7. Akira

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Lily acordou com um zumbido nauseante. Ela lentamente abriu os olhos, apenas para ver vermelho. Teto vermelho. Chão vermelho. Ela olhou para baixo. Mãos vermelhas.

Ela colocou a mão no rosto, sentindo a textura do sangue. Até sua boca tinha aquele gosto ferroso característico.

“Ha… haha…” Ela começou a sorrir, tão perplexa que não conseguia colocar em palavras. Ela olhou aos arredores, os corpos no chão, abertos, mutilados, destroçados. Nas macas, todos sem vida.

Ela era a única viva ali.

Por quê?

Mas Lily não se atreveu a pensar muito. Ela tinha medo da verdade.

O simples cheiro, que inundou todo o ambiente, fez com que ela quisesse sair de lá de imediato. Mas quando ela se virou, viu uma garota com um colar de ferro no pescoço. Era ela que havia trazido alimento.

No momento, a garota segurava um coração pulsante na mão, sorrindo.

“Olha, eu fiz o mesmo que você.”

Lily não se lembra de como saiu de lá. Assim que abriu os olhos, viu que estava em outro lugar desconhecido. Entretanto, este, ao menos, parecia ser seguro.

A tensão nos membros de Lily se aliviou, e ela começou a observar o ambiente. Parecia um quarto comum, com mesa de cabeceira e guarda roupa. Enquanto estava distraída, a porta se abriu.

Mikha entrou segurando uma sopa fumegante.

“Oh, você acordou!” Ele falou animadamente. Nem parecia que ele havia a enviado para a mesa de abate.

Lily ficou incrédula. Ela lembrou de tudo que passou ao olhar para o rosto inocente do homem.

“Ha!” Ela riu com sarcasmo.

Ele ignorou sua reação, dizendo: “Do jeito que eu esperei, você passou no teste. Parabéns.”

Ele abriu um leve sorriso. “Você é tão incrível quanto eu pensava.”

Neste momento, Lily explodiu. “Ah, é? Então por que você teve que me deixar pra morrer pra provar essa sua teoria?!”

Lágrimas começaram a escorrer, e ela segurou as duas mãos na frente de sua face. “Você… não sabe o que eu tive que passar lá.”

“Eu estou bem ciente.” Mikha disse seriamente. Ele se sentou na cama em que Lily estava.

“Aquele demônio me transformou em uma aberração, hic…” Lily soluçou de dor.

Uma mão gentilmente afagou suas costas.

“Esse é quem você é agora. Assim como aquele demônio já está morto, o seu antigo eu também está morto.”

“Eu permiti que Cielle te levasse para qualquer local de teste porque eu estava confiante em suas habilidades de sobrevivência.”

‘Além disso, se eu estou certo, Ele não deixaria você morrer.’ Mikha deixou seus pensamentos ominosos fluírem.

Lily não respondeu, continuando a desabafar sua frustração e tristeza acumulados em forma de lágrimas. Isso se estendeu por quase uma hora, e Mikha pacientemente esperou que ela se acalmasse.

Depois que a adolescente parou de chorar, ele deu um lenço a ela e pediu que ela bebesse a sopa.

“Você está melhor?” Assim que ela terminou, Mikha perguntou.

“Hm.”

“Neste momento, você está na maior guilda de assassinatos encomendados da capital imperial, Akira.”

A Beleza da Vida e da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora