The Last Witch - Beauany

Borboletas no estômago

POV ANY GABRIELLY

Era óbvio que alguma coisinha ruim tinha que acontecer para estragar o meu dia, tudo estava estranhamente perfeito e tranquilo, mas eu precisei manter a calma e a compostura, até para não estragar a amizade,mas, principalmente porque de fato, não aconteceu nada grave.

Me senti invadida? Desconfortável? Sim, mas cotidiano de uma mulher em festas... infelizmente, mas depois eu conversaria com o Noah, só esperar a poeira baixar.

Não posso virar a cara para alguém que tanto me ajuda, não no primeiro erro.

Eu só queria gritar e chorar feito uma garotinha!

Aconteceu tanta coisa em apenas um dia, que eu acreditei veementemente que eu iria ter um treco!

Eu estava tão feliz, tão alegre...

Mais uma vez aquela sensação de querer chorar no colo da minha avó...

O primeiro aniversário sem a minha avó... A saudade parecia sufocar cada parte de mim.

Sentei na cama e fechei os olhos, tentando segurar as lágrimas, mas elas escorriam como se não pudessem mais esperar. Eu queria estar com ela, sentir o abraço dela, ouvir sua voz me acalmando, mas tudo o que eu tinha era a falta. Eu estava sozinha, e isso me machucava de um jeito que palavras não conseguiam descrever.

Juro que queria entender o que de tão ruim eu fiz pra Deus me castigar assim!

Mas meu choro não era apenas de  tristeza e saudade, mas também pelo ocorrido com o Noah, me sentia usada, como se...sei lá,eu fosse um objeto,uma ideia de conquista...Chorava pela forma ríspida que o Josh falou comigo... Não tinha necessidade! Achei que ele iria me tranquilizar, mas aparentemente ele consegue ser egoísta quando quer...

Eu precisei manter muito a minha sanidade mental, se não eu gastaria meu réu primário com os dois!

E para piorar, o Andrew não parava de ligar, perdi as contas de quantas ligações eu recusei.

Eu não estava bem para falar com ninguém, principalmente com ele! A última coisa que eu precisava agora, era ouvir as lágrimas de crocodilo dele!

Poxa...tudo estava lindo... maravilhoso... Não posso mentir que não fiquei bobinha com a festa, com o buquê, mas... principalmente com a atitude do Josh, tão pequena,mas tão carvalheira...O vento cortava meu rosto e eu sentia um calafrio percorrendo minha espinha. O frio parecia invadir meu corpo por completo, eu estava perdida, a minha mente uma bagunça só. O dia deveria ser especial, mas parecia que nada dava certo. Quando Josh percebeu que eu estava tremendo, ele se aproximou e, de forma quase instintiva, tirou o casaco dele e o colocou sobre meus ombros.

O toque da lã quente contra minha pele me deu um alívio imediato, como se o mundo tivesse diminuído por um instante.

Olhei para ele, tentando disfarçar a surpresa, e, por impulso, sorri. Senti uma leveza no peito, como se, por um segundo, tudo estivesse no lugar. E sem pensar, de forma quase automática, me vi beijando sua bochecha. Meu coração deu um pulo, as borboletas que surgiram no meu estômago pulavam e se agitavam, suas assinhas faziam cócegas, eram como um vendaval, e eu senti minha alma se aquecer mais ainda.

Senti meu rosto corar, estranhamente estava envergonhada, mas por que?

Não me importo, se ele tivesse parado ali, e não aberto a boca, ele com certeza teria minimizado o fiasco interno que acontecia em mim.

Mas como não fez...meu sorriso foi murchando até chegar na minha residência, e explodir assim que ele estacionou.

Eu só precisava de silêncio, paz, um banho quente e minha cama...