Na manhã seguinte, o sol que entrava pelas frestas da cortina acordou Misty. Por um breve momento, ela esqueceu onde estava, até que a sensação de estar em um lugar desconhecido a envolveu novamente. Ainda em sua cama, ela se permitiu sorrir, lembrando-se de que estava em Seul, o lugar onde seus sonhos estavam começando a se realizar.
Era o primeiro de três dias que ela havia reservado exclusivamente para conhecer a cidade, antes de mergulhar no trabalho pesado da cobertura da turnê do BTS. Misty não era do tipo que fazia um roteiro rígido de viagem, mas, dessa vez, tinha feito algumas anotações sobre os lugares que queria visitar. Seu espírito aventureiro estava mais forte do que nunca, e ela estava pronta para descobrir cada canto daquele país fascinante.
Primeiro Dia: O Palácio Gyeongbokgung e a Vila Bukchon Hanok
O primeiro destino da sua jornada foi o Palácio Gyeongbokgung, um dos marcos históricos mais importantes de Seul. Assim que chegou aos portões do palácio, Misty foi recebida pela grandiosidade das construções ancestrais, misturadas com a modernidade da cidade ao fundo. Os telhados elaborados, a madeira intricadamente decorada, e os enormes portões pareciam tirados diretamente de um conto de fadas. Ao entrar, foi impossível não se encantar com o vasto pátio e as majestosas construções que formavam o coração da antiga residência real.
Ela caminhou lentamente, absorvendo cada detalhe. As cores vibrantes das telhas e dos ornamentos, combinadas com o céu azul, criavam uma cena deslumbrante. Misty se viu imaginando como seria viver ali durante a dinastia Joseon, como a vida cotidiana poderia ter sido tão diferente, mas igualmente fascinante.
— "É como estar em um outro tempo," murmurou para si mesma, enquanto tirava fotos e anotava algumas ideias para sua matéria. Além da música, ela sempre teve uma queda por história, e lugares como aquele a faziam sentir-se conectada com o passado de forma quase palpável.
Depois de horas explorando o palácio, ela decidiu caminhar até a Vila Bukchon Hanok, uma das áreas mais tradicionais de Seul. Ao chegar lá, Misty ficou fascinada pelos becos sinuosos e casas hanok, construções tradicionais coreanas que pareciam estar congeladas no tempo. Com seus telhados curvos e pátios escondidos, cada casa exalava uma beleza simples, mas profunda.
Enquanto caminhava por Bukchon, Misty sentiu a serenidade do lugar. Era um contraste interessante com a agitação da moderna Seul. Pessoas vestidas em hanboks, trajes tradicionais coreanos, passeavam pelas ruas, tirando fotos e aproveitando a atmosfera única.
— "Isso é tão lindo," pensou ela, sorrindo. A fusão do antigo e do moderno era algo que a Coreia do Sul sabia fazer perfeitamente.
Segundo Dia: Torre Namsan e Myeongdong
No segundo dia, Misty decidiu começar sua aventura visitando um dos pontos turísticos mais famosos da cidade: a Namsan Seoul Tower. Subir até o topo da torre era algo que ela sempre quis fazer, desde que começou a pesquisar sobre Seul. A ideia de ter uma vista panorâmica da cidade inteira a deixava empolgada.
Ela pegou um teleférico que subia até a montanha Namsan, e a vista durante o percurso já era de tirar o fôlego. Ao chegar ao topo, Misty ficou sem palavras. Seul se estendia abaixo dela em todas as direções — uma metrópole vibrante, com arranha-céus, rios sinuosos e montanhas ao longe. Tudo parecia se fundir em um mar de possibilidades.
Ela caminhou pela plataforma de observação, apreciando a brisa suave e o som distante da cidade abaixo. Sentia-se pequena, mas ao mesmo tempo conectada a algo muito maior.
— "É como se eu pudesse ver o mundo inteiro daqui," sussurrou, enquanto tirava uma foto para enviar a Natália.
Após descer da torre, ela seguiu em direção ao bairro de Myeongdong, famoso por suas lojas de moda e beleza. As ruas eram estreitas, mas estavam lotadas de lojas e barracas de comida de rua. Era um contraste interessante: a natureza tranquila da montanha Namsan deu lugar ao caos organizado de uma das áreas comerciais mais movimentadas de Seul.
Misty provou alguns pratos de comida de rua, como tteokbokki (bolinhos de arroz apimentados) e hotteok (panquecas recheadas), enquanto caminhava pelas ruas movimentadas. Ela riu sozinha ao tentar manusear os hashis, mas adorou a experiência de mergulhar na culinária local.
A vibração de Myeongdong era contagiante. O cheiro das comidas, o som das vozes anunciando promoções, e a variedade de cores e texturas nas vitrines faziam o lugar parecer uma explosão sensorial.
— "Isso é vida," pensou Misty, sentindo-se completamente imersa na cultura vibrante de Seul.
Terceiro Dia: Rio Han e Dongdaemun Design Plaza
No terceiro dia, Misty optou por uma manhã mais tranquila, passeando às margens do Rio Han. Esse vasto rio atravessa o coração de Seul e é um ponto de encontro popular tanto para locais quanto para turistas. Ao caminhar ao longo de suas margens, Misty sentiu a calma que o lugar emanava. Famílias faziam piqueniques, ciclistas passavam devagar, e casais sentavam-se em bancos, apreciando o sol suave daquela manhã.
Ela se deixou envolver pelo ritmo lento do lugar, sentando-se em uma das áreas verdes próximas ao rio. O barulho suave da água corrente a relaxava, e por um instante, parecia que todo o caos da cidade havia desaparecido.
Depois de passar algumas horas ali, Misty decidiu encerrar o dia no Dongdaemun Design Plaza (DDP), um dos marcos mais modernos e impressionantes da cidade. Ao chegar ao DDP, ela ficou impressionada pela arquitetura futurista do lugar. O prédio, com suas formas curvas e metálicas, parecia uma nave espacial que havia pousado bem no centro de Seul.
Por dentro, o DDP era ainda mais impressionante. Misty caminhou pelos corredores, maravilhada com as exposições de arte moderna e design inovador. As luzes suaves e os reflexos nas paredes metálicas criavam uma atmosfera quase de outro mundo. Ela fez questão de explorar cada canto, absorvendo a criatividade e a inovação que transbordavam de cada obra exposta.
Enquanto passeava pelo complexo, Misty percebeu o quanto Seul era uma cidade de contrastes — onde a tradição e a modernidade coexistiam de maneira quase perfeita. Desde os palácios ancestrais até as construções futuristas como o DDP, a cidade mostrava sua capacidade de evoluir sem nunca perder suas raízes.
Ao final do terceiro dia, enquanto caminhava de volta para o hotel, Misty sentia-se renovada. Seul havia conquistado seu coração de maneira irreversível. Ela sabia que aqueles primeiros dias de exploração haviam sido apenas o começo. Nos dias que viriam, ela mergulharia profundamente no mundo do K-pop, mas sempre lembraria de como Seul a fez se sentir viva e livre.
— "Essa é a jornada que eu precisava," pensou, olhando para as luzes da cidade que brilhavam ao seu redor. "Aqui, posso ser quem eu quiser."
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ENTRE DOIS AMORES
RomansaA história "Entre Dois Amores" segue Misty, uma jornalista cultural de Belo Horizonte, que embarca em uma jornada transformadora ao ser enviada a Seul para cobrir a turnê de uma famosa boyband de K-pop, o BTS. Movida por uma paixão antiga pela músic...