𝐈𝐍𝐒𝐄𝐂𝐔𝐑𝐈𝐓𝐘. - Tsukkiyama

𝘁𝗵𝗶𝗿𝘁𝗲𝗲𝗻; different sensations

❝You're all I need
According to your heart
My place is not deliberate
Feeling of your arms
I don't wanna be your friend
I wanna kiss your neck❞ ⚊ The 1975

YAMAGUCHI POV'S

Hoje era o dia da grande peça, e eu estava  desastre. Meu coração parecia uma bateria descompassada, e cada passo que dava nos bastidores fazia minha cabeça girar. Enquanto ajeitava o figurino, tentando desesperadamente lembrar das falas, sentia minhas mãos suarem tanto que mal conseguia segurar os botões da camisa.

— Dashi, calma, respira. Não é o fim do mundo. — A voz animada de Hinata veio de algum lugar ao meu lado. Ele estava parado com a gravata torta e um sorriso largo no rosto. Era impossível saber se ele estava nervoso ou apenas muito empolgado. — Só pensa que depois a gente pode comer algo, tipo, sei lá... curry!

— Curry? — perguntei, franzindo o rosto. — Você acha mesmo que eu consigo pensar em comida agora, Hinata?

Hinata deu de ombros, como se o peso do momento simplesmente não o afetasse.

— Funcionou pra mim!

Suspirei e voltei a focar no meu figurino. Foi então que percebi Tsukki se aproximando, com a mesma calma irritante de sempre. Ele estava impecável em seu blazer marrom, e a tranquilidade no rosto dele parecia zombar do meu nervosismo. Quando chegou perto, ele inclinou levemente a cabeça e deixou um sorriso enviesado aparecer.

— Inseguro? — perguntou, a voz carregada daquele tom provocador que fazia meu estômago revirar.

— Só um pouco. — murmurei, desviando o olhar.

Ele não respondeu de imediato. Apenas estendeu a mão e começou a ajeitar a gola do meu blazer como se fosse a coisa mais natural do mundo. Seus dedos eram lentos demais, e aquilo só piorava a bagunça que ele causava em mim.

— Um pouco, é? — Ele riu baixinho, inclinando-se um pouco mais perto. — Então por que você tá quase tremendo?

— Kei, sério, não começa. — Tentei afastar sua mão, mas ele segurou meu ombro e ficou ali, o sorriso crescendo.

— Relaxa um pouco. O máximo que pode acontecer é a professora odiar tudo e a gente acabar na recuperação. — Ele falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, mas a tranquilidade dele só me deixava mais puto.

— Você não ajuda em nada! — Exclamei, e dessa vez minha voz saiu um pouco mais alta do que eu gostaria. — Se a gente zerar isso, não tem recuperação que conserte nosso histórico, Tsukki!

— Não tem recuperação que conserte meu orgulho se eu errar minhas falas. — A voz de Yachi surgiu do outro lado do camarim. Ela parecia ainda mais nervosa que eu, mas tentava esconder isso enquanto arrumava o cabelo. — Tadashi, você tá indo bem. É só seguir o script.

— É fácil falar. — Respondi, sentindo meu rosto esquentar.

— Fácil pra uns, nem tanto pra outros. — Tsukki comentou, cruzando os braços e me lançando aquele olhar debochado que só ele sabia fazer. — Mas fica tranquilo. Se você esquecer as falas, só improvisa.

— Improvisar?! — quase gritei. — Você acha que eu consigo improvisar com tanta gente olhando?

Ele deu de ombros, um sorriso travesso brincando nos lábios.

— Sei lá, Tadashi. Você já sobreviveu às minhas provocações. Acho que consegue lidar com um público.

Senti meu rosto queimar na hora, e Hinata soltou uma gargalhada alta, provavelmente mais alto do que deveria, já que algumas pessoas nos bastidores lançaram olhares curiosos.