O Desenho

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Recadinho da Tia Milla:

Oies amores, Enem acabou... finalmente,agora posso focar um pouquinho minha atenção aqui, mas não por muito tempo. Enfim, orgulhosa de todos que prestaram assim como eu, uma nota não nos define,e se algo der errado, ano que vem existem novas possibilidades.
Preparei um capítulo meio que as pressas para distrair todos os vestibulandos que me acompanham.
Espero que gostem.

Boa leitura.

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POV JOSH BEAUCHAMP

As risadas enchiam o ambiente, e eu observava a Any de longe, rindo e girando no banco, com um brilho nos olhos que eu só tinha visto algumas vezes. Era bom vê-la assim, tão à vontade. Mas minha atenção foi desviada quando Noah se aproximou dela de um jeito que eu nunca tinha visto antes. Completamente bêbado, cambaleando, ele colocou a cabeça no ombro dela e começou a murmurar coisas que, em qualquer outra situação, poderiam ser normais entre amigos. Mas alguma coisa ali estava errada.

Na hora, meu estômago deu um nó. Algo dentro de mim pulsava forte e eu não entendia direito o que era, mas só sabia que eu odiava aquilo.

Acompanhei cada movimento, tenso, vendo como Noah parecia mais próximo, mais… íntimo, talvez. As palavras dele, confusas e arrastadas pelo álcool, soavam como uma brincadeira. Mas, ao mesmo tempo, havia um tom ali que eu não gostava nem um pouco. Um aperto no peito começou a crescer, me forçando a prender a respiração. Senti meu maxilar se contrair quando ouvi Noah chamá-la de "linduxa" e dizer que ela era especial.

Eu não queria parecer incomodado, e não podia parecer incomodado, mas também não conseguia desviar o olhar.

Tentei me convencer de que era só preocupação, porque, afinal, ele estava bêbado demais para saber o que fazia. Mas, vendo-o inclinar a cabeça e falar com aquela intensidade toda, a minha paciência começava a se esgotar. Cada riso que ela dava, mesmo desconcertada e desconfortável, só parecia deixar Noah mais próximo, e minha irritação aumentava, crescendo em uma forma estranha de desconforto. Meu instinto me mandava ir até lá e puxá-lo de perto dela, mas me segurei. Noah estava bêbado, mas ainda tinha senso...não é? Era só isso, tentei me convencer. Mas o jeito que ele olhava para Any... Isso me incomodou mais do que eu queria admitir.

De onde eu estava, fiquei de olho nos dois, tentando me convencer de que ela sabia lidar com isso, mas sem conseguir relaxar. Quando a Any tentou afastar o Noah, eu senti um alívio, mas ele continuou insistindo, e então a Sina finalmente interveio, puxando ele para longe. Só então eu me permiti respirar mais fundo, aliviado por ela ter tirado Noah daquela situação.

Quando me aproximei de Any, tentei manter a calma, mas sabia que o desconforto estava estampado na minha cara. Ela me garantiu que estava tudo bem, que Noah só tinha exagerado, mas meu olhar automaticamente voltou para a porta por onde ele saiu. Não era "só" nada. Eu sabia que não havia sido, mesmo que só para mim.

Fiz um carinho rápido no rosto dela, uma maneira de tentar me acalmar. Ver que ela estava ali, tranquila, deveria me bastar. Mas por dentro eu sentia um impulso que eu não conseguia nomear direito, algo que talvez fosse uma mistura de querer protegê-la e… sei lá, um incômodo estranho que eu nunca tinha sentido antes.

Limpamos e arrumamos tudo, em total silêncio, e seguimos para o meu carro, era agonizante não saber o que falar, era ridículo sentir essa inquietação, principalmente pelo fato de estar incomodado de como ela estava, ela aparentava estar bem, como se nada tivesse acontecido, mas porra! Até um cego vê o que aconteceu ali!

The Last Witch - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora