4. Primeiro encontro?

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Com Lily desmaiada, Mikha suspirou fundo e se levantou, colocando-a na parte da cama que estava limpa e cobrindo a ela com o lençol. Ele anotou mentalmente que deveria trazer uma muda de roupas para a menina.

“Que trabalho…” Ele notou seu manto todo manchado de sangue. Quando estava correndo e observando Lily, ficou perplexo ao perceber que nem prestou atenção em sua aparência.

‘É por isso que o estalajadeiro me olhou como se eu fosse um louco.’ Mikha riu internamente.

Ele caminhou até a porta e checou Lily uma última vez, vendo que ela ainda estava desacordada. Em seguida, foi até o estalajadeiro, pediu por dois conjuntos de roupas limpos e voltou até o quarto para tomar um banho.

Pouco tempo depois, Mikha enxugou a água em seu rosto com uma toalha áspera. Ele era um jovem bonito com roupas de fazendeiro, com suspensórios e roupas rasgadas em algumas partes. Mas, mesmo com a discrepância, isso não tirou sua nobreza inata.

Ele olhou pela janela e notou que já estava anoitecendo. Percebendo como Lily estava dormindo pacificamente, Mikha decidiu adiar a viagem para o dia seguinte.

‘Esse descanso vai ser bom para um coração que passou por tanto estresse.’

Além de não suportar dormir em uma colcha ensanguentada, era completamente inadequado dormir ao lado de Lily. Decidindo-se, foi dormir no divã que havia no quarto.

Como sempre, o galo executou sua rotina diária.

Com o barulho irritante, Mikha franziu as sobrancelhas e abriu os olhos pouco a pouco. Um bocejo involuntário o atacou enquanto ele olhava para o lado. Na cama, Lily também parecia estar acordando.

Suspirando suavemente, ele se levantou e foi até ela.

A primeira visão de Lily foi o rosto sem expressão de Mikha. De imediato, ela ficou em guarda, apenas para perceber a quantidade exorbitante de sangue seco em seu corpo e cama e que, por baixo dos lençóis, ela estava… NUA?!

Ela ficou horrorizada. O que esse homem havia feito com ela? Para começo de conversa, quem sequer era ele?!

O olhar de coelhinho assustado de Lily ao puxar os lençóis quase fez Mikha gargalhar, mas ele se segurou.

“Não se preocupe, não estou interessado no corpo de uma criança.” Disse ele.

Mikha foi até a cabeceira e pegou uma trouxa de roupas.

“Aqui, vista isso.”

Depois, sem nem deixar espaços para perguntas, Mikha saiu do quarto.

A cabeça de Lily estava simplesmente a mil. Tantas informações e tantas possibilidades a deixaram quase doente. Ofegante, ela segurou a barriga com força. Depois que a adrenalina aos poucos passou, a dor que ela começou a sentir foi imensa.

Enquanto agoniava, uma imagem veio a sua cabeça.

Um homem com manchas pretas no rosto arrancando seu coração.

Ela não sabia qual era o contexto nem quando havia ocorrido, mas o arrepio que subiu pelas duas espinhas e suas costas suadas mostraram que aquilo havia sido real.

Com pressa, ela levantou o lençol, mas, estranhamente, não viu nenhuma cicatriz. Nenhum ferimento. Nenhuma mísera marca física de sua aflição.

Por que ela estava com tanta dor?

Lágrimas começaram a cair sem que ela percebesse.

“Hic, hic, hic…” Lily afundou a cabeça nas pernas. Por que ninguém lhe explicou nada?

A Beleza da Vida e da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora