𝐀𝐭𝐞́ 𝐐𝐮𝐞 𝐄𝐥𝐞 𝐕𝐞𝐧𝐡𝐚 • Rᴏᴍᴀɴᴄᴇ Cʀɪsᴛᴀ̃ᴏ

16

- Gᴀʙʀɪᴇʟ Mᴏɴᴛᴇɪʀᴏ -

"Rain came, wind blew
But my house
Was built on You"
- Firm Foundation

"você sempre será uma parte especial da minha vida"

Essa era frase que ecoava na minha cabeça.
E se eu não quisesse ser apenas uma parte da sua vida?!
No futuro eu seria apenas uma memória do seu passado?

E se eu não quisesse ser uma memória? E se eu quisesse fazer parte de sua vida para o resto da vida? 

Não posso negar que mediante aos sentimentos que estavam começando a nascer em meu coração, pela primeira vez vi Ana como uma possível esposa para mim, e não como apenas uma amiga. 

Meu telefone desperta às 06:00 da manhã, só então eu percebo que estou deitado, olhando para o teto a uns 30 minutos já. Levanto-me, tomo um banho, coloco uma calça preta e o uniforme da loja de materiais de construção em que eu estava trabalhando. Desço e tomo um café, visto que ainda são 06:25, escovo os meus dentes, pego a chave da moto, tiro ela da garagem, fecho o portão da mesma e às 06:40 em ponto estou na porta da casa da Ana. 

Mando mensagem para ela e depois de uns dois minutos ela aparece. 

- Bom dia. - Ela diz e sorri. 

- Bom dia flor do dia. - Digo sorrindo de volta. 

- Não me chame de flor, olhe só o estado do meu cabelo. - Ela aponta para seu cabelo cacheado que está bem volumoso e com um pouco de frizz. 

- Eu particularmente acho seu cabelo assim lindo. - Acabo deixando escapar e ela coloca o capacete. 

- Não minta para mim Gabriel Silva Monteiro. - Ela dá um tapinha no meu ombro e sobe na moto. 

- Eu nunca minto Aninha. - Digo baixo e por estar de capacete acredito que ela não tenha ouvido.

Dou partida na moto e depois de alguns minutos deixo ela na escola e sigo para meu trabalho.

O movimento hoje não está muito bom.
Então, quando são 9h da manhã eu recebo uma ligação da Izadora.

- Fala Chata. - Digo logo a seguir que atendo o telefone.

- Você não vai acreditar no que eu acabei de fazer. - Ela disse quase explodindo de felicidade.

- O que? Agora fiquei curioso.

- Eu me inscrevi na JOCUM de Curitiba.

- Que legal Iza, fico tão feliz por você, isso é incrível.

- É né, eu tô tão animada, vai ter uma turma em janeiro.

- Que bom hein, mas ai quando for a sua vez de ir para as missões eu quem vou ficar mais 4 anos sem te ver.

- Vai nada chatinho. - Ela pisca.

- Vamos ver então.

- Na verdade... Eu tenho outra coisa para te contar. - Sua voz estava meio apreensiva.

- O que é? Agora tô preocupado.

- Eu e Gustavo estamos bem próximos né.

- Né. Eu já reparei isso.

- Nós estávamos conversando sobre um possível futuro entre a gente...

- Hum, aí vocês vão se casar quando você acabar a JOCUM?

- Não, eu vou fazer a minha de Janeiro até maio, e ele vai fazer a dele de maio até outubro e conversamos sobre nós casarmos em novembro.

- E porque você está contanto isso para mim agora?

- Ele foi hoje conversar com o papai.

- Então vocês vão se casar só depois que ele terminar a escola de missionários né?

- Sim.

- Eu oficialmente ganhei a aposta. - Comemoro.

- Que aposta?

- Eu e a Ana apostamos sobre quando vocês iam se casar.

- Entendi... Enfim, vou arrumar umas coisas aqui em casa para depois ir para a escola. Nos falamos quando você chegar em casa.

- Beleza, vai lá. Te amo.

- Também te amo chatinho. - Ela fala e desliga. 

Pego meu celular e mando mensagem para Ana.

Aninha 🎀

Você está oficialmente me
devendo uma coxinha, um
enroladinho e um X bagunça.
09:55 AM  

Acabei de saber também 🙄
Assim que eu receber a gente vai.
       10:00 AM

Desligo a tela do telefone e vou atender o cliente que acabou de entrar na loja. 

[...]

Assim que dá meu horário de almoço eu vou até a escola da Ana que não ficava tão longe e ela já estava na frente me esperando.

- Vamos? - Paro na frente dela.

- Vamos. - Ela pega o capacete, coloca e sobe na moto.

- Onde nós vamos almoçar hoje? - Pergunto antes de ligar a moto.

- Hoje eu quero comida de verdade. - Ela responde.

- Já sei onde vamos. - Ligo a moto e piloto até um restaurante que vendia uma comida muito boa.

No caminho pegamos um pouco de trânsito e ela de segura em minha cintura para não cair. Nesse momento meu coração chega parou de bater.

Eu vou ter que orar muito.