A final da Champions League de Vôlei era tudo que Gabi Guimarães havia sonhado. Como jogadora do Conegliano, ela estava a apenas um jogo do título, e a arquibancada lotada dava um toque ainda mais especial à ocasião. Mas, acima de tudo, a presença de sua esposa, S/N, na primeira fileira, fazia o momento ser ainda mais emocionante. Gabi mal conseguia conter a ansiedade, sabendo que estava jogando também para S/N, a pessoa com quem tinha construído sua vida.
S/N torcia com toda a energia, e o orgulho era evidente no sorriso que ela mantinha ao assistir aos movimentos determinados e precisos de Gabi em quadra. Entretanto, entre uma jogada e outra, S/N percebeu uma presença inesperada que fez seu coração bater um pouco mais rápido: a ex-namorada de Gabi, alguém que S/N sabia que ainda nutria sentimentos pela jogadora, estava ali. Ela se aproximou de S/N, como se buscasse reacender velhas memórias e trazer desconforto para a ocasião tão especial.
— Então... é uma noite e tanto para a Gabi, né? — começou Sheilla, fingindo uma simpatia exagerada. — Me lembra de todas as noites em que eu estive com ela, nas finais, torcendo por ela. Nostálgico, sabe?
S/N percebeu o tom provocador, mas respondeu calmamente:
— Sim, Gabi faz por merecer todos os aplausos. Essa final é uma conquista nossa, da família que estamos construindo — respondeu, com um sorriso firme, determinado a não ceder ao jogo da ex.
a ex oposta deu um risinho de canto, ignorando o recado e se aproximando um pouco mais.
— Engraçado você falar em 'família'... Gabi e eu tínhamos nossos planos também. Se não tivéssemos terminado, quem sabe eu estaria ao lado dela agora, comemorando? Mas algumas coisas nunca mudam, não é?
S/N, já percebendo a intenção por trás da conversa, manteve a postura. Inspirou fundo e sorriu, com um toque sutil de ironia.
— Pois é... algumas coisas realmente não mudam. Gabi segue brilhando, sendo uma parceira incrível, mas acho que as prioridades dela agora são bem claras, não é? Ela construiu a vida com quem realmente está ao lado dela — disse, mantendo o olhar firme e a voz segura.
Sheilla hesitou, mas forçou um último sorriso, claramente irritada com a tranquilidade de S/N.
— Bom... espero que você aproveite enquanto puder, então.
Com um sorriso calmo e decidido, S/N a olhou diretamente e disse:
— Fique tranquila, eu estou aproveitando muito. E acredito que Gabi também.
A ex, sem ter muito mais a dizer, saiu dali sem olhar para trás, percebendo que não havia espaço para ela naquela nova fase da vida de Gabi.
A partida seguiu com intensidade, e Gabi brilhou em cada lance, sendo peça fundamental para o Conegliano se manter na liderança. No set decisivo, com o placar a um ponto da vitória, S/N sentiu o coração acelerar. E, quando o ponto final foi marcado, as arquibancadas explodiram em aplausos, e Gabi, tomada pela emoção, correu para comemorar com as colegas.
Gabi acabara de ser premiada como a melhor jogadora do campeonato. As luzes do ginásio brilhavam mais do que nunca, e o som dos aplausos parecia ecoar por toda a cidade. Gabi, radiante, estava no palco, segurando o troféu com as mãos trêmulas e um sorriso de pura felicidade. Mas, apesar de tudo, havia algo ainda mais especial esperando por ela.
S/N estava nos bastidores, aguardando ansiosamente. Ela sabia que aquele momento seria mais do que apenas uma celebração de conquistas esportivas. Havia algo ainda mais importante para compartilhar com Gabi. Dentro de uma pequena caixa azul, S/N guardava a surpresa que mudaria tudo.
