Era um fim de semana de sol, e S/n se preparava para um churrasco na casa da Jade, onde muitos amigos estavam reunidos. Rebeca, sua namorada desde a adolescência, também estaria lá, junto com Gabriela Guimarães, amiga que Rebeca fez durante as Olimpíadas. Desde então, as duas vinham se aproximando cada vez mais, algo que havia começado a inquietar S/n. Nos últimos tempos, S/n tinha notado que Rebeca estava passando mais tempo com Gabi, muitas vezes até se esquecendo dos momentos a sós que as duas costumavam ter. Esse era o tipo de sentimento que S/n não sabia como expressar, mas que crescia em cada pequena situação.
Ao chegar ao churrasco, S/n logo descobre que Rebeca e Gabi estavam conversando animadamente perto da churrasqueira, rindo e trocando olhares cúmplices. S/n até tentou se juntar à conversa, mas sentiu que estava sendo deixada de lado, como se fosse uma figura secundária em uma relação que parecia cada vez mais forte. Rebeca mal a olhou, e a conversa entre ela e Gabi fluía com uma naturalidade que fazia S/n se sentir isolada.
Enquanto o tempo passava, o desconforto de S/n só aumentava. Em um momento, ela percebeu Rebeca e Gabi trocando risadas sobre alguma piada interna que S/n não conhecia, e algo dentro dela explodiu. Sentindo-se frustrada e enciumada, S/n decidiu confrontar Gabi, sem medir muito as palavras.
S/n: Gabi, a gente precisa conversar.
Gabi: Claro, S/n, o que foi?
S/n: O que foi? Sério que você não percebe o que está comemorando? Desde que você e Rebeca se aproximaram, parece que eu virei uma figurante na vida dela. Você sempre tá ali, sempre ocupa o espaço que antes era nosso!
Gabi: Figurante? S/n, eu sou amiga da Rebeca. Não vejo problema nenhum em a gente passar tempo juntas. Isso não muda o que vocês têm.
S/n: Não muda? E como você acha que eu me sinto quando vocês duas estão sempre rindo, sempre grudadas? Parece que estou sobrando toda vez que você aparece!
Gabi: S/n, acho que você está exagerando. Eu e a Rebeca nos damos bem, e só isso. Se você tem inseguranças sobre o relacionamento de vocês, não é problema meu.
S/n: Você realmente não entende, né? Parece que você faz questão de estar em todos os momentos com ela. Até aqui, eu queria aproveitar o dia com a Rebeca, mas aí você aparece e tudo vira sobre você!
Gabi: Eu faço questão? S/n, você está sendo injusta! Não tenho culpa se você se sente ameaçada. Eu não vim aqui pra tirar o seu lugar, e nunca foi minha intenção atrapalhar vocês duas.
S/n: Só que é exatamente isso que está acontecendo. Você pode não perceber, mas sua presença mudou tudo, e a Rebeca tá dando mais atenção pra você do que pra mim!
Gabi: Olha, S/n, talvez o que você realmente precisa é conversar com a Rebeca sobre como você se sente, e não descontar em mim. Eu só estou aqui como amiga, e isso não vai mudar.
S/n: É, talvez eu devasse mesmo. Mas você... você precisa entender o que está causando! Esse é o meu relacionamento, e você se intrometeu onde não se desvia.
Gabi: Eu não me intrometi, S/n. Quem está tomando isso como uma competição é você. E se você realmente confia na Rebeca, pare de achar que qualquer amizade dela é uma ameaça.
As palavras finais de Gabi deixaram S/n em silêncio. Ela queria responder, mas, no fundo, sabia que aquilo havia tocado em uma verdade desconfortável. O coração batia forte, dividido entre o ciúme e a incerteza, e agora, talvez, era hora de confrontar uma pessoa que realmente importava: Rebeca
S/n, ainda abalada pela discussão com Gabi, se aproximou de Rebeca, que estava conversando com alguns amigos. Com o coração apertado, ela pediu para conversar em particular. Rebeca, percebendo a tensão no olhar de S/n, assentiu e as duas se afastaram para um canto mais tranquilo.
