Chapter Twenty-two (passado)

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[Kim Seungmin]

— Han vamos brincar? - eu pergunto empolgado.

— Vamos! - Han e eu fomos brincar de esconde-esconde com outras crianças.

Tínhamos 8 anos na época, Han é meu único amigo de infância, Felix e Jeongin vieram depois.

— Te acharam também? - pergunto sorrindo - mostrando os dentes

— Sim - Han abaixa a cabeça

— Pelo menos estamos juntos!

Eu era o tipo de criança que era feliz com tudo, nunca reclamei de nada, tive tudo que eu quis, se eu pedia algo, eu tinha. Nunca conheci meu pai, ele me abandonou cedo, porém, antes de eu nascer, minha mãe já estava namorando outro, quando eu tinha 3 anos, eles se casaram, eu o via como figura paterna, seu nome era Park Jin-Young. Não éramos próximos, mas também não éramos distantes, sempre soube que ele não era meu pai, mas mesmo assim, sempre o vi como figura paterna, ele ia a minhas apresentações na escola, quando eu desenhava nossa família, sempre incluía ele e etc. nunca achei que ele seria capaz de fazer tal coisa.

— Tenho mesmo que ir para a escola? - estava com 12 anos agora, já tinha minhas inseguranças, minhas dúvidas, tudo.

— Sim. Se você sorrir, vai ficar tudo bem. - minha mãe beijou meu rosto.

— Nao vou sorrir, não com isso. - apontei para os aparelhos em meus dentes.

Peguei meu lanche e fui para a escola, a aula foi normal, o lanche foi normal, tudo foi normal. Não imaginei que esse dia seria diferente.

— Vamos brincar hoje? Os meninos mais belhos estão organizando uma esconde-esconde com todas as turma lá na pracinha.

— Claro, porque não? - sorrio.

Saímos da escola e eu nem passei em casa, apenas deixei minhas coisas num canto do parque e ficamos brincando. Brincamos bastante, mas Park apareceu.

— Seungmin, sua mãe pediu para eu vir te buscar.

— Não quero ir Hyung - pedia para ficar

— Se for comigo, irei comprar um sorvete no caminho. - rapidamente mudei de ideia e fui buscar minhas coisas.

Entrei no carro e fomos pegando o caminho para casa, passamos pela sorveteria e eu questionei ele que disse que iria comprar um saco de pirulitos no mercado, como tem um mercado perto da minha casa, eu acreditei.

Acreditei.

Não devia ter acreditado.

Entro em casa e vou direto para meu quarto, percebi que minha mãe não estava em casa, mas não liguei, essa não seria a primeira vez que fiquei sozinho com ele. Começo a me trocar de roupa, pois ainda estava de uniforme, quando estava apenas de short e estava prestes a colocar a camisa Jin-Young entra.

— Que susto Hyung - coloquei a mão no peito — Bata na porta da próxima vez!

— Me desculpe Seungmin - ele fecha e tranca a porta atrás dele — Não achei que estaria se trocando.

— Mas eu avisei.

— Sim. E eu pensei nisso. Pensei em você. Em você se trocando, em você pelado.

— Oque está falando? Oque quer? - agora estou realmente assustado

— Quero você. - ele me empurra para a cama.

Me prende na cama, ele algema minhas mãos e prende minhas pernas com as dele.

— Já tem um tempo que venho imaginando você Seungmin, sua expressão de prazer.

— Me solta! Como você tem a porra de uma algema?

— Eu sou policial - ah claro, havia esquecido — Nunca dei sinais, pois sabia que sua mãe perceberia, mas desde os seus cinco anos, sempre imaginei você comigo.

— Por favor, me solta! - me debatia, mas nada funcionava.

Ele tirou seu cinto, suas calças e por últimos sua cueca, logo começou a tirar minhas peças também. Quando já estávamos ambos nus, eu chorava, eu pedia, eu implorava para que ele parasse, mas foi tudo em vão, ele não parava, passou sua língua por meu pescoço, minhas barriga e minha intimidade. Nunca achei que alguém fosse tão repugnante. Ele me obrigou a chupar aquele pau nojento, me recusei, óbvio, mas não tinha oque eu fazer. Ele abriu minha boca com dois dedos e colocou seu penis nela, mordi para que ele parasse, mas ele não parou, apenas ficou mais excitado. Ele fazia movimentos de vai e vem em minha boca, eu estava me engasgando, não sei se era com aquilo ou com meu próprio vomito, mas estava.

Ele tirou da minha boca e voltei a implorar para que parasse, mas não adianta, ele não me ouve. Ele me penetrou.

Doeu. Doeu muito.

— Por favor para - eu chorava — Porque está fazendo isso? - ele não respondia.

Continuou me penetrando até que gozou.

— Foi bom. - ele tirou-se de dentro de mim e me soltou — Espero que você não conte isso para a sua mãe, se não terei que fazer outra vez.

Estava tão apavorado que no final não contei a ela.

Assim que ele saiu do quarto corri para o banheiro e vomitei. Depois de vomitar peguei algumas coisas e fui para a casa de Han, que me ajudou e me deu apoio.

Mas claro, não podia morar aqui, minha mãe veio me buscar.

Depois desse dia criei tantas manias...

Sempre que entrava em meu quarto trancava a porta, não importa se estava indo dormir, estudar, trocar de roupa ou apenas pegar algo, sempre trancava a porta. Não consigo comer direito desde aquele dia. Ele quem fazia a comida em minha casa, toda vez que eu jantava acabava vomitando e isso fez com que meu organismo aceitasse bem menos do que deveria. Depois da escola, sempre ficava na casa de Han até minha mãe me buscar, me recusava a ficar sozinho com ele novamente. Comecei a desconfiar de todos os adultos ao meu redor, isso gerou uma fobia social, fui tratado mas até os dias de hoje, se eu ficar em lugares muito cheios começo a ter crises de ansiedade. Não só eu, mas Han também tem fobia social, além de ser diagnosticado com TEI.

...

Acordo com o rosto grudento e salgado, lágrimas. Estava com um paninho na testa, levanto um pouco para colocar o pano na mesa de cabeceira e sinto um peso em minha barriga, vejo que é Christopher dormindo, sorrio vendo a cena.

— Queria poder te contar tudo - ajeito alguns cabelos da testa dele — Mas ainda não tenho confiança o suficiente. Se você gosta mesmo de mim, me faça ter.

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