𝟔

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𝑱𝒐𝒉𝒏𝒏𝒚 𝑳𝒊𝒗𝒊𝒏𝒈𝒔𝒕𝒐𝒏

Gritos ecoaram por todos os cômodos da casa ao ponto de que todos pudessem ouvir. Meu coração não parava de bater, minhas mãos tremiam, meus olhos ardiam.

Como uma rajada de vento, rápida e fria, meu corpo se tornou fraco. Não conseguia me manter em pé, e quando dei por mim, meus joelhos bateram contra o chão; mas a dor da queda não se comparava ao que sentia dentro de mim. Minhas vistas ficaram embaçadas, as lágrimas saindo como ondas do mar, fortes e salgadas.

Uma ânsia e angústia tomaram conta de mim. Pensei que iria desmaiar, mas meu corpo preferiu que eu ficasse acordado lembrando e relembrando o que eu havia feito.

Era tudo culpa minha culpa.

"A culpa é sua.
Toda sua."

ㅡ Senhor...

Ouvi uma voz de longe, mas não encontrei quem podia ser. Eu queria ficar sozinho, eu era perigoso para as pessoas, deveria fugir para que não sofressem ou sentissem o desgosto de ter alguém como eu por perto.

ㅡ Senhor...

Fechei os meus olhos, coloquei as mãos nos ouvidos pressionando tão forte que doía  para abafar os barulhos. Balançava meu corpo para frente e para trás, tentando de alguma forma que tudo fosse apenas um pesadelo, era mentira, o que aconteceu não fora de verdade.

Até que de repente sinto uma mão no meu ombro, abro os olhos e me levanto assustado.

Reparo que eu ainda estou na maca, suado e com a respiração acelerada. Meu abdômen dói. Olho para o lado notando Nathan, o mordomo me encarando preocupado.

ㅡ Cuidado, os pontos podem abrir ㅡ diz Nathan preocupado.

Afasto a manta, levanto a blusa e encaro minha barriga. Os pontos continuam perfeitos, não sangrou, mas dói.

ㅡ Pesadelo? ㅡ pergunta sem jeito.

ㅡ É... ㅡ respondo também da mesma maneira.

Passo a mão no cabelo, afastando da testa.

Mesmo depois de anos, eu ainda tenho esses pesadelos, os mesmos, não mudavam nada. O sonho sempre me fazia mexer demais na cama, eu suava, minha respiração ficava pesada como seu tivesse corrido vários quilômetros sem parar. A sensação que eu sentia era muito vívidos, é angustiante. Fora do normal.

Não é sempre, mas quando vinha, a sensação era horrível.

ㅡ Beba um pouco ㅡ Nathan me oferece um copo d'água.

ㅡ Obrigado ㅡ agradeço tomando de uma vez.

Geralmente quando acordava desses sonhos, minha sede era insana. Como se eu tivesse ficado dias sem beber nada.

ㅡ Ainda bem que sua mãe não acordou ㅡ diz ele, calmo.

Levanto o olhar, encaro seus olhos azuis. Pensativo, reparo na pele pálida que já tinha marcas de expressões e seu cabelo curto todo grisalho. Nathan trabalha para mim há seis anos, mas conhecia ele muito antes, quando ainda ficava na casa dos meus pais.

Minha mãe insistiu para que alguém de confiança cuidasse de mim quando comecei a morar sozinho. Mesmo depois de tanto tempo, ele insistia em me tratar formalmente.

Desvio o olhar dele e minha atenção foi para a minha mãe dormindo no sofá. Ember, é uma das mulheres mais belas que conheço. Não por ser minha mãe, mas porque é um fato. Seus olhos são grandes, azuis claros, não havia preto exceto pela pupila, me lembravam do horizonte da Antártica; azuis tão claros que pareciam de mentira, capazes de transmitir frieza, mas ao mesmo tempo tão doces e calmos.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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ʟᴏᴜᴄᴏ ᴘᴏʀ ᴠᴏᴄê - 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝟏Onde histórias criam vida. Descubra agora