Capítulo 7: Sempre vou estar aqui por você.

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Passos. A luz do sol bate nas folhas das incontáveis árvores. Rafael caminha com um balde de água e uma bucha com sabão, sobre o chão de pedras de tamanhos variados.

- A quanto tempo eu não te vejo?

Rafael passa por túmulos de muitas pessoas enquanto se pergunta quantas gerações existem naquele local. Ele dá mais alguns passos e para na frente de um túmulo um pouco sujo e desgastado pelo tempo.

- Cheguei, amor.

Rafael coloca o balde com água e a bucha no chão próximo ao túmulo e se senta em cima do túmulo revestido de azulejos.

- Eu sinto tanto a sua falta. Meus dias não são os mesmo sem você. Cristiana está crescendo tão rápido que eu tenho medo de não saber lidar quando o dia chegar.

Ele passa a mão por cima do túmulo como uma forma de fazer carinho. Ele começa a chorar.

- Eu penso em desistir de tudo e ir apenas ficar com você. Tem sido tão difícil lidar com o trabalho e tudo que Cris vem passando. Eu não estava pronto pra sua partida, eu te quero comigo. 

Eu continua a chorar. Até que de repente uma forte rajada de vento passa pelo local, fazendo seus cabelos ruivos e longos seguirem a direção do vento.

-  Você está certa. Eu preciso continuar, ela precisa de mim.

Ele pega o que tinha levado e começa a lavar o túmulo até quase o final da tarde.

- Ufa! Bem melhor.

O túmulo fica novo novamente.

- Acho que vou indo.

Quando estava prestes a sair do cemitério, ele avista um caminho que leva para o pico de uma montanha. Como ainda estava claro, ele decide seguir o caminho. Ele chega no topo da montanha e avista aquele céu meio estrelado mas com o sol se pondo no horizonte rodeado de montanhas e árvores verdes, um degradée de roxo com amarelo e laranja no céu, um lago no pé da montanha e um rebanho de gados vivendo a vida normalmente como se nada tivesse acontecido com ele e com as pessoas que ele ama. No fim, ele percebe que embora  o que tenha acontecido com ele, o mundo, as pessoas e os animais não vão parar para consola-lo. Eles nem sabem que ele é. Assim como a vida dele  não vai parar para abraçar aqueles que ele não conhece. Isso pode ser triste, mas essa é uma das verdades que ele e ninguém queria perceber.

- Só me resta viver a vida da melhor forma que eu puder.

Ele se senta na grama curta e observa o céu escurecer cada vez mais. As estrelas dominam sua visão. Até que aquela brisa forte passa novamente, mas de uma forma diferente. É como se o vento estivesse indo em várias direções diferentes, como uma forma de abraço.

- Embora o mundo não pare para me abraçar, eu tenho poucas pessoas que fariam o papel do mundo para mim. Isso é magnifico. Essa é a arte da vida.

Ele pensa em todas as pessoas que são importantes para ele. Ele chora mais um pouco, se deita na grama curta e observa novamente o céu.

- Não vejo algo tão lindo desde de o dia que você se foi.

Rafael começa a rir sozinho, mas sente uma presença acolhedora em volta de si.

- Vou dar o meu melhor.

Ele observa o céu completamente escuro e tomado pelas estrelas. Ele adormece. Embora não existisse alguém fisicamente lá, uma voz fraca, familiar e acolhedora aparece.

- Você é tão forte...




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