Demônio, ou não...

#9 Não pode resolver tudo com violência!

Pov Lena.

Hoje eu tenho um milhão de coisas para resolver, desde reuniões á festas para elaborar.

Eu já comecei o dia me estressando, com a linda noticia de que o meu pai queria falar comigo. Lionel é de um clã totalmente diferente do meu, ele é meio monstro e pode se transformar, já o meu clã é mais poderes e não temos a habilidade de assumir formas. Ele estava morrendo e queria beber do meu sangue, isso não vai salvar ele, mas é logico que aquele cabeça dura não entende isso.

- Bom dia senhorita Luthor, bom dia Kara.- a loira me entregou um café e fez o mesmo para Kara, eu apenas falei um "obrigada e já fui para minha sala.

- Presamos conversar?- foi a primeira fala da Zor-el, a primeira do dia.

- É, nós precisamos.- pego um copo de Whisky e me sirvo, faço menção em colocar uma para a mais nova, porém ela nega.

Kara estava diante de mim, com o olhar firme e inabalável, aquele mesmo olhar que me fazia perder o controle e, ao mesmo tempo, encontrar alguma ordem nos meus próprios pensamentos caóticos.

- Você não pode resolver tudo com violência, Lena.- eu senti uma faísca de frustração e raiva crescendo dentro de mim.

- Você está pedindo algo impossível.- respondi baixinho, sabendo que ela ouviria, mesmo que fosse apenas um sussurro. No fundo, sabia que a violência não resolveria tudo, mas era o que eu conhecia. Era a minha essência. Por que eu insistira em lutar contra isso? Me joguei no sofá, talvez eu não estivesse pronta para o rumo em que eu sabia que essa conversa entraria. - Você fala como se fosse tão fácil assim.- murmurei, cruzando os braços e desviando o olhar, ela não me entendia.- É como pedir ao fogo que não queime, ou ao vento que não sopre. Eu sou o que sou e não vou mudar.

- Prefere se afastar de mim?

- Eu não disse isso Zor-el.- me ajeito no sofá, deixando transparecer a minha preocupação.

Kara suspirou e cruzou os braços, inclinando-se para mim com a mesma firmeza. - Eu não quero que você pare de ser quem é, só estou dizendo que nem tudo precisa terminar em caos e destruição.

Eu dei uma risada seca, e meus olhos brilharam com uma intensidade perigosa. - Caos e destruição? É nisso que você me vê?- ela se levantou da cadeira, cruzando o braço, com passos precisos e silenciosos, cada movimento como o de um predador prestes a atacar. - Acha que sou apenas uma força destrutiva? Um problema a ser resolvido?- eu não queria acreditar que era assim que a loira me via.

- Não é isso...- Kara começou, mas eu a interrompi.

- Então, o que é, Kara? Por que você insiste em tentar mudar quem sou? Eu poderia fazer desaparecer qualquer um que ousasse te ferir, te desrespeitar, mas você prefere que eu faça o quê? Que eu apenas... ignore?

Kara franziu a testa, frustrada, mas sem desviar o olhar. - O que eu prefiro, é que você pense antes de agir. Que considere as consequências. Matar todos que me fazem mal não resolve nada. Só cria mais dor, mais sofrimento... e, no fim, isso te afasta ainda mais de mim. - Afastar? Onde ela quer chegar com isso?

- Eu faço isso por você, Kara. Porque você merece um mundo onde ninguém ouse te machucar... eu mato porque eu gosto de você.- era nítido que eu estava na defensiva, mas, como eu não ficaria, ela está tentando me consertar.

- Mas a que custo?- Kara rebateu, agora com a voz suave, quase suplicante. - Você acha que eu ficaria feliz em ver você se perder, em ver você se tornar algo que não pode ser salvo, só para me proteger?

- Me perder? Ser alva? Eu sou algo ruim Kara, já sou algo que não pode ser mudado.- a essa altura do campeonato eu sabia que meus olhos estavam vermelhos, mas não de raiva e sim de frustração, meu lado demoníaco não gostava de ser "contrariado'. E eu devo concordar que as palavras de Kara, foram a coisa mais dolorosa que eu escutei dentro de uns 200 anos.

- Mas, Lee.- sua voz manhosa acabou despertando o meu lado humano.

- Tá jogando sujo.- eu me levantei, antes que eu cedesse.

- Eu não queria falar isso, me desculpa.- ela queria se desculpar e eu sei que eu cederia, então me afastei e ergui uma parede invisível, apenas para nos "separar".

- Eu não estou com raiva de você Kara, eu só não quero que você tente me mudar. Por que eu não vou, mesmo que seja por você.- Kara atravessou a parede como se não fosse nada. Mas demônios não podem ceder barreira de outros demônios.

- Eu não quero mudar você Lee, eu só não quero que mate tanto... Eu sei que você é um demônio "justiceiro", mas você mesma disse que matar está longe de fazer o bem.- a loira mantinha sua mão sobre a minha, e parecia ler a minha alma.

- Mas é o que eu sou, uma matadora. Alguém que traz justiça e justiça é um nome sofisticado para sofrimento.

Eu olhei no fundo das orbes de Kara, não havia ódio ali, não havia medo e nem sede de vingança. Os seus olhos tem um brilho, um brilho que um dia eu já invejei, o brilho de quem quer curar... Não, não pode ser, um demônio ano cura, ele destrói e mata. Kara não é um demônio, ela é um anjo...

Ela soltou a minha mão por um breve momento, me abraçou e deixou um breve beijo em meus lábio... olhou novamente em meus olhos e sorriu, um sorriso fresco, talvez angelical.

- Kara!.- eu a chamei, ela me olhou e ergueu as duas sobrancelhas como quem diz: "fale!".- Qual foi a ultima vez que sentiu vontade de matar alguém.- uma confusão surgiu em seu semblante, inclinou levemente a cabeça e depois me olhou. Uma tristeza surgiu em seus olhos, o que era estranho, já que nos olhos de um anjo caído surgiria ódio.

- Eu?... Quando eu perdi os meus pais, foi a primeira e ultima vez, eu senti tanto ódio daquele homem que eu... eu...- ela engoliu seco e me olhou, dessa vez com raiva no olhar.- Eu pedir para Deus não me deixar odiar mais ninguém, depois dai surgiram tantos problemas que eu aprendi que: odiar não é o caminho certo.

- Deus, sempre ajudando né.- tinha ironia na minha voz, mas era verdade...

- É, Ele sempre me ajudou, por isso eu não acredito que o meu destino seja... esse.- ela apontou para si mesmo e depois para mim.- Volta pra mim Lee.

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Kara está certa, mas usou as palavras erradas...