾𝙊 𝙈𝘼𝙇𝙁𝙊𝙔 𝙄𝙄Onde histórias criam vida. Descubra agora