𝐂𝐀𝐏Í𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐗𝐕

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Do Falso ao Real

A noite estava quieta e envolta em uma calmaria densa, iluminada apenas pela lua cheia que brilhava intensamente, projetando sombras suaves no quarto de Paige. A janela aberta deixava entrar o ar frio da noite, e o leve farfalhar das folhas lá fora acrescentava uma atmosfera de suspense.

Era quase meia-noite, e Paige, vestida confortavelmente em uma calça e moletom, estava sentada na ponta da cama, concentrada em montar um de seus skates. Suas mãos ágeis ajustavam cada detalhe com precisão - trocando o shape, apertando os parafusos e colocando rodinhas novas. Ela fez uma última verificação cuidadosa antes de deixar o skate encostado na parede, satisfeito e pronto para uso.

Levantando-se, foi até o banheiro. A luz amena iluminava seu reflexo no espelho enquanto ela lavava o rosto, permitindo-se um momento de relaxamento. No entanto, um som abafado do lado de fora da casa quebrou o silêncio, fazendo-a erguer a cabeça de súbito e fixar o olhar na porta que estava aberta. Algo estava estranho.

Um segundo som, mais próximo, ecoou. A garota, alarmada, respirou fundo e seguiu em direção ao quarto de seu pai, cujo aroma de nostalgia parecia ainda estar presente, mesmo que estivesse fechado há semanas enquanto ele viajava a trabalho. Em cima de uma prateleira, repousava o taco de beisebol favorito dele - uma lembrança de seu amor pelo esporte e agora uma possível defesa. Ela o pegou, sentindo o peso firme em suas mãos, ao se preparar para investigar o que a noite ainda lhe reservava.

Paige desceu as escadas devagar, cada passo uma batalha entre o medo que a fazia hesitar e a coragem que a empurrava adiante. A casa estava escura e silenciosa, mas o som da noite, distante, parecia amplificar a tensão dentro dela. As sombras pareciam se mover sutilmente sob a luz fraca, e o ar carregado de um silêncio ameaçador tornava cada som mínimo em algo grande e inquietante.

Ao alcançar o andar de baixo, o som ficou mais claro, reverberando pela varanda. A skatista sentiu o coração acelerar, as palmas das mãos frias e úmidas apertando o taco de beisebol. Ela respirou fundo, lutando contra o impulso de recuar, e abriu a porta da frente. A brisa da noite era gelada, e a rua estava deserta, com as luzes dos postes iluminando o vazio à sua frente.

Abrindo a porta com cautela, ela deu alguns passos para fora, movendo-se com cuidado, se projetando bem na frente do corrimão de sua varanda, o olhar atento ao redor enquanto ouvia o som, agora vindo do teto. Sua respiração estava presa, cada músculo tenso, preparada para se defender do que quer que fosse.

Ao dar mais um passo para frente, com o taco erguido e o corpo preparado para se defender de qualquer coisa que aparecesse. Então, em um instante súbito e inesperado, uma figura desceu de cabeça para baixo, pendurada bem diante dela.

O grito de Paige escapou primeiro, um som de puro susto. Mas então Minna, ao perceber o taco na mão da amiga e o olhar de pânico, soltou um grito ainda mais escandaloso, desesperado, fazendo a Heyn gritar outra vez, mais alto e descontrolado.

A gritaria entre as duas continuou por alguns segundos intensos, ecoando na varanda silenciosa. Paige, ofegante, foi a primeira a se recompor, com um tom alarmado e ainda cheia de adrenalina:

- Minna, o que você tá fazendo?

Minna, ainda pendurada e balançando levemente de cabeça para baixo, também parecia incrédula, mexendo os braços em um misto de alívio e exasperação:

- Você não tava atendendo o telefone! - ela olhou para o taco que a amiga segurava e arregalou os olhos. - Mas... por que você tá com um taco?

Com o coração ainda acelerado, abaixou a guarda e deixou o taco cair ao lado do corpo, tentando soar natural.

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⏰ Última atualização: 3 days ago ⏰

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𝙷𝚎𝚊𝚛𝚝𝚜 𝚘𝚗 𝙳𝚎𝚌𝚔𝚜 - ᴘᴀɪɢᴇ ʜᴇʏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora